Visão "romântica" (e errada) da indústria de video-games

#Notícia Publicado por Anônimo, em .

Defesa com unhas e dentes

Todo o jogador tem as suas preferências relativamente ao seus géneros de eleição, às suas séries de eleição, aos seus jogos favoritos. Até é seguro admitir que todo o jogador tem uma plataforma que aprecia mais do que as outras, que poderá ou não possuir. Ã da natureza de qualquer indivíduo ser selectivo, e no que diz respeito aos videojogos, nomeadamente à época em que vivemos neste momento, há muito por onde escolher. Ã, possivelmente, um pouco insensato julgar um determinado jogador por ter um gosto especial por uma certa consola(s), e até é insensato julgar um jogador por este ter críticas construtivas acerca das plataformas que não gosta tanto (de novo, se tiver razões válidas para isso). Desde que uma discussão se mantenha aberta, devidamente fundamentada e produtiva o suficiente de modo a um jogador poder sempre admitir estar errado, até é benéfico colocar jogos ou consolas frente a frente.

O problema reside no facto de uma grande porção dos jogadores, e admito isto empiricamente, estar fechado num pequeno mundo onde apenas existe a consola (x) ou o jogo (y). De um ponto de vista, isto até pode ser percebível se considerarmos que as consolas não são baratas e o jogador sente-se, porventura, compelido a justificar a sua compra defendendo a sua "bandeira". Por outro lado, pode de igual maneira ser o caso um jogador, por ter um historial com uma certa marca, manter-se fiel a ela. Tudo isto é de conhecimento comum e que, julgo eu, não deixa qualquer margem para dúvidas.

Todo aquele que costuma frequentar fóruns, blogs e websites relacionados com videojogos, já se deve ter deparado com a palavra fanboy a um dado momento. Pois eu acredito que estes são os românticos desta grande comunidade que envolve todos os indivíduos que a uma certa altura do dia, se dedicam aos videojogos. São estes românticos que se dedicam a uma consola, são estes românticos que se entregam aos seus exclusivos e colocam de lado a mera hipótese destes viajarem para outras plataformas, são estes românticos que ainda acreditam na lealdade das produtoras a alguma marca em particular, só porque estas o foram no passado.

A verdade é que os produtores de videojogos, tal como toda a indústria responsável pelo funcionamento deste meio de entretenimento, são meros políticos que operam com o propósito de lucrar. Talvez tenha existido o momento em que, antes desta globalização avassaladora, as produtoras olhavam para o lucro num segundo plano (apesar deste estar sempre presente). Talvez ainda existam algumas produtoras que se preocupam mais com o jogador do que com o dinheiro que podem fazer, e que talvez ainda se mantenham leais a uma plataforma. Mas em grande medida, e baseado naquilo que temos visto nos últimos anos, isto é uma ilusão, pois o lema é "baixos custos e muito lucro." E mesmo quando olhamos para aquelas companhias que ainda gostam de arriscar e produzir algo novo e/ou ambicioso, não existe razão absolutamente nenhuma em não lançar tais títulos em várias consolas.

Nós estamos na era multiplataforma. Os exclusivos são produzidos pelas próprias companhias responsáveis pelas consolas - ou por produtoras que estas adquiriram -, ou são obtidos através de negócios milionários. A indústria está mais equilibrada que nunca, e nenhuma plataforma é indiscutivelmente superior a outra. A lealdade que alguns tentam defender é mera conversa de românticos numa era multiplataforma, e esta não vê nenhum benefício em tal virtude.

Fonte: PT Gamers

Link: http://www.ptgamers.com/artigo.asp?id_artigo=60

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