Filmes De Jogos: Não São Todos Horríveis... Ou São?

#Artigo Publicado por franciscojsh, em .

Quem não adora um Top 5?! A opinião de um completo estranho soando como verdade absoluta para nosso entretenimento?! Mas confesso que ESSE Top 5 em especial foi bastante difícil, já que filmes de jogos são sempre uma completa bosta. Até existem flores que nascem do cocô remelento então vamos ver se encontramos algumas…

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É importante deixar claro que a linha de raciocínio que levou à escolha desses filmes foi unicamente a qualidade cinematográfica da obra: De nada adianta ter um filme totalmente (ou quase) fiel ao jogo, se a experiência de assisti-lo for péssima. Claro que ser fiel conta pontos, mas não é o mais importante.

O gamer, quando inicia um jogo novo, já está de acordo com um mundo mágico e estranho. Nem tudo tem que ser explicado, as esquisitices do mundo são apenas aceitas, contanto que haja coesão dentro dele mesmo. Ao passo que os filmes de jogos precisam fazer com que não-gamers (ou, como diria Harry Potter, "os trouxas") comprem aquele universo e aceitem aquele conjunto de regras.

Essa "obrigação" de tecer algum tipo de correspondência entre o mundo do jogo e o nosso mundo, além de tornar o obra cinematográfica mais distante do material-fonte, o deixa mais chato, pois o filme demora mais para chegar aos finalmente: O que vemos no jogo!

Além disso, mundo onde a história se passa sempre sofre, afinal a mágica e o encanto são diminuídos na tentativa de ganhar trouxas para aquele determinado cenário. Os fãs ficam frustrados e os trouxas ficam com a sensação de que aquele universo é só mais um genérico que será esquecido em 14 minutos (por mais rico e maravilhoso que ele seja).

Sem mais delongas, vamos à lista:

5) Resident Evil

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Não, os filmes não tem NADA a ver com o jogo. Mas são muito divertidos. Mesmo com algumas falhas críticas, como a luta com os cachorros do primeiro filme ou o "Nêmesis Miguxo", a franquia consegue se manter em pé graças ao carisma (e outros atributos) da Milla Jovovich e às aparições dos protagonistas do jogo aqui e ali. Tirando o Wesker. Ele está nojento nos filmes! Pior do que péssimo.

Esse é aquele filme que eu me perguntei (várias vezes) "Por que eu estou assistindo a esse lixo?" mas ainda assim eu assisti todos (não no cinema, claro) e me diverti todas as vezes. Mesmo quando a diversão foi apenas falar mal.

4) Prince of Persia

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Jake Gyllenhaal é um cara carismático e conseguiu tornar o mal encarado príncipe em alguém com mais do que uma única emoção (além de ter-lhe dado um bom nome: Dastan). O filme é divertido, uma deliciosa sessão da tarde, mas é esquecível.

Há todo o blá-blá-blá político meio chato e toda construção de sua família ou a criação de um passado para o personagem que não está na série de jogos que originou o filme (Sands of Time). Embora o jogo seja bastante solitário, com praticamente zero NPCs, o filme é repleto de vida, gente pra todo lado, o que me fez esquecer que o filme era baseado em um jogo.

Talvez isso seja uma coisa boa, já que seria bizarro ter um filme que começa com um cara fazendo parkour em ruínas sem nenhum motivo. A princesa gostosona está lá, o poder da adaga está lá, o visual do jogo (que é lindo, por sinal) está lá. Não é um filmasso, o favorito de ninguém, mas não é um filme ruim. Vale a pena ver com os amigo (mesmo se forem trouxas) .

3) Tomb Raider

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O de 2018 com a Alicia Vikander e não aquele completo amontoado de estrume com a Angelina Jolie de 2001. Por serem filmes de jogos, os dois acabaram caindo no mesmo erro: Ambos tomam tempo DEMAIS até colocar Lara dentro de uma tumba (que é só o TÍTULO DA FRANQUIA!). Contudo, no filme de 2018, vemos uma Lara humana, cheia de vida, com nuances, personalidade, receios, desejos… O filme só não está melhor posicionado nessa lista por não ter se aproveitado da estrutura cinematográfica de roteiro já existente no jogo.

