O novo Dante ainda não convenceu

#Notícia Publicado por Anônimo, em .

IMAGEaHR0cDovL2ltYWdlcy5ldXJvZ2FtZXIubmV0LzIwMTEvYXJ0aWNsZXMvL2EvMS80LzIvOC82LzgvMS9EbUNfX19BbnRlc19lX2RlcG9pcy5KUEcuanBn

Ora bem, aqui estamos nós de novo. Já passou mais de um ano desde a controversa revelação do novo Devil May Cry na Tokyo Game Show 2010, e durante este período mais informações vieram á tona e já tivemos a oportunidade de ver o jogo a correr diante dos nossos olhos e falar com a equipe da Ninja Theory. Por essa razão temos uma opinião mais robusta e mais bem formada que aquela demonstrada na notícia original Devil May Fail, que na que foi baseada apenas no trailer de revelação do jogo e informações que até então tinham chegado.

Esse mesmo terminou de uma forma bastante cética, por isso, devo dizer agora, que esse ceticismo não diminui nem um pouco. Embora a Ninja Theory tenha mudado o visual de Dante, existem outros aspetos preocupantes em relação a DmC e que serão abordados.

Sobre o mudança de visual em Dante, não sabemos o motivo para esta decisão, mas o mais certo foi a pressão e a negatividade dos fãs (ou se calhar foi o Antoniades que também mudou de visual - o Jorge acredita que sim). O que importa é que houveram alterações. Dante perdeu aquele visual de "bad boy" que tinha no primeiro trailer (que recebeu críticas) e pela sua nova face não parece ser um delinquente. Desde o primeiro trailer, também nunca mais o vimos fumar.

O novo Dante passou por uma operação plástica.

Apesar de gostar mais deste Dante que o anterior (o original da Ninja Theory), continua a faltar alguma coisa. Se olharmos para as personagens deste género - hack and slash - vemos que são distintas de tudo o resto. Peguemos no exemplo de Bayonetta, que penso ser atualmente o melhor no género. Bayonetta é ousada, vestindo-se num fato de cabedal através do qual é possível ver as curvas do seu corpo. Os seus saltos altos com pistolas incluídas são algo de inédito, e para além de fazerem parte do seu visual, contribuem para uma jogabilidade e ataques únicos. Kratos de God of War é outro excelente exemplo. Com a sua pele esbranquiçada e tatuagens vermelhas, em conjunto com as laminas/correntes presas aos seus braços, é uma personagem que se destaca imediatamente.

O Dante da Ninja Theory é uma personagem a fugir para o genérico e com pouco carisma. Se olharmos bem para ele, não há nada que se destaque. Quase que parece uma pessoa que poderíamos encontrar no nosso quotidiano. E agora pergunto, qual a piada disso? Para este género, e mais especificamente para Devil May Cry, é necessário uma personagem fora do normal, porque estamos a lidar com um jogo fora do normal em que lutamos contra demónios. O antigo Dante (o original da Capcom) cumpria a tarefa na perfeição, daí que haja uma revolta tão grande por parte dos fãs em relação a esta mudança.

Mas o visual da personagem passou para segundo plano nas preocupações em relação ao jogo. Um dos pilares centrais de Devil May Cry sempre foi a sua jogabilidade, e mais uma vez, a Ninja Theory parece não conseguir dar conta do recado. Em primeiro lugar, temos a questão dos fotogramas por segundo. Por alguma razão, provavelmente devido à qualidade visual, decidiu-se bloquear a framerate a 30 fotogramas por segundo, o que para jogos rápidos como os hack and slash não é ideal.

Jogabilidade sem inovação

Em relação à jogabilidade em si, não quero aprofundar muito, porque ver e jogar não é a mesma coisa. Mas tendo em conta aquilo que já foi mostrado, mais uma vez não consigo detetar nada de brilhante. Todos os movimentos deste Dante já foram vistos em jogos anteriores, portanto, não há nada que surpreenda. Falta sobretudo espetacularidade no combate. Já que a Capcom deu a oportunidade à Ninja Theory de fazer um reboot de Devil May Cry, que aproveite para criar algo novo, e não se fique por aquilo que já vimos em muitos outros jogos.

