Análise | Final Fantasy VII Rebirth

Refazer um jogo antigo não é uma tarefa fácil, especialmente um tão adorado como Final Fantasy VII, sempre havendo o risco de desagradar aos fãs. Com o remake, Square Enix conseguiu atualizar o jogo para os dias atuais, entregando uma nova versão que caiu no gosto dos jogadores.

Agora a segunda parte da trilogia finalmente está chegando e nós da GameVicio já tivemos a oportunidade de terminar o jogo. Será que a espera valeu a pena?

Enquanto o primeiro jogo se focou apenas na parte de Midgar, aqui temos uma adaptação muito maior do jogo original, englobando uma parte mais considerável da história. O resultado? Um jogo muito maior.

Final Fantasy VII Rebirth aumenta o escopo da primeira parte em todos os aspectos, entregando um mundo aberto e muito conteúdo não só para quem deseja acompanhar a história, mas também explorar o que esse universo tem a entregar.

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Para quem está acostumado com o Remake, se sentirá em casa em Rebirth. O combate é em sua essência o mesmo, mas com muitas novidades e melhorias que tornam a experiência mais fluída.

O jogo traz uma mistura perfeita de um combate de ação em tempo real com o estilo de turno ATB do original. Atacar os inimigos aumenta sua barra de ação, o que permite liberar ataques mais poderosos e magias elementais.

Fugindo de ser um esmaga botão, aqui a estratégia continua sendo importante. Cada inimigo tem uma barra de atordoamento que enche ao ser atacado, deixando o inimigo totalmente indefeso quando preenchida.

No entanto, para preencher essa barra requer muito mais do que simplesmente atacar os inimigos. Usar elementos contra os quais são fracos ou golpes específicos ajudam a colocá-los sob pressão, quando a barra enche muito mais rápido.

Em Rebirth, há muitas formas de colocar os inimigos sob pressão. Além da fraqueza elemental, alguns exigem certas condições específicas, como desviar de um certo ataque ou causar uma grande quantidade durante um movimento do inimigo. Isso tudo faz com que o jogador sempre tenha que analisar os inimigos antes do combate, para achar a melhor estratégia de eliminá-los rapidamente.

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Cada personagem possui seu estilo de combate único, com próprios especiais e limites. O jogo agora incentiva ainda mais a troca de personagens do que antes graças ao seu novo sistema de Sinergia, onde dois personagens se unem para atacarem juntos. Existem dois tipos de golpes de Sinergia, as Ações e as Habilidades.

As Ações são simples ataques que podem ser usados a qualquer momento, onde os personagens se unem para dar um ataque básico, ajudando a encher a barra de ATB de ambos os personagens.

Esses tipos de ataque permitem aos personagens muitas vezes superar suas fraquezas, como Tiffa sendo arremessada no ar e Cloud refletindo balas para acertarem inimigos voadores ou Aerith usando outros como escudo para se defender.

Já as Habilidades são especiais mais poderosas que precisam que você gaste ao menos 3 barras de ATB com dois personagens antes deles se combinarem. Como o preenchimento da ATB é mais lento com o NPC controlado pela IA, isso dá um incentivo extra para estar a todo momento trocando entre os personagens.

Os personagens seguem o mesmo estilo de combate que vimos no título anterior, mas dessa vez temos Yuffie no elenco junto da equipe, além de duas adições inéditas: Red XIII e Cait Sith, os quais possuem gameplays diferenciados.

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O canino Red XIII possui um foco mais defensivo, onde bloquear ou refletir ataques enche sua barra de Vingança permitindo realizar ataques mais fortes ou dar suporte para toda a equipe.

Já Cait Sith é um dos gameplay mais diferenciados da equipe. O personagem conta com dois modos, podendo atacar solo com ataques de longa à distância e em área, ou montar o seu enorme companheiro robótico de pelúcia, o que permite a ele dar golpes mais fortes de curto alcance. Também é possível invocar o robô e se separar dele, fazendo com que aja por conta própria, funcionando basicamente como um quarto membro para a equipe.

Cait Sith ainda possui outro elemento importante em seu gameplay: a sorte. Uma das principais habilidades do personagem é arremessar um dado e dependendo do valor que cair terá uma habilidade diferente, a qual pode muitas vezes virar o combate se tiver a sorte de conseguir o número certo.

O combate no geral também recebeu um grande polimento. A defesa responde bem melhor e a esquiva agora parece ser mais precisa, conseguindo escapar de ataques que no primeiro jogo teriam acertado o jogador de qualquer forma.

O sistema de materia também retorna, permitindo uma grande personalização para o seu estilo de jogo. A arma e equipamento de cada personagem possuem espaços para equipar esses itens que podem trazer desde bônus aos status até tipos de magias diferentes. Materias diferentes podem ser conectadas com outras, melhorando a eficácia ou trazendo efeitos novos, o que permite uma grande liberdade na hora de moldar sua build.

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Com um elenco tão grande de personagens, a Square Enix facilitou a troca de personagens permitindo aos jogadores criarem até três formações diferentes de equipe, as quais podem ser trocadas rapidamente com o pressionar de um botão durante a exploração.

Apesar do excelente combate, a história continua sendo o grande destaque de Final Fantasy. Aqui temos a parte central do jogo original, o que significa que temos um desenvolvimento muito maior para todo o elenco.

