Análise | Mario Wonder

Mario Wonder é o jogo mais novo da Nintendo para a franquia Mario 2D, trazendo diversas melhorias em relação aos seus outros jogos e até uma temática bem específica e exagerada para o jogo. O último jogo lançado nesse formato 2D foi Mario Maker em 2019, mas como a ideia dele é um pouco diferente do Wonder e seus outros jogos podemos considerar que o último jogo foi em 2012. Até por conta disso irei comentar diversas mudanças e melhorias que a Nintendo implementou nesse Mario Wonder, e se realmente valeu todos esses anos de desenvolvimento.

Bom, começando pela parte da história e personagens, o jogo não muda tanto em relação a sua franquia, se resumindo a passar por um monte de mapas e no fim derrotar o Bowser. A diferença aqui se encontra no elenco de personagens que podemos escolher para percorrer todo esse caminho até o Bowser, sendo que as variações de Yoshi e ladrão possuem imunidade a dano.

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Um outro personagem inédito no jogo é a flor falante que tanto introduz o jogo ao jogador quanto o acompanha em todos os mapas. Ela pode servir como fonte de informação, mas ela também conta piadas e zoa o jogador em algumas fases. Esse personagem foi uma adição bem interessante, já que nesse estilo de Mario que estamos acostumados a jogar, temos somente a música e desafios como interação possível.

Agora abordando as mecânicas e outros aspectos da jogabilidade, Mario Wonder consegue não apenas trazer elementos novos como também tratá-los de formas diferentes em fases posteriores. Isso evita que o jogo pareça longo e repetitivo, mesmo ele realmente não sendo tão extenso.

Uma das melhorias foram os poderes que o jogo trouxe. Ele se mantém com alguns poderes antigos como o cogumelo e a flor de fogo, mas também adicionou o elefante, a broca e a flor de bolha. A parte interessante é que para cada um desses poderes existem fases que são necessárias o uso ou pelo menos são facilitadas ao utilizar o poder correto, meio que justificando a existência do poder além da óbvia vantagem que o personagem ganha ao consumi-lo.

Além dos poderes, a maior mudança que o jogo trouxe, e é o conceito base dele, é a Wonder Flower. O que ela basicamente faz é transformar o mapa em que o jogador está em algo totalmente vivo e louco. Junto a essa transformação o mapa também muda completamente os desafios padrões que existiam em outros jogos da franquia e até mesmo dos mapas "normais" do Mario Wonder. Inclusive foi essa nova flor que deu uma dinâmica maior para os chefes, pois a base deles continua a mesma, mas a Wonder Flower acaba mudando o comportamento do chefe e do mapa.

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Além dos poderes, o jogo também inclui insígnias que são conquistadas através da loja ou de algum mapa após completá-lo. Elas podem tanto auxiliar o jogador com algumas mecânicas como dificultar, ou apenas deixar o jogo mais engraçado e divertido. Um exemplo de insígnia é a que deixa o personagem invisível, mas ele fica invisível tanto para o jogador quanto para os inimigos.

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Em relação aos mapas, o jogo possui 6 mundos no total com várias fases incluídas, além do mapa central chamado Arquipélago Florido. Cada mapa tem sua própria temática e desafios, fazendo com que a jogabilidade nunca fique enjoativa e, nesse caso do Mario Wonder, até surpreende positivamente quem está jogando.

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Uma adição interessante é que agora os mapas possuem níveis de dificuldade visíveis para o jogador através do indicativo de "estrelas". Quanto mais estrelas maior a dificuldade daquele mapa. E o legal é que colocaram variadas dificuldades em todos os mapas existentes (de fácil à bem difícil), mesmo que seja em um mapa inicial. Essa variação de dificuldade ficou muito boa e desassociou a casualidade que Mario tem em vários de seus jogos, principalmente por existir algumas fases que são até bem fáceis de ficar nervoso com a dificuldade.

