Análise | Ratchet and Clank: Rift Apart

Análise | Ratchet and Clank: Rift Apart

Talvez o jogo de plataforma mais bonito já criado
#Análises Publicado por Sr Ori, em

Ratchet and Clank: Rift Apart é um jogo de tiro e plataforma feito pela PlayStation Studios. Lançado em 2021 no PlayStation e em 2023 no PC, o jogo trouxe novidades para a nova geração de consoles que ainda estava iniciando e também foi uma sequência aguardada para os fãs do jogo.

Ele foi um dos principais jogos do PlayStation 5 em 2021 e também é uma franquia que já tem um bom histórico de jogos. Mas o que será que o Rift Apart trouxe de bom? Confira uma descrição mais detalhada logo abaixo do que percebi ao jogar esse grande jogo.

História

Como citado anteriormente, o Rift Apart é uma sequência do jogo de 2016 desta franquia, porém não é extremamente necessário jogar o anterior para conseguir entender a história do Rift Apart. Isso se deve muito a como criaram o início da história do Rift Apart, mostrando de forma bem didática a situação atual do Ratchet and Clank em relação aquele universo e ao mesmo tempo contando a sua própria história sem se apegar tanto ao passado.

Também achei que foi fácil conciliar o enredo entre os jogos, porque a história em si não tem nada de extraordinária. Ela é uma história bem comum, meio que similar a história de super-heróis. O que ajuda muito esse enredo são justamente os personagens e o bom humor que o jogo trás em todo momento. A ideia de trazer a Rivet, Kit, Imperador Nefarius e vários outros personagens para interagir e cada um tendo sua personalidade única, ajudou bastante a conciliar com aquela história sem graça.

O legal é que o estúdio também abordou de forma igual a história de cada personagem, tanto heróis quanto vilões. O jogo consegue mostrar a motivação e personalidade de cada personagem de uma forma bem bacana, e desenvolver isso durante certos momentos do jogo.

Jogabilidade

E iniciando pela parte que mais chamou a atenção das pessoas pelo jogo lá em 2021, os portais, Rift Apart traz de forma genial a ideia de transformar os loadings extremamente rápidos (por conta do uso do SSD) em portais de dimensões. Isso gera aquela imersão de realmente estar interagindo com o jogo ao invés de mostrar uma tela estática.

E ainda sobre os portais, o jogo trabalhou com ele de duas formas. A primeira, e que chamou a atenção pelo uso do SSD, foi a que praticamente muda o mapa de forma instantânea, podendo ser notada quando Ratchet está vagando entre dimensões até chegar no outro mundo. A outra aparenta ser um simples recurso de teleporte, até por conta de serem dentro do mesmo mapa e ser um recurso já conhecido em outros jogos. E apesar de que a primeira opção que citei pudesse ser mais frequentemente usada durante o jogo (até por conta da novidade na época), em ambos os casos ele consegue entregar uma ótima imersão com o que se propôs a fazer e funciona de forma bem legal.

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Comentando sobre a parte plataforma do jogo, ela foi até bem feita. Em partes de salto e ação o jogo é muito responsivo, respondendo a todos os comandos dados e recompensando o jogador por acertos com suas habilidades. Talvez por conta do jogo ter uma câmera mais próxima do personagem tenha ajudado com a sensação de profundidade, auxiliando a desviar de inimigos e saltar sobre plataformas com maior facilidade.

Porém, essa câmera colada no personagem chegou a atrapalhar em uma parte bem específica no combate. Quando o jogador fica encurralado entre uma parede e um inimigo, a câmera perde o personagem e não se ajusta para conseguir exergar qual a melhor opção de sair daquele lugar. Essa situação acaba ocorrendo quando se tem muitos inimigos por perto ou um inimigo muito grande, fazendo a câmera se perder completamente.

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Já em relação ao combate, o jogo possui uma variedade bem grande de armas disponíveis para compra. Cada uma delas possui sua forma de usar e variação de potência e utilidade. Porém poderiam ter caprichado mais na evolução de cada uma delas, porque aumentar dano, munição e área de efeito não motiva muito a ficar caçando itens para evouir essas armas. As evoluções são basicamente as mesmas armas só que mais fortes. Então meio que o jogador evolui por obrigação ou sensação de completude, porque não existe nada de interessante nessa parte.

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O jogo também tem um problema de progressão que o deixa monótono com o passar do tempo. Várias mecânicas são apresentadas nas primeiras horas de jogo, mas elas não mudam e nem evoluem. O jogo sequer mostra novas mecânicas para sentir alguma progressão ou novidade com o passar do tempo. E a mesma coisa acontece com os inimigos, onde começam a se repetir várias vezes os mesmos inimigos mesmo estando em planetas/universos totalmente diferentes.

Além desses problemas de progressão eles reaproveitaram as habilidades da Rivet e Ratchet, podendo serem considerados um único personagem o jogo inteiro. As armas e habilidades são exatamente as mesmas, e inclusive as evoluções de armas permanecem quando se troca de personagem. Isso tirou muito o potencial de deixar o jogo mais dinâmico e interessante, e até para dar mais individualidade entre os personagens.

