Takashi Tezuka revela conceitos por trás dos principais elementos do game Super Mario Bros

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A comemoração pelos 30 anos de Super Mario Bros. (NES) sem dúvida é uma época mais do que propícia para que seus desenvolvedores possam compartilhar algumas importantes lembranças sobre a época em que o game ainda era apenas um (ambicioso) projeto em andamento.

O site USA Today aproveitou a oportunidade gerada pela histórica data para realizar uma reveladora entrevista com Takashi Tezuka, que foi um dos principais realizadores deste revolucionário e inspirador clássico que é Super Mario Bros., afinal ele atuou como assistente do Diretor de criação deste título, o ilustre criador de Mario, Shigeru Miyamoto.

Na entrevista, Tezuka fala sobre tópicos altamente relevantes sobre o desenvolvimento deste game, incluindo origem dos personagens, bugs, sua memória favorita desta época, e também sobre o precioso legado que este game deixou para a indústria dos games. Confira os melhores trechos destas imperdíveis declarações de Tezuka logo abaixo.

Como surgiu a ideia de Super Mario Bros.

Tezuka: O começo do desenvolvimento veio da ideia de Miyamoto de pegar um personagem realmente grande (maior do que o normal da época) e fazer com que ele atravessasse terra, mar e os céus em um game de ação. Esse foi o coração do projeto, e continuamos adicionando ideias a partir daí.

Sobre inspiração para criar Mario e os outros personagens Tezuka: O personagem Mario foi idealizado pelo Sr. Miyamoto. Dadas as limitações da paleta de cores e da resolução que se tinha ao trabalhar com consoles de games então, sentimos que era melhor ter este personagem humano com um grande nariz, um bigode, e vestindo um chapeu. Os outros personagens no jogo nasceram basicamente do mesmo jeito.

A função veio primeiro. Nós percebemos que seria divertido pisar em um Koopa Troopa, mas também adicionamos espinhos ao Bowser e ao Spiny para fazê-los menos atraentes para se pisar em cima. Peach somente apareceu no final do Super Mario Bros. original. Nós desenhamos ela bem grande para que suas expressões faciais e coisas assim fossem as mais claras possíveis.

Sobre a importância das tartarugas no game (e na série Mario)

Tezuka: Simplicidade e facilidade de entendimento foram coisas que valorizamos muito durante a produção, e queríamos ter algum tipo de tema comum para dar mais coesão ao game. Então a ideia dele se passar em Mushroom Kingdom enquanto eles enfrentavam uma gangue de tartarugas foi decidido bem no começo. Além disso, quando chegou a hora de fazer inimigos, desenhávamos tartarugas todo o tempo. Você pode até dizer que deliberadamente colocamos limites em nós mesmos ao invés de pensar mais livremente, pois então seria mais fácil de criar o game.

Nunca houve uma razão terrivelmente importante para termos escolhido cogumelos e tartarugas. Tartarugas eram os inimigos mais memoráveis do Mario Bros. original, e acabaram exercendo um importante papel em dar mais coerência para a jogabilidade de Super Mario, então penso que foi um processo natural conforme decidimos como o mundo de jogo funcionaria.

Memórias favoritas do desenvolvimento de Super Mario Bros. Tezuka: Uma delas é a forma como tentei o máximo que pude prevenir que bugs assombrassem o game. Nós programamos intencionalmente pequenas surpresas para que você descobrisse durante o jogo, mas alguns dos bugs que deixamos passar foram surpresa até mesmo para nós - e embora isso possa ter sido frustrante para os programadores, acabamos tratando eles como características. O modo como você derrota Bowser, mas descobre que na verdade era um Goomba ou algo assim começou como um bug também.

Sobre o legado de Super Mario Bros.

Tezuka: Ele vem do conceito de game design que se mostra nos controles e na reação do personagem quando você aperta os botões - algo que parece natural aos jogadores e é compreendido de forma intuitiva sem precisar de muitas instruções. Isso é parte do DNA de Mario. Eu acho que é algo que não podemos permitir que mude conforme avançamos.

Sobre o Super Mario favorito

Tezuka: Um que ficou marcado na minha memória é Super Mario Bros. 3, o primeiro game Super Mario no qual trabalhei como Diretor.

Razão da notável longevidade de Mario Tezuka: Eu acho que é devido ao grande cuidado que dedicamos à "sensação de jogo". Acredito que games podem unir as pessoas desse jeito porque - independente da idade, gênero ou etnia - todos entendem que cair em um buraco é assustador, ou atravessar obstáculos é divertido, ou que ser atingido por espinhos provavelmente machuca. É um senso comum com o qual todos nos identificamos, e eu acho que fica gravado na mente das pessoas por causa disso - elas se envolvem emocionalmente enquanto jogam.