Intel pede desculpas à China por sanções aplicadas pelos Estados Unidos
Após o Congresso americano aprovar um projeto de lei que proibia empresas americanas de se beneficiarem do trabalho escravo na região região chinesa de Xinjiang, gigantes de diversas indústrias começaram a pressionar os seus fornecedores para que parassem de fabricar seus produtos com a mão-de-obra da região.
Dentre elas está a Intel, que após a publicação de uma carta com o referido pedido, veio a público se desculpar com o governo chinês.
Em uma declaração nas suas contas oficiais do WeChat e Weibo, a Intel disse que seu compromisso de evitar as cadeias de suprimentos de Xinjiang era uma forma de entrar em conformidade com a lei dos EUA, ao invés de uma declaração de sua posição sobre o assunto. "Pedimos desculpas pelos problemas causados aos nossos respeitados clientes, parceiros e ao público chineses. A Intel está empenhada em se tornar um parceiro de tecnologia confiável e acelerar o desenvolvimento conjunto com a China", disse a empresa.
O pedido de desculpas, porém, não foi bem recebido pelo público chinês. Muitos usuários do Weibo criticaram a retratação da Intel como uma tentativa de proteger as vendas de seus produtos na China. Uma das mensagens dizia: "Um erro é um erro! Retire a declaração sobre Xinjiang!"
Enquanto isso, a hashtag "As desculpas da Intel são sinceras?" foi tendência no Weibo na quinta-feira, informou a Reuters.
Dentre as celebridades, o cantor Karry Wang disse que não serviria mais como embaixador da marca para a Intel, acrescentando em um comunicado que "os interesses nacionais estão acima de tudo".
Intel não foi a primeira e, provavelmente, não será a última a ser pressionada pelo cumprimento de sanções relacionadas a Xinjiang, enquanto continua operando na China.
"As pessoas costumam amar a verdade quando esta as ilumina, porém tendem a odiá-la quando as confronta." – Santo Agostinho