Rift Apart também tem duas mecânicas secundárias que são bem bobas, para não dizer inúteis, e que só servem para adicionar tempo de jogo na campanha principal. São elas:

  1. Eliminar vírus: Para acessar certos terminais, Ratchet envia uma robô que serve para derrotar os vírus do computador utilizando uma arma. O maior problema é que o que se aprende no início dessa mecânica é levada até o fim do jogo sem evolução. Além disso, essa parte não agrega em nada na história, servindo apenas para complementar as horas de jogo.
  2. Consertar fendas dimensionais: Este é um jogo de puzzle onde o Clank deve atravessar os robôs para o outro lado com o auxílio de poderes e plataformas. Notei que o Rift Apart enfrenta o mesmo problema que outros jogos ao utilizar um jogo de puzzle apenas para preencher tempo de jogo, já que a base desse gênero é criar um desafio lógico e esse jogo não consegue entregar isso. Além disso, ele tem um erro lógico interno que é possível perder os poderes necessários para concluir a fase, e isso acontece quando se insere um poder em uma plataforma que já tem outro poder atrelado. E para eu que sou fã do gênero de puzzle, achei um grande descaso criarem algo simples e mal feito dessa forma. E para quem quiser ter uma idéia do que seria esse minigame de puzzle do Rift Apart bem feito, jogue Humanity que é a mesma ideia, mas bem feito.
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O jogo também possui missões secundárias para complementar a experiência. O foco nelas é o combate, e ao concluir, o jogo recompensa com cosméticos. E como uma dessas opções, existe o modo horda, onde o jogador pode testar suas habilidades e as armas que conseguiu durante toda a campanha.

E no geral também notei que o jogo é bem cinematográfico, e até mais do que o necessário para esse gênero de jogo. Várias ações foram muito bem feitas para gerar aquela sensação de que o jogador está fazendo algo incrível, e realmente funciona. Mas pegando como exemplo uma parte em que o Ratchet transiciona entre dimensões várias vezes seguidas, nessa parte o jogador pode simplesmente largar o controle porque o jogo não te pune por erros e meio que estraga a intenção de ser uma parte frenética. Um jogo que consegue trabalhar com transições cinematográficas e ao mesmo tempo ser bem frenético acabou sendo Sonic Frontiers, e seria interessante se Ratchet and Clank conseguisse adaptar para algo mais nesse estilo, o qual considera os reflexos do jogador nas ações ao mesmo tempo em que existem pequenas transições cinematográficas para complementar.

Audiovisual

Essa parte foi um dos destaques desse jogo, porque ele em si é muito bonito. Além dos gráficos serem bem feitos, as animações de combate, quantidade de efeitos na tela e as transições entre dimensões deixam tudo muito mais chamativo e até mais interessante de se jogar. E claro que isso também auxilia no desenvolvimento da história dos personagens por conta de mostrar suas emoções com muita clareza.

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A trilha sonora também foi bem feita. Não chegou a ser memorável para mim, mas em basicamente todos os momentos ela se encaixava com o que o jogo queria passar com as cinemáticas, momentos de ação ou combate.

Além disso a dublagem em português também ficou bem legal para todos os personagens, mas tive uma preferência pela dublagem do Ratchet, Rivet e Dr. Nefarius por deixarem bem expressivos os personagens através da voz. Realmente ficou muito bom e mais jogos deveriam trazer isso com esse capricho.

Concluindo

Ratchet and Clank: Rift Apart é um jogo bem divertido e traz um capricho em vários aspectos para um jogo de plataforma e tiro. Apesar dos pontos negativos citados anteriormente, dificilmente a maioria deles irão realmente atrapalhar os jogadores que estiverem animados pelo jogo, já que são apenas detalhes técnicos e também observações pessoais sobre alguns aspectos.

No entanto, consigo recomendar o jogo mais para as pessoas que querem simplesmente desligar a mente para os problemas e coisas complicadas, porque o Rift Apart irá entregar um combate bem frénetico (e não tão complicado) e zero complexidade para descobrir as coisas. O jogo em si pode ser resumido a andar para frente, destruir milhares de inimigos e acompanhar a história. E isso não é ruim, mas é interessante saber se tem interesse nesse aspecto antes de adquiri-lo.

Disponível nas plataformas: PlayStation 5 e PC.

7.5
Nota
Um jogo de plataforma e tiro frenético e belíssimo, mas que poderia ser melhor trabalhado em vários aspectos do seu gênero.
Prós
  1. Dublagem
  2. Trilha Sonora
  3. Pesonagens Carismáticos
  4. Gráficos muito bem feitos
  5. Missões opcionais com bom conteúdo
  6. Tom humorístico da história
  7. Grande arsenal e armas disponíveis
  8. Comandos bem responsivos
  9. Transição entre dimensões de forma rápida
Contras
  1. História bem fraca
  2. Excesso de elementos cinematográficos
  3. Problema específico com a câmera
  4. Mecânicas secundárias da campanha mal feitas
  5. Falta de evolução/novidade nas mecânicas
  6. Árvore de melhorias das armas é medíocre
  7. Ratchet e Rivet não possuem diferenças em sua jogabilidade
Sr Ori
Sr Ori #luhckaz100

Fã de yakuza e jogos que trazem experiências criativas e diferentes das que já tive.

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