Todos os personagens principais são bem explorados, possuindo seus próprios arcos pessoais, os desenvolvendo seja através de flashbacks ou novos acontecimentos. Há uma grande carga emotiva em cada uma das histórias.

Os personagens continuam extremamente carismáticos e a interação entre eles está melhor do que nunca. Ver a nova amizade formada entre Tifa e Aerith em cena ou Cloud se abrindo mais com a equipe são cenas que dão muito mais vida à equipe.

A história central também recebe continuidade, com o grupo perseguindo Sephiroth para impedir o evento apocalíptico previsto. Na primeira parte a Square Enix brincou com a possibilidade de que nem tudo pode seguir como o original e aqui vemos se isso era apenas uma brincadeira ou algo realmente que seria levado a diante.

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A narrativa de Final Fantasy VII Rebirth possui momentos grandiosos, as quais conseguem superar com folga qualquer parte do Remake. Cenas que conseguem mexer tanto com novos jogadores quanto fãs do original, brincando com as expectativas ao mesmo tempo que entrega a história que marcou tantos jogadores no passado.

Final Fantasy VII Rebirth sabe trazer seus momentos mais leves na narrativa, para dar tempo para os jogadores e personagens respirarem, mas também traz momentos impactantes que levam os personagens para locais inesperados.

A Square Enix ainda soube acrescentar bem a história do original, adicionando elementos que aprofundam a narrativa e até mesmo aplicando muito da história que foi desenvolvida durantes os anos após o original de PS1 ser lançado.

Para quem curtiu as lutas contra chefe, ainda está bem servido em Rebirth. Aqui temos algumas das lutas mais marcantes da franquia, as quais possuem um peso enorme para os fãs do jogo.

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A grande novidade de Final Fantasy VII Rebirth é o seu mapa aberto, abandonando a linearidade do primeiro. Mudar tanto a fórmula pode ser arriscado, ainda mais se o mundo não for interessante.

O jogo oferece várias áreas abertas para serem exploradas, baseadas em regiões do jogo original. Os mapas não fogem da fórmula padrão que estamos acostumados a ver em outros mundo abertos, com torres para liberar as áreas e pontos a serem completados. Ainda assim, ao contrário dos mais recentes jogos da franquia, Final Fantasy VII Rebirth consegue manter seu conteúdo secundário interessante e recompensador para o jogador.

As missões secundárias muitas vezes trazem histórias mais desenvolvidas, com narrativas que se conectam entre si ou com a história principal. Temos revelações importantes sobre a trama e até mesmo desenvolvimento dos personagens através de diálogos dessas missões menores.

Existem histórias secundárias mais leves e outras com temas mais importantes. Ainda há assim, o jogo sempre tenta manter o jogador instigado, seja com recompensas ou diálogos, para não se tornarem cansativas.

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Para os jogadores que se interessarem em ir atrás do que o mundo aberto tem a oferecer, encontrará chefes únicos para se enfrentar, novas invocações e até mesmo mini-games totalmente novos.

Cada mapa novo que você chega é apresentado a novas formas de explorar, trazendo possibilidades inéditas de locomoção e travessia, como Chocobos com habilidades diferentes e ferramentas para acessar novos lugares. Isso consegue manter a exploração mais interessante até o final do jogo.

Todo mapa também traz os seus novos mini-games. Essa foi uma parte que a Square Enix se esforçou no jogo, com uma enorme quantidade deles e a grande maioria sendo divertidos de passar o tempo. O destaque fica para o Queen's Blood, o Gwent de Final Fantasy.

Esse jogo de cartas é extremamente estratégico. Há uma grande variedade de cartas, com diferentes habilidades. O objetivo é juntar mais pontos na fileira, mas ao mesmo tempo você batalha contra o adversário para conquistar o maior número de casas. É um jogo simples, mas com uma grande camada de estratégia e realmente viciante. Existe até mesmo uma narrativa interessante por trás do mini-game.

O jogo ainda não termina com o fim da história. Há muito a se fazer após concluir a campanha, com chefes opcionais que entregam lutas super divertidas, novos modos de dificuldades e outras surpresas que irão certamente manter o jogador ocupado.

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Final Fantasy VII Rebirth é um jogo artisticamente bonito, com cenários vislumbrantes e modelos de personagens muito belos. Infelizmente a qualidade é prejudicada por alguns problemas técnicos incômodos.

O jogo apresenta o mesmo problema visto no Final Fantasy VII Remake, com algumas texturas no cenário em qualidade extremamente baixa, sendo totalmente borradas, seja no modo Performance ou Qualidade.

Aqui o problema é ainda mais notável, já que está presente em várias partes do mundo aberto e muitas vezes na cara do jogador. Embora não seja nada que prejudique a experiência, acaba afetando negativamente a beleza do jogo.

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Final Fantasy VII Rebirth soube se adaptar perfeitamente ao mundo aberto, trazendo um conteúdo interessante e recompensador ao jogador. O combate continua uma mistura perfeita entre ATB e ação, mas com muitas melhorias que tornam a experiência ainda melhor. Já a história está em seu melhor formato, trazendo uma narrativa realmente grandiosa que agradará aos novos jogadores e certamente trará algumas surpresas para os antigos fãs.

Apesar de alguns problemas técnicos, como texturas de baixa qualidade espalhadas pelo mapa, o brilho de Final Fantasy VII Rebirth é inegável e sem dúvidas um dos melhores jogos da franquia na última década.