Análise - Jusant

Análise - Jusant

Don't Nod amplia seu catálogo com um belo jogo
#Análises Publicado por igoiaba, em

A desenvolvedora francesa Don't Nod tem um portfólio bastante diversificado, procurando construir jogos com premissas e mecânicas bem distintas. Em seu currículo temos a franquia Life is Strange, Tell me Why, Vampyr e Remember Me. Anunciado na metade de 2023 e lançado no último dia 31 de outubro do mesmo ano, Jusant é a mais nova aposta do estúdio francês.

O game pode ser aproveitado no PC (R$87,49 na Steam), Playstation 5 (R$133,90) e Xbox Series S|X (R$87,45). O preço não é praticado como um lançamento AAA, e condiz com a proposta. A geração anterior ficou de fora dessa vez.

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Joguei através do XBox Cloud, com controles bem responsivos e pouca perda de resolução, como é de costume em serviços via streaming.

Direção de arte

Começar do começo, por um dos pontos fortes do jogo. Jusant é uma aposta na exploração, com estética e modelagem que lembram títulos como Ashen, Absolver e Rime. O jogo tem aquele peso da solidão com pontuais textos (cartas) que desabrocham o enredo. Esse vazio tem efeito semelhante ao Shadow of the Colossos, da Team Ico.

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Feito na Unreal Engine 5, o game consegue trazer uma iluminação suave e bucólica, tornando as cavernas e paisagens desoladas uma obra visual bem densa e agradável. Tecnologias como Lumen e Nanite são bem implementadas, tornando a transição entre áreas claras e escuras bem suaves, ditando o clima de exploração do jogo. O vários biomas da Torre (mundo do jogo) recebe a interferência humana, numa organização urbana bem peculiar. A direção guia o jogador por um caminho de descoberta, sem batalhas ou chefes. A maioria do tempo, o caminho é o desafio.

Narrativa

Jusante (isso, com "e") é um termo usado na topografia para definir o caminho da água em direção a sua foz. Seria o mesmo de "para onde a água corre". Sua narrativa, desde o começo, nos mostra a falta da água como principal agravante da jornada do personagem e de todos que um dia ali habitaram. Haviam vilas, pessoas, comércio, fazendeiros e artesãos naquela imensa rocha onde se concentra o jogo, que é chamada de Torre.

Esse mundo vertical vai pouco a pouco sendo descoberto pela curiosidade do jogador através de cartas deixadas por Bianca e outros personagens. É muito comum, enquanto se joga, olhar ao redor e pensar se podemos alcançar alguns locais com pitões e cordas. Será que há algum segredo ali?

A falta d'água é lembrada constantemente como o impulsionador do drama da história. Outras pessoas passaram por lá e sofreram do mesmo problema. O seu personagem, mudo, chegou num lugar abandonado e em busca de respostas.A trilha sonora entra em momentos chaves e puxa um pouco da solidão do lugar, preenchendo muito bem o jogo, criando momentos memoráveis. É um game para subir e apreciar.

Jogabilidade

O jogo tem a verticalidade como elemento chave e suas mecânicas de escalada tem certa relação com Death Stranding, onde o caminho é parte crucial de toda a gameplay. Como o game tem o ato de subir bem presente, o jogador precisa se acostumar com os conceitos de escalada. Utilizando os gatilhos no controle, pode-se controlar cada mão do personagem. Nesse ponto é semelhante a Human Fall Flat, sendo que mais simples e preciso. Pequenas pedras, ganchos e apoios estão bem desenhados e mostram o caminho que vai ficando cada vez mais desafiador.

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Seu companheiro, um bichinho azul e tímido chamado Ballast, é bastante útil e modifica o avanço do jogo assim que tem seus talentos liberados. Para ajudar, o personagem conta com pitões que podem ser fixados como pequenos "checkpoints" para descansar numa subida longa. Lembre-se, o jogo está sempre avançando e poucas vezes você terá oportunidade de descer ou voltar um caminho. Siga sempre para cima.

Conclusões

O jogo é uma proposta ao relaxamento, ao mesmo tempo que te leva descobrir a refletir sobre a sociedade que ali vivia. Os mistérios ao redor do sumiço da água são intrigantes e as respostas, satisfatórias. Jusant é curto, com duração de 3~4h e pode ser aproveitado numa tarde de final de semana, cumprindo seu propósito de divertir o jogador curioso.

Considero o game excelente para preencher o vazio entre uma grande franquia e outra ou se um escape daquele RPG longo e cansativo ao qual você quer dar uma folga. É um jogo ne menor escopo, menor tempo de gameplay e menor orçamento, mas nenhum desses aspectos o tornam pequeno como jogo.

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Fonte: Gamevicio
igoiaba
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Eu vou pra o gol, pode deixar.

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