Ubisoft é processada na Cingapura por cultura tóxica, assédio sexual e disparidade salarial racial

Mais um dia se passou, e como agora já está virando costume, a Ubisoft acaba de ser processada pelo Governo da Cingapura, reportando casos de cultura tóxica em seu estúdio na região (Ubisoft Singapore), além da subsidiária ter relatos de funcionários cometendo assédio sexual, com o estopim sendo uma disparidade salarial com base na raça dos desenvolvedores.

Isso veio seguido de um relatório, que deu outra visão sobre a cultura tóxica nos estúdios de desenvolvimento da Ubisof. Como revelado pela Games Industry e o Kotaku, uma exposição falando para mais de 20 ex e atuais membros da equipe do estúdio, um dos quais descreveu a Ubisoft Singapore como "um dos piores estúdios da Ubisoft em termos de cultura".

As acusações incluem assédio sexual, intimidação por parte de gerentes e disparidades raciais de pagamento, com grande parte da toxicidade ocorrendo sob a liderança de Hugues Ricour.

Ricour foi acusado de assédio sexual por 31 funcionários da Ubisoft Singapore em um relatório da Gamasutra em agosto de 2020, que surgiu na sequência da primeira grande onda de acusações contra funcionários seniores da Ubisoft.

Em novembro, foi relatado que ele havia sido removido de seu cargo como chefe do estúdio da Ubisoft Singapore, embora seu próprio perfil no LinkedIn indique que ele ocupou o cargo até fevereiro de 2021. Ele permanece na Ubisoft, atualmente no papel de diretor de inteligência de produção e baseado na sede da editora em Paris.

O Kotaku relata que foi substituído por Daryl Long, ex-chefe da Ubisoft Winnipeg (Canadá), com fontes afirmando que ele é uma melhoria, mas alegadas disparidades salariais e outros problemas ainda estão em andamento.

Criado em 2008, a Ubisoft Singapore é principalmente um estúdio de co-desenvolvimento que contribui para nomes como Assassin's Creed e Immortals: Fenyx Rising, embora sejam também o estúdio chefe por trás do problemático Skulls & Bones.

Fontes afirmam que o Governo de Cingapura deu à Ubisoft subsídios pesados ​​na esperança de que o estúdio treinasse talentos locais que eventualmente assumiriam o controle sozinhos. Mas, embora a Ubisoft tenha supostamente recebido os subsídios, a liderança ainda é concedida aos expatriados, e não à equipe local, como demonstrado pela nomeação de Long para substituir Ricour.

Além disso, as fontes de Kotaku relatam grandes diferenças na remuneração dos funcionários locais em comparação com aqueles que se mudaram para Cingapura para trabalhar no estúdio, com alguns dos primeiros ainda tendo que morar com os pais devido aos baixos salários.

A diferença é relatada entre US$ 5.000 e US $ 10.000 por ano em muitos casos, embora haja exemplos de disparidades mais amplas. Alguns gerentes seniores são pagos significativamente mais do que aqueles em estúdios como Ubisoft Montreal ou Massive Entertainment.

Também existe um "teto francês", tornando mais difícil para alguém que não seja francês ou fluente na língua ter sucesso. Diz-se que isso é particularmente verdadeiro para funcionários ou mulheres do sudeste asiático. O relatório também sugere um departamento de RH ineficaz que, embora administrado principalmente por pessoas locais, é forçado a seguir as prioridades da administração geral e da produção, de acordo com fontes.

Alega-se que os incidentes de assédio sexual são varridos para debaixo do tapete. Um caso que levou a uma revisão formal resultou em nada mais do que um aviso formal e treinamento obrigatório em sensibilidade cultural. A mulher que relatou estar sendo assediada apelou da situação e o homem que ela acusou foi transferido para outro prédio.

Todo o processo demorou nove meses, e fontes relatam que a "cultura do irmão" permaneceu, com alguns funcionários até zombando do treinamento depois de concluí-lo. Em uma declaração para Games Industry, um porta-voz disse:

A empresa fez várias mudanças e nomeações de pessoal após essas acusações, mas no início deste ano a publicação francesa Le Télégramme relatou que isso teve um impacto mínimo, com a cultura de trabalho e toxidade na Ubisoft continuando a ser algo forte dentro de toda sua rede de estúdios.

O CEO Yves Guillemot contestou isso, alegando que a Ubisoft havia feito "progresso considerável".

No início deste mês, foi relatado que o Documento de Registro Universal da Ubisoft havia sido alterado, alertando que a empresa corria alto risco de perder todos os seus últimos talentos após as alegações, bem como risco moderado de "comportamento inadequado por parte dos funcionários".

Nos dias de hoje, a Ubisoft perdeu cerca de 25 diretores em todos os seus estúdios globais, tudo isso menos de 1 ano, com a empresa podendo sofrer uma ruptura interna, o que levaria a uma falência de operações. Esperamos que ela consiga se recuperar.