Esse sim era um filme em que poderíamos ter a protagonista começando direto no navio logo antes da tempestade. A história que antecede a tempestade contada aos poucos pelos vídeos da handicam de Sam que Lara encontra e por suas próprias reflexões em seu diário de jornada. Esse era um filme em que a solidão na mata e nas tumbas faria mais sentido. E é uma pena não terem usado nenhum dos NPCs do jogo, que são tão bons. Se esse filme tivesse sido mais fiel, poderia ter ficado em primeiro lugar dessa lista (e poderia ter sido realmente relevante para o mercado audiovisual). Pelo menos a protagonista está perfeita. Jovem, desafiadora, insegura na medida certa, forte na medida certa.

Enquanto a Lara de Vikander tem um objetivo com o qual conseguimos nos relacionar, a Lara de Jolie é uma boneca inflável entediada que passa o dia saltitando pela casa por falta do que fazer. É claro que a culpa disso não é da atriz! É dos roteiristas Patrick Massett e John Zinman e do diretor Simon West, que acham que nós nerds somos retardados com robozinhos num trailer e que a nossa definição de "mulherão" é "atirar em tudo, enquanto os peitos balançam".

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2) Silent Hill

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Esse filme é bom e ponto. Não é "bom para filmes de jogos". Ele é só BOM! Um ótimo filme de terror (ou suspense) que usa os elementos certos do jogo, embora cometa a infidelidade de trocar o pai pela mãe da criança que desaparece. Não acho que ter sido uma mulher aumentou o sentimento de "vítima de um pesadelo". Qualquer pai sabe que perder uma criança é pesadelo suficiente. Contudo o filme se segura bem. E é um dos poucos filmes em que o Sean Bean sobrevive (justo esse!)

É uma pena que não houve continuação, porque o filme merecia. Ele tinha o visual certo, o clima certo, a música certa… Eu adorei os monstros, aberrações infernais completamente distorcidas que só uma mente deliciosamente doente como a de Keiichiro Toyama poderia ter concebido.

1) Warcraft

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O filme é muito divertido, possui inúmeras referências ao jogo e nos faz sair do cinema (ou da frente da TV) cheio de vontade de jogar Warcraft ou World of Warcraft.

Diferente da maioria dos filmes de jogos, Warcraft não se acovarda de usar os efeitos especiais brilhosos e espalhafatosos que estão lá nos games, o que torna o mundo construído totalmente reconhecível e bastante fidedigno! É claro que existem algumas infidelidades, (como a cidade de Dalaran que ainda não era voadora na época em que os Orcs viajam para Azeroth já estar no ar), mas nada que tire a plena sensação de estarmos totalmente naquele universo. Foi feito pelo mesmo estúdio que nos entregou o Senhor dos Anéis (só que sem o dedo podre do Peter Jackson e seu total desrespeito pelo material-fonte).

É um filme gostoso de assistir mais de uma vez, tem o visual INCRÍVEL das animações da Blizzard e o senso de humor dos desenvolvedores da franquia. Sabe quando a gente assistia às intros dos jogos e pensava "cara, isso tinha que ser um filme…" pois então… agora é. Mal posso esperar pela continuação. Tomara que seja feita! Merece seu primeiro lugar com louvor.

Algumas menções honrosas:

  1. Item 1 Mortal Kombat de 1995: O filme é péssimo, claro! Ninguém vai tentar te convencer do contrário, mas é hilário. E a música se tornou um ícone!
  2. Item 2 Detona Ralph: Não é adaptação de game nenhum, mas é a PROVA que é POSSÍVEL fazer um bom filme de jogo (do mesmo jeito que Os Incríveis é a PROVA que é POSSÍVEL fazer um excelente filme do Quarteto Fantástico)
  3. Item 3 Castlevania: Não entrou na lista por não ser um filme, mas uma série animada. Nem tanto pela parte de "animada", já que Warcraft é metade animação. Mas por ser uma série. Com vários episódios é possível construir um senso de realidade ao universo e dar chão à história. Conseguir essa façanha em um filme de duas horas é bem mais desafiador.
  4. Item 4 Minecraft Story-Mode: Além de ser uma série, ainda dá ao espectador a chance de escolher o caminho. Mais jogo do que filme. Mas é bem divertido.

Conclusão:

Ainda não estamos em um mundo em que filmes de jogos são tão bons quanto filmes de quadrinhos (ou só "filmes") mas estamos chegando lá. Um dia alguém acerta em cheio. Nesse dia eu vou querer um filme de The Legend of Zelda: Ocarina of Time! E você?

Francisco
Francisco #franciscojsh
, Rio de Janeiro