Regulamentação ecológica pode banir placas de vídeo 'high-end' da Europa

#Notícia Publicado por xsaragian, em .

O futuro das placas de vídeo de alto desempenho pode estar ameaçado no mercado europeu. Tudo porque a União Europeia colocará em vigor novas diretrizes para a fabricação e distribuição de hardware, que basicamente vetam equipamentos de alto consumo de energia. Chamadas de Eco Design Lot 3, as novas especificações para computadores domésticos podem significar o fim da linha para as placas de vídeo mais poderosas de Nvidia e AMD, ao menos no continente. A nova regulamentação deve entrar em vigor em 2014, embora o prazo inicial fosse 2013.

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A iniciativa faz parte de diversas políticas da União Europeia na busca pela diminuição do consumo de energia e aumento da eficiência energética de produtos industrializados. No caso específico das placas de vídeo, as especificações presentes no documento as classificam a partir da banda que elas oferecem de memória. Quanto mais banda, do ponto de vista da regulamentação, mais energia a placa consome.

Em termos gerais, a União Europeia resolveu definir como placa de alto desempenho aquela que tem maior banda de conexão entre memória e GPU. A decisão atrai críticas de usuários e de fabricantes porque, no geral, a banda não determina se uma placa é ou não mais eficiente do ponto de vista energético. O documento chega a classificar como limite máximo de 128 GB/s para uma placa.

Atualmente, uma Geforce GTX 660 pode ser comprada no mercado com banda de 144 GB/s. Com as novas especificações, ela estaria banida do mercado europeu. O mesmo aconteceria com as irmãs maiores GTX 670, 680 e 690. Do lado da AMD, o mesmo problema afetaria toda a linha atual de placas de alto desempenho da marca, da Radeon HD 7700 em diante.

O documento prevê que pode haver exceções, desde que as placas sejam comprovadamente eficientes energeticamente. Ou seja, caso um modelo tenha uma banda de memória superior ao limite permitido, o fabricante terá de comprovar mediante testes que o equipamento é tão eficiente quanto uma placa mais simples.

Além de ser alvo de críticas por conta do critério escolhido, largura de banda entre memória e processador e não o consumo real de energia e a dissipação de calor, por exemplo, as especificações também são criticadas no continente em virtude da desproporção no tratamento de um mercado de nicho, como é o caso do hardware de alto desempenho. Na avaliação de sites europeus, como o Nordic Hardware e o Overclockers, a União Europeia deveria se concentrar em exigir mais eficiências de usinas termoelétricas e de fabricantes de automóveis, por exemplo.

Como é nos outros ramos da indústria?

O outro lado da questão, que endossa o movimento da União Europeia, é o paralelo com outros ramos da indústria, onde severas e constantes atualizações das regulamentações acabaram causando efeitos positivos no longo prazo. Placas de vídeo de alto desempenho vem escalando o consumo de energia há algumas gerações na casa dos 100 watts/ano. Exemplo do impacto positivo das sanções da União Europeia a produtos ineficientes é o crescente avanço tecnológico dos motores de automóveis, impulsionado principalmente pelas especificações da União Europeia, que sazonalmente obrigam fabricantes a desenvolver máquinas mais econômicas e eficientes.

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