Protestem para ter um XBOX 360

#Notícia Publicado por alessandrogt, em .

Essa é a minha primeira aparição no Gamevicio. A partir de agora, acostume-se com a idéia de ter um espaço com críticas ácidas sobre o mercado de games. Todas as semanas estou incumbido da missão de abrir as portas de meu confessionário que, diga-se de passagem recebe visitas ilustres. Diferente do combinado com a igreja, não guardo segredos. Esta coluna irá revelar cada um deles para vocês sem dó nem piedade. Para o pecado da falta de noção não dou perdão. Essa é regra e a lei que impera por aqui!

Está semana tive o desprazer de ligar minha televisão e dar de cara em um programa sobre games. Já conhecia há tempos a proposta e as falhas do protótipo de seriado nacional com cara de enlatado. Mesmo sabendo do que se tratava, resolvi perder alguns minutos assistindo uma entrevista hilária. Nela alguém da Microsoft, provavelmente um gerente de contas para a América Latina, tentava responder alguns perguntas óbvias sobre o lançamento do XBOX 360 no Brasil (QUE NÃO IRÁ ACONTECER TÃO CEDO).

Em uma mistura confusa de português, espanhol e embromol, o sujeito tentava explicar quais eram as dificuldades da empresa em lançar o console por aqui. O principal culpado apontado foi o imposto. Não é de hoje que os impostos são os mais terríveis inimigos de todos. Em uma análise simplória a situação é a seguinte: todo produto ligado ao segmento de entretenimento recebe a cavalar tributação de 80% sobre seu valor. Isso significa que um produto que custa 100 dolares, chega ao Brasil por 270 reais e ainda recebe o acréscimo de mais 216 reais, atingindo o preço final de módicos 486 reais.

Abro um parênteses para expressar algumas opiniões: presenciei a reserva de mercado de informática nos anos 80, quando o Brasil estava preocupado em desenvolver produtos nacionais e não sofrer com a violenta concorrência estrangeira. O resultado foi desastroso. Tivemos de abrir as portas para não virar uma segunda Cuba. Ficamos dez anos lutando para voltarmos a realidade tecnológica mundial. A tributação do governo no mercado de entretenimento é descaradamente absurda e re-cria o pesadelo dos anos 80. Ainda se existissem empresas nacionais capazes de desenvolver algo para concorrer com a Microsoft ou Sony, todos podíamos concordar com a intenção. Porém, sabemos que toda essa palhaçada é uma maneira escrota do governo encher seus cofres para pagar mensalões e funcionários inúteis. Não quero me alongar no setor da política, o qual, deixo claro que tenho nojo e repudia total.

Voltando para o mundo do videogame, e, mas, precisamente, para a entrevista do tal sujeito da Microsoft, um ponto da matéria me chamou muita atenção. Não sei exatamente o que ele queria dizer, mas, suas palavras foram essas que re-escrevo quase que fielmente (já que estou escrevendo em português e não em portuespanholbrumol) " "... é importante que as pessoas manifestem seu interesse pelo XBOX 360. Saiam as ruas, mandem cartas aos seus governantes, reúnam pessoas e mostrem o quanto vocês querem que este equipamento venha para o Brasil". Uma imagem me passou pela cabeça e tenho que compartilhá-la. Não sei ao certo porque, mas, minha imaginação pouco criativa criou uma cena de uma aglomeração de milhares de jovens pela avenida Paulista, carregando faixas e cartazes com os seguintes dizeres: "Deixem a Microsoft trazer o XBOX 360 " Filma eu Galvão!". Diante dessa bobagem sem tamanho cabe a seguinte pergunta: Nossos governantes estão cheios de buracos (cavados por eles mesmos) para taparem rapidamente. Eles darão ouvidos para uma porção de viciados em jogos (que somos nós)? Um decreto irá fazer com que o imposto sobre importação caia para zero da noite para o dia? Se você responder sim para qualquer uma destas perguntas, vocà deve acreditar em Papai Noel e Coelho da Páscoa.

Sinceramente, acho que o funcionário da Microsoft está precisando de férias urgentes. Ele não deve conhecer nada sobre o Brasil e, não duvido, que ele afirme que a capital do nosso país fica em Montevideo. Não seria mais simples, a Microsoft implantar uma fábrica na zona franca de Manaus? Ou ainda, não seria melhor baixar os preços do produto para que possam ser acessíveis, pelo menos, para uma pequena parcela da população? Apesar das soluções parecem óbvias, tenho para mim que eles preferem deixar o mercado para a "concorrência" (mercado informal). A filosofia de lucro é tão cruel, que parece que eles preferem não ganhar nada do que arriscar um investimento num país tão grande como o Brasil. Nosso presidente não fala inglês, mas, nosso povo paga as dívidas com paises estrangeiros todos os dias.

Depois disso tudo, nem Ave Maria resolve o caso. Ã melhor deixar que o diabo os carregue!

alessandrogt
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O Polêmico

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