Foco em melhoria na qualidade de jogos do Xbox

O Xbox, após o lançamento do Xbox One, passou por grandes dificuldades em relação ao dispositivo e jogos, o que por consequência geraram as mudanças que vemos hoje na empresa e no que ela oferece. Isso afetou tanto a forma de consumir jogos de seus consumidores quanto a forma em como ela trabalha, podendo ser considerada por muitos uma boa evolução.

Em 2013, ano do lançamento do Xbox One, ela tinha apenas 4 estúdios para poderem trabalhar em seus próprios jogos: Turn 10 (2001), Rare (2002), 343i (2007) e The Coalition (2010). Em 2014 ela adquiriu a grande Mojang por conta do sucesso com Minecraft, totalizando 5 estúdios até então. Ela até tinha outros estúdios anteriormente, mas que foram fechados.

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Mas além dos jogos próprios, ela tinha (e ainda tem) um estúdio chamado Xbox Game Studios Publishing, que cuida da parte de parcerias que o Xbox tem com outras desenvolvedoras. A função dele é encontrar outras desenvolvedoras que queiram desenvolver um jogo para o Xbox e com exclusividade incluída, geralmente concedendo a IP para o Xbox. Vários jogos que vimos no Xbox foram feitos a partir desse tipo de contrato, como Sunset Overdrive, Quantum Break, Rise: Son of Rome e State of Decay.

Apesar de terem como trabalhar com seus próprios estúdios e parceiras, as parcerias que ela criou no geral foram bem falhas, tanto por conta do marketing negativo quanto pela qualidade dos próprios jogos que entregavam. Muitos desses projetos eram lançados de forma corrida e com pouco planejamento, resultando tanto em vendas baixas como em muitos problemas técnicos para o próprio jogo. Os 5 estúdios que o Xbox teve para complementar essa falha também tiveram certos problemas, pois teriam que tentar manter a qualidade e entregar grandes jogos em poucos anos de desenvolvimento para suprir essa lacuna.

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De 2013 até 2020 o Xbox seguiu tentando lançar jogos como podia ao mesmo tempo que passava por uma grande reestruturação dentro da Microsoft, correndo o risco até mesmo de ter a divisão fechada. Confira logo abaixo alguns dos jogos próprios (first-party) que foram lançados nesse período, levando em consideração o Opencritic e Steam. No caso da Steam, serão mencionados apenas os jogos lançados após 2018 por conta dos outros poderem ter recebido correções e serem uma versão melhorada da lançada no Xbox.

Pela lista acima deu para notar que houve uma falta de jogos de seus próprios estúdios e que tentaram suprir através de parcerias com outros estúdios. Parte do problema foi justamente certos acordos que deram muito errado e não serviram para complementar os jogos dos estúdios do Xbox, como Killer Instinct (77), ReCore (65), Sunset Overdrive (83), Rise: Son of Rome(64), Crackdown 3(63) e vários outros. Vários desses jogos vieram com muitos problemas e/ou não supriram a expectativa do público da marca Xbox.

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A partir de 2018 e após a reestruturação da Microsoft, o Xbox começou a comprar alguns estúdios que, de acordo com ela, seriam criativos, como Undead Labs, Ninja Theory, Playground Games, inXile etc. A partir daí tivemos alguns jogos totalmente novos saindo de dentro do Xbox, como Wasteland 3 e Bleeding Edge (ambos já estavam em andamento mas foram publicados pelo Xbox). Além disso a empresa mudou bastante seu formato de desenvolvimento, fornecendo liberdade criativa e bom investimento para seus estúdios criarem seus jogos, e por isso após 2020 vimos mais jogos interessantes e bem polidos.

Além das médias no geral serem mais altas, ainda houve maior variedade de ips próprias, mesmo boa parte sendo de menor porte e nicho. Os jogos não vieram com problema de otimização (ao menos nos Xbox Series) e nem bugs notáveis, diferentemente de Sea of Thieves, Gears 5 e várias outras parcerias anteriores que frequentemente não conseguiam entregar um jogo polido no lançamento. Até mesmo Ori and Will of The Wisps, que é uma referência de qualidade técnica para mim, teve problemas de performance e as vezes fechava sem motivo.

Apesar dessa melhoria e maior variedade de jogos, Halo Infinite ainda veio com problemas por conta de sua má gestão e cobranças para ser lançado. O jogo foi até bem avaliado pelos críticos (talvez por conta de seus pontos fortes como jogabilidade e trilha sonora), mas em contrapartida houve bastante reprovação por parte dos jogadores por esperarem algo de melhor qualidade técnica. Isso resultou em uma recente grande mudança na estruturação da 343i e talvez a franquia receba uma pausa para planejarem o próximo jogo com maior qualidade.

Sobre esse caso de Halo Infinite eu penso em dois pontos. O primeiro é que a Microsoft não estava preparada para a gestão dele e de vários outros estúdios que pudessem ter algum tipo de problema, esperando até mesmo o problema escalar para tomar as devidas decisões. O segundo é que a reestruturação só aconteceu por conta de que, tantos os jogadores quanto a nova política de qualidade dos jogos do Xbox, estão buscando melhor qualidade e polimento em seus jogos. Pudemos ver isso nos lançamentos até então e até mesmo nos adiamentos longos de Redfall, Forza Motosposrt (levando em conta o rumor de que sairia em 2021) e principalmente Starfield.

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Ao contrário dos jogos feitos por estúdios do Xbox, o Xbox Game Studios Publishing reduziu drasticamente a quantidade e variedade de jogos lançados através de estúdios parceiros. O último jogo publicado por ela foi As Dusk Falls (primeiro jogo feito pelo estúdio) e antes dele o Tell Me Why em 2020, ambos do mesmo gênero de jogo. Ela está com algumas parcerias como Contraband, Ara: History Untold e um jogo aida não anunciado da IOI (estúdio de Hitman), mas teremos que ver se os jogos terão maior qualidade do que os já lançados anteriormente. O que temos certeza é que precisa de uma melhora.

Podem existir diferentes opiniões sobre se essa liberdade e investimento são corretas, e não estão errados em duvidar da plataforma que errou bastante ao longo de uma geração inteira. Apesar de termos essa pequena amostragem de 2 anos de jogos bem feitos, resta então saber se isso foi uma coincidência por conta que determinados estúdios lançaram seus jogos ou se será um bom padrão seguido nos próximos jogos. Esse ano temos mais alguns deles feitos por estúdios comprados recentemente pelo Xbox e outros já antigos, mas veremos se garantirão a qualidade deles.

Apesar dessa "positividade" em relação as notas e polimento, é claro que o Xbox necessita também de alguns "grandes jogos" para que consiga se vender para o grande público, os quais geralmente são cativados por jogos de ação/aventura, RPG e jogos de tiro (ou uma mistura disso tudo). Conforme foi explicado sobre a interação entre os estúdios dentro do Xbox e em como estão divididas suas equipes, devemos ver uma alternância maior entre grandes jogos e jogos menores criativos, mas ainda não tivemos algum jogo grande que seja de um estúdio recém comprado. Talvez Starfield consiga se encaixar nessa categoria, mas teremos que esperar para ver.

E vocês o que acham? Melhou? Piorou? Está a mesma bomba?