Console GameCube faz 14 anos

Em 14 de Setembro de 2001 chegava às lojas do Japão, as primeiras unidades do Nintendo GameCube. Seu hardware potente veio para bater de frente com a gigante Sony, que havia conquistado o terreno perdido para o Nintendo 64 durante o fim dos anos 1990.

A ideia de começar se diferenciando veio logo no começo. Diferente de todos os seus antigos consoles, a Big N optou por não trazer no primeiro ano de vida do novo console um jogo do encanador Mario. Mas sim, um jogo inédito de seu irmão chamado: Luigi's Mansion.

Um sonho quadrático

Após a Sega inaugurar a sexta geração com seu Dreamcast, e a Sony responder brutalmente com seu Playstation 2 era a vez da Nintendo apresentar seu novo conceito de console. A primeira menção ao novo projeto aconteceu na E3 de 1999, onde a Nintendo apresentou um conceito de console chamado Dolphin. Porém, só teríamos uma ideia de seu design mais tarde em agosto daquele ano, na Nintendo Space World.

Nessa ocasião, já foram apresentados alguns de seus acessórios e seu protótipo inicial de controle. Além, é claro, de seu nome oficial: Nintendo GameCube (NGC).

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Após a revelação do protótipo, também foi mostrada a nova mídia do console: o mini-DVD, um disco ótico de 8 centímetros para seus games. Pela primeira vez, a Nintendo abandonara os cartuchos (cujo a mídia especializada culparia por ''matar'' o Nintendo 64). Graças a isso, a inovação gráfica foi impressionante. Seus gráficos eram superiores a tudo que já havia sido mostrado, dando uma lavada na Sega e na Sony (em questão gráfica). A Sega, infelizmente não ficou tempo suficiente no mercado para ver o que o destino reservaria ao GameCube. Até a chegada do Xbox, o GameCube se manteve com os gráficos mais bonitos de sua geração. No ano seguinte, para aumentar ainda mais o hype, alguns jogos foram mostrados ao público, bem como uma tech demo de Zelda que levaram o público à loucura. O palco estava armado e o show prestes a começar com sua data marcada: 14 de Setembro de 2001.

Com essa premissa, com esses jogos e com esse novo hardware, a Nintendo sonhava alto novamente.

Lançamento conturbado

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A partir desse comercial, já se tem noção do quanto o console era ambicioso em sua ideia original. Mas nem mesmo toda essa ambição poderia tirar o Playstation 2 de seu trono tão facilmente. Depois de um ano no mercado, o PS2 já dominava o terreno e caminhava para se tornar o que sabemos hoje: como o console de videogame mais vendido da história.

Depois de uma campanha de marketing ousada, o console chegava às prateleiras japonesas no dia 14 de Setembro de 2001. Pouco depois, em 18 de Novembro do mesmo ano, o console chegou às prateleiras estadunidenses. E no dia 23 de Agosto do ano seguinte, o GameCube chegou ao Brasil. Entretanto, no Japão o lançamento não foi tão bom quanto a Nintendo esperava. Isso era reflexo dos ataques terroristas contra Nova Iorque 3 dias antes e que sacudiu a bolsa de valores. Por isso, o console só chegaria nos EUA em Novembro. Isso garantiu que, por lá, seu lançamento fosse melhor sucedido. O console capengou nos primeiros dias, mas logo ele se tornaria relativamente popular, com as promessas de um sucessor direto de Mario 64, novas franquias e um novo Zelda.

Aconteceu? Bem... aconteceu. Só não foi exatamente como todos esperavam.

O efeito Wind Waker

Em 2002, um novo Zelda é mencionado para o GameCube. Após Ocarina of Time (1998) e Majora's Mask (2000), o público aguardava uma sequência direta do herói do tempo como mostrado naquela tech demo anos antes. Mas o que foi mostrado causou indignação (injusta) do público. The Legend of Zelda - Wind Waker foi mostrado. Com gráficos cartunescos, uma história diferente e um Link diferente. O público detestou a ideia o máximo que pôde. Depois que o game foi lançado e com o tempo, ele se tornou um dos jogos mais aclamados do console. O mesmo aconteceu com Mario, que não ganhou a sequência direta de Mario 64 tão esperada. Super Mario Sunshine veio ao mundo: um game muito memorável do encanador, lançado em 2002 para o cubo mágico.

