Análise | The Talos Principle 2

Análise | The Talos Principle 2

Vamos quebrar a cabeça
#Análises Publicado por Sr Ori, em

The Talos Principle foi lançado em 2014 e, após quase 10 anos, sua sequência finalmente chegou a ser lançada. Essa é uma série de jogos de puzzle, muito criativa e ao mesmo tempo aborda temas filosóficos sobre a vida, e em The Talos Principle 2 não foi diferente.

A sua sequência trouxe algumas novidades, novos gráficos e uma história mais bem trabalhada que faz os jogadores questionerem sobre vários aspectos do que seria certo ou errado. E claro, continua trazendo puzzles um pouco complicados para os que gostam dos desafios desse gênero de jogo. Então confira abaixo uma descrição mais detalhada do que The Talos Principle 2 entregou para os jogadores este ano.

História

Resumindo o jogo de forma geral para não dar spoilers, o jogador assume o controle do personagem chamado 1K (o nome tem um motivo) em uma época em que a humanidade como conhecemos foi extinta. E assim a sociedade que existe nessa época está tentando se adaptar não apenas a uma nova forma de viver, mas também questionam certas filosofias e crenças que eles possuem em seu meio.

E apesar de ser clichê questionar sobre o futuro da humanidade caso certos costumes se mantenham, o jogo aborda isso de forma muito mais profunda do que eu esperava. E mesmo eu tendo uma ideia meio que formulada na minha cabeça sobre o assunto, o jogo me fez questionar várias vezes sobre se realmente certas atitudes eram certas ou erradas através da história e certos argumentos filosóficos. E acredite, isso muito legal de acompanhar.

Uma parte que ficou meio sem sentido nesse aspecto da história foram as escolhas que o jogo oferece e não afetam na conclusão. Senti que esses questionamentos serviram apenas para eu não ser um agente passivo nessa história, mas realmente me questionar sobre o assunto e pensar na resposta. Mas como isso não influencia no fim do jogo, o jogador pode escolher entre 3 finais independente do que escolheu durante todo o jogo, o que pode deixar bem contraditório toda a progressão. Poderiam ter trabalhado em algo um pouco mais bem elaborado nesse aspecto.

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E por último em relação aos personagens, é bem interessante como todos, sem exceção, tem uma personalidade e crenças próprias. O jogo no total possuem cerca de mil personagens, e você pode conversar com pelo menos uma parte deles e entender suas preocupações. Mas os personagens que realmente são importantes para o enredo também possuem bastante personalidade, e você consegue entender com clareza o porquê de cada um agir daquela forma. Eles conseguiram humanizar muito bem os personagens, o que já é bem complicado para muitos jogos conseguirem fazer o mesmo. A parte em que eles mais trabalham isso são nas conversas individuais, onde é possível questionar ações e interesses de cada um.

Jogabilidade

Agora se tratando das mecânicas, o jogo apesar de ter melhorias em relação ao seu antecessor ele ainda foca exclusivamente nos puzzles. Então o jogo não tem combate e pode se resumir a resolver todos os enigmas que estão disponíveis no mapa.

Não vou citar cada mecânica disponível, mas os puzzles principais se focam em resolver enigmas dentro de uma área limitada. Geralmente se usam combinações de luzes para resolvê-los, porém as mecânicas evoluem em cada mapa que o jogador passa. Isso é bem positivo por sempre entregar novidades para o jogador.

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Também existem outros 3 tipos de puzzles que envolvem o mundo aberto. Então o jogador encontra uma estátua que indica um puzzle (só indica mesmo, porque não fornece dica de como resolver) e o jogador deve por conta própria resolvê-lo através da exploração do mapa e seguindo um raciocínio.

Enquanto os puzzles em áreas fechadas são muito bons, alguns desses puzzles de mapa aberto podem ser bem monótonos após várias horas de jogo, e isso é por conta dos mapas serem muito extensos e a exploração ser bem medíocre. Se a pessoa não procurar soluções na internet ela poderá passar várias horas apenas procurando a solução desses enigmas andando de um lado para o outro. O tamanho dos mapas aparentemente só se justificou pela beleza e para trazer certos tipos de cenários que os desenvolvedores queriam, porque de resto foram bem desnecessários.