Além destes mapas, o jogo também inclui mapas de desafio, que em sua maioria é mais complicada que as fases normais da campanha principal. Em cada mapa o jogador terá um caminho para ir para o "mundo especial" e se desafiar em uma fase específica. Para conseguir finalizar a última fase desse mundo, o jogador terá que conseguir todas as sementes nas fases de desafio, o que não é tão simples em algumas delas e pode demorar algumas horas.

A Nintendo tentou implementar um modo online e outro cooperativo local no jogo, o que de certa forma ficou até bem feito. No cooperativo local a câmera acompanha o jogador principal, e até outros 3 jogadores tentam concluir a fase em conjunto. Já no modo online apenas o jogador principal conclui a fase, mas ele consegue ver outras pessoas concluindo o mesmo mapa que ele. Existe uma forma de criar salas no modo online, mas o comportamento de "fantasma" é o mesmo.

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Em ambos os modos de jogo, caso algum jogador perca a vida por queda ou algum inimigo, ele não chega a morrer, mas vira um fantasma e pode ser resgatado por outros jogadores próximos. Isso pode ser usado para facilitar um pouco mais o jogo para o jogador ou outras pessoas que queiram essa ajuda.

Apesar da Nintendo não permitir comunicação no jogo, ela incluiu uma roda de emojis para comunicação e que de certa forma é bem divertido de usar. Já consegui auxiliar jogadores em fases de puzzle apenas com esses emojis e visualização dos fantasmas. O problema é que isso poderia ser muito melhor implementado, mas pareceu preguiça colocarem apenas 4 emojis e que provavelmente só usei 2 deles durante o jogo todo (porque era os que faziam sentido).

Outra parte do multiplayer é que é possível comprar placas com imagens dos personagens. Os jogadores podem colocar essas placas no meio da fase para os outros verem, mas ela também tem a função já mencionada de "ressuscitar" o jogador morto caso ele passe pela placa. Elas poderiam ter uma interação a mais, mas já é bem legal de usar, inclusive de utilizá-las como comunicação às vezes por conta da falta de emojis disponíveis.

Os gráficos de outros jogos do Mario já são muito bons, principalmente jogando em um portátil. No caso do Mario Wonder ele pareceu bem próximo ao que já tínhamos em seus jogos anteriores, porém ele se destaca nas animações dos personagens, inimigos e até o ambiente (plataforma e plano de fundo). As animações são extremamente bem feitas e dão um charme no jogo quando se percebe elas.

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Já na parte sonora, ela foi uma surpresa muito inusitada. O jogo traz as músicas já conhecidas pelos fãs mas também possui músicas novas para compor o jogo. Mas a parte inusitada que mencionei nem é essa, mas que no jogo existem fases musicais e tudo começa a cantar ou agir no ritmo da música. Foi uma surpresa muito grande ver eles trabalharem em algo que às vezes não é tão utilizado, mas fazendo de uma forma extremamente caprichada.

E por fim, o jogo finalmente recebeu a dublagem em português. Os personagens não chegam a falar tanto, mas a flor falante (que fala demais a propósito) em todo momento comenta uma informação e piada totalmente em português, e isso realmente ficou muito legal de acompanhar.

Mario Wonder foi uma surpresa muito boa esse ano não apenas para os jogos 2D, mas até para a franquia que precisava de algumas mudanças. Ele introduziu algumas novas mecânicas, mapas variados, bastante desafio e um multiplayer competente, resultando em boas horas de diversão para quem comprar o jogo.

E como todos sabem, a Nintendo não possui um sistema de conquistas semelhante a Steam, Xbox e PlayStation. Porém Mario Wonder criou uma forma de definir se você completou o jogo através das medalhas. Elas são conquistadas a cada grande marco que o jogador cumpre, como comprar todas as placas, terminar a campanha, coletar todas as sementes disponíveis, etc. No total são 6 medalhas.

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Para finalizar com uma curiosidade, o jogo veio tão bem polido em todos os aspectos que ainda continua na sua versão de lançamento (1.0.0). Não deveria ser algo a se comemorar mas infelizmente está incomum de acontecer atualmente.

Disponível nas plataformas: Nintendo Switch