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O jogo não era nada com o que os fãs estavam acostumados. Era um jogo com diálogos e mais história, Bowser com um filho e uma jogabilidade pouco alterada desde o Nintendo 64. A principal novidade foi a ferramenta FLUUD (sem entrar em muitos detalhes, Mario Sunshine é um excelente jogo).

Para uma boa parte dos fãs, o novo game do encanador não era o que esperavam. E os jogadores não consideraram Sunshine como uma sequência de Mario 64, que seguiu sem continuação. E assim como Wind Waker, com o passar do tempo o jogo se tornou aclamado.

Esse efeito ''puxa e volta'' refletiu muito na popularidade do console. Quem viveu de perto essa geração, sabe do que estou falando. Alguns produtores da Nintendo chegaram a chamar esse efeito de ''O Ciclo de Zelda'' em referência ao que ocorreu com Wind Waker.

Apesar do que ocorreu com Mario e Zelda, algumas franquias não sofreram desse mesmo efeito. Metroid, por exemplo, uma franquia que não recebeu nenhum novo game no Nintendo 64, teve um renascimento épico no GameCube com o início da série Prime. Com a jogabilidade em primeira pessoa, gráficos excelentes, a caçadora de recompensas adquiriu uma grande popularidade.

Super Smash Bros. Melee também teve um bom momento no console sendo aclamado pela crítica e pelos fãs e se tornou o jogo mais vendido da plataforma. Pikmin, que nasceu no GameCube, também teve um ótimo momento no console, juntamente com Animal Crossing. Esses foram alguns dos jogos foram que deram ao GameCube seus primeiros milhões de unidades nas vendas. Mas o GameCube iria ficar mais popular entre os fãs da Capcom pelo três simples motivos: pelo remake do primeiro Resident Evil, Resident Evil 0 e Resident Evil 4.

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A falta de Third-parties começou a afetar o GameCube mais ou menos após essa época (assim como no Nintendo 64). A Nintendo teria que se virar com o que tinha para fazer o nome do console. Na dianteira de tudo isso, estaria o novo presidente da Nintendo: Satoru Iwata, que tinha subido ao posto em 2002.

O melhor controle da Nintendo?

O controle do Nintendo 64 era funcional de fato. Mas ele tinha muitas limitações. A primeira era um analógico frágil e a segunda era a falta de um recurso de vibração próprio. Claro que existia o Rumble Pack, mas ele exigia pilhas. Sem contar que o controle não era nada anatômico.

Pensando nisso, a Nintendo criou uma equipe que ficaria responsável apenas pela criação do novo controle. Suas melhorias incluiriam gatilhos mais macios, analógico mais duradouro, a inclusão de uma nova alavanca analógica e principalmente um formato anatômico. O controle ficou marcado na mente de todos os fãs da Nintendo. Ele é confortável e eficiente. Os jogadores gostaram tanto do controle que mesmo hoje em dia e anos depois, ainda existem jogos de Wii e Wii U compatíveis com o saudoso joystick.

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A primeira coisa que se nota nele são seus botões. A forma como estão dispostos não atrapalham o uso do botão A. Em jogos como Mario Kart, você pode segurar o botão A sem acabar esbarrando em outros botões. O fato do B ser menor que o A, também ajuda muito na sinalização.

O fim de uma era O Nintendo GameCube foi oficialmente descontinuado pouco tempos após a chegada do Wii ao mercado, em 2007. A Nintendo relata até hoje, que apesar do console ter ficado em terceiro na corrida de sua geração, o Cubo nunca deu prejuízo para a empresa japonesa. No fim, o GameCube contabilizou aproximadamente 21 milhões de unidades vendidas em todo o mundo.

Por ironia do destino, na geração seguinte, a Nintendo se recuperou e deu a volta por cima com o Nintendo Wii (mas isso é assunto para outro artigo, certo?). Para muitos da N-Party, o saudoso console é extremamente querido. E hoje, nossa equipe deseja um feliz aniversário para o GameCube! E que jamais será esquecido!

Quais foram as melhores experiências que você teve com o console, leitor? Comente!