É verdade que a Ninja Theory aproveitou alguma desta liberdade, como podemos notar nas origens da personagem. Dante não é apenas um demónio, é também um anjo, e goza de poderes de ambos os lados. A nível de jogabilidade, vimos que graças a isto Dante usa duas armas distintas para combater os inimigos , e que o "Devil Trigger" não funciona mais como uma transformação, mas como uma forma de parar o tempo (algo já possível em anteriores Devil May Cry graças ao "Bangle of time").

Uma nova ideia da Ninja Theory em DmC foi colocar Dante numa cidade que está a tentar matá-lo e que se transforma em tempo real. Esta novidade foi demonstrada no mais recente trailer, em que vemos de facto a cidade de transformar-se. O que não vi, foi a cidade a tentar matar Dante, e pergunto-me, se este parasse de correr, aconteceria realmente alguma coisa? Ou é apenas um linearidade empregue para o show sem um fim em concreto?

A mudança de Dante para metade anjo metade demónio implica alterações na própria estória de origem de personagem, e estou bastante curioso para ver como a Ninja Theory conseguirá dar a volta a isto. Em declarações à revista japonesa Dengenki PlayStation, o estúdio disse que DmC tem lugar num universo alternativo e que não está relacionado com outro Dante (tentativa de reduzir os danos causados?). Mas isto leva-nos a outro problema. Se a personagem e a sua própria estória é diferente, porque razão dar-lhe o nome "Dante"? O jogo seria bem melhor aceite, e não haveria tanta controvérsia, se este novo Dante fosse uma personagem diferente, assim como Nero em Devil May Cry 4.

Conseguirá fazer frente aos melhores do género?

Lidar com o legado de Devil May Cry não é tarefa fácil, a série sempre esteve entre os melhores do género, e inevitavelmente, DmC será comparado com os melhores do género atualmente. Isso implica estar frente-a-frente com Bayonetta e God of War III. DmC ainda não deu provas que consegue estar a altura desse desafio. O erro em DmC começou logo pela própria escolha do estúdio. A Ninja Theory tem apenas três jogos no seu currículo, dos quais se destacam Heavenly Sword e Enslaved. Ambos são jogos de qualidade, mas a nível de combate ambos deixam a desejar. O cair no esquecimento é outra das particularidades que ambos partilham. Existe uma razão simples para isto, faltou algo de surpreendente. E é deste ingrediente que DmC mais tem falta.

A cidade tentando matar Dante.

Para além disto, a Ninja Theory parece não conseguir desprender-se de Enslaved ou até mesmo de Heavenly Sword, pelo que se notam várias influencias do jogo em DmC. A mais visível está na palete de cores usadas, que é muito semelhante. Uma desculpa poderá ser o uso do mesmo motor, o Unreal Engine 3, mas quando olhamos para os inimigos, vemos novamente mais semelhanças entre os dois jogos. Por último, a rapariga de DmC aparenta ser uma sucessora espiritual de Trip, não em aparência, mas na sua função. De reparar que nos vídeos de DmC a rapariga diz-nos sempre o que fazer e como fazer, assim como Trip fazia em Enslaved (algo que acaba por se tornar frustrante e reduzir o desafio).

DmC está ainda em produção e a sua data de lançamento está ainda por definir (espera-se que seja no próximo ano), pelo que a Ninja Theory ainda poderá mostrar novidades e surpreender. Contudo, as esperanças para que isto aconteça são cada vez menores. Se DmC não cumprir, os fãs terão que se contentar com a coletânea em alta definição dos primeiros três jogos, que pelo menos, temos a certeza que não são Devil May Cry só de nome.

Anônimo
Anônimo
Publicações em Destaque
#Games, Por coca,
#Games, Por coca,
#Games, Por VSDias55,
#Games, Por VSDias55,