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Além dos puzzles já complicados, o jogo ainda incentiva a resolver todos os enigmas existentes para desbloquear 12 novos puzzles mais complicados. Nem todos desses novos puzzles são mais complexos, porém eles mudam um pouco a linha de raciocínio e você pode passar horas tentando resolvê-los caso não entenda a lógica por trás. E para quem realmente gosta de um desafio desse estilo, eles são excelentes de se resolver.

Em The Talos Principle 2 também é possível coletar chamas espalhadas pelos mapas. Elas servem apenas para pular puzzles que o jogador não queira resolver, assim considerando o puzzle como resolvido. Isso ajuda o jogador a não perder tempo caso se sinta frustrado com um enigma, mas caso ele queira voltar e resolver aquele desafio a chama volta para o jogador e poderá ser utilizada em outro desafio não concluído. Essa foi uma forma que encontraram de deixar o jogo mais acessível e menos frustrante para algumas pessoas. E mesmo não tendo utilizado, acho válido o recurso por não atrapalhar a forma de jogadores como eu jogarem.

Audiovisual

Na parte visual ele é um dos poucos jogos que estão utilizando os novos recursos da Unreal Engine 5. E mesmo sendo um estúdio pequeno eles conseguiram entregar visuais bem incríveis, sendo uma parte que chama a atenção para jogá-lo. Isso ajuda bastante o jogo por conta de ele ser focado em algo mais artístico e voltado para o raciocínio lógico, não sendo necessário interações com o mundo ou mecânicas muito complexas.

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Eles também trabalharam muito bem na trilha sonora, desde as músicas escolhidas até os sons de resposta a determinadas ações são muito bem feitos. Todos esses sons chegam a ponto de serem memoráveis, tanto que se eu assistir alguém jogando, antes de concluir determinada ação, eu consigo me lembrar do som que resulta dessa ação. E é interessante que os sons do jogo contribuem para a satisfação de conclusão de um enigma e deixa tudo bem mais recompensador.

Concluindo...

The Talos Principle 2 é altamente recomendado para os amantes de puzzles por entregar ótimos desafios e uma história bem reflexiva. Para os que não estão tão acostumados com jogos do estilo também é possível jogá-lo (principalmente por conta de ter a possibilidade de pular puzzles que estão travando a progressão), mas talvez precise de um pouco de paciência em alguns casos.

O jogo possui mais de 150 puzzles para serem resolvidos, sendo que boa parte deles são mais complexos que outros jogos do gênero e podem levar o jogador a terminar a história por volta de 40 horas de jogo. A história também colabora para a duração, mas boa parte realmente vai ser o jogador se perguntando do porquê estar quebrando cabeça naquilo.

Vale a observação que ele também tem problema de desempenho em alguns mapas. Enquanto alguns eu consegui um bom desempenho outros chegavam a ser bem complicados de lidar. Não sei como estaria nos videogames, mas no PC provavelmente em alguns desses mapas a pessoa terá que alterar um pouco as configurações para não ter tantos problemas.

Disponível nas plataformas: PC, Xbox e PlayStation.

8.8
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Nota
A volta gloriosa de um dos melhores jogos de puzzle criados.
Prós
  1. História reflexiva
  2. Puzzles desafiadores
  3. Muito conteúdo
  4. Gráficos
  5. Trilha sonora
  6. Mecânicas sempre mudam em cada mapa
  7. Personagens carismáticos e com personalidade única
Contras
  1. Mal desempenho de alguns mapas
  2. Escolhas de diálogos não fazem diferença
  3. Mapas extensos
Sr Ori
Sr Ori #luhckaz100

Fã de yakuza e jogos que trazem experiências criativas e diferentes das que já tive.

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