"Estamos criando games nos quais você precisa fazer várias ações diferentes"
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New Super Mario Bros. U foi, provavelmente, a única "novidade" da conferência da Nintendo na E3 2012. Há muito os fãs de longa data vêm reclamando de uma perda nos jogos, uma ausência na diversão em prol da casualidade. E a apresentação da empresa deu a entender que tudo segue nessa direção. Será que a Nintendo realmente caiu em fórmulas massantes para agradar investidores e imprensa? E como ficam os jogadores?
Mas depois da apresentação bem arroz com feijão da Nintendo em Los Angeles, o portal Kotaku fez uma entrevista com ninguém menos que Shigeru Miyamoto sobre essa mudança na abordagem nos jogos. Quando questionado sobre o porquê da inserção exagerada de tutoriais e walkthrough, das demoras sem desculpa, da falta de jogos como antigamente e da fórmula já confortável dos novos games, isso foi o que disse o criador de Mario:
"Com algo como Zelda, temos discutido novos formatos para o próximo game. Como deve ser um novo jogo Zelda? Outro ponto que eu devo dizer é que a série New Super Mario Bros existe particularmente para manter um relativo estado de tradição na franquia. E isto é feito porque existem jogadores para os quais este é a melhor fórmula. Isso causa essa segurança confortável que você descreveu.
Mas, ao mesmo tempo, continuamos discutindo diferentes ideias para levar Mario a novas experiências, como com Super Mario 3D Land, por exemplo.
Bom, uma resposta enigmática típica de Miyamoto. Um sinal, talvez? Fim do mundo 2012? O mestre da Big N, porém, não conseguiu se desviar do que a Kotaku perguntou em seguida: por que os jogos hoje demoram tanto para ficar realmente divertidos? O que está acontecendo com a diversão? E Miyamoto percebeu o que está acontecendo!
"Esse é um importante tópico que está sendo discutido internamente. Eu acho que existem algumas coisas acontecendo aí. Uma delas é que, geralmente, estamos criando jogos nos quais você precisa fazer várias ações diferentes. Zelda é um exemplo disso. E, particularmente nesse tipo de jogo, você precisa primeiro aprender uma ação, depois você precisa dominá-la e aí você tem de ter mais ações e depois dominá-las também. Aí, quando você tem várias ações, você pode executá-las juntas e é quando o game fica realmente divertido. Fora que, em jogos como Zelda, ainda existe uma história que leva tempo para contar.
Uma das coisas que estamos discutindo é sobre como tornar esse acesso à diversão mais rápido, em como balancear a necessidade de ensinar a ação para alguém que precisa dominá-la e sentir que a executa bem – além de contar a história. Que equilíbrio é esse e como abordá-lo? Esse é o foco que temos discutido em Zelda.
As ações dos jogos antigos eram muito simples e você os executava de forma muito fácil e simples. Eu, aliás, estava discutindo com Tezuka-san [Takashi Tezuka, o atual produtor envolvido na franquia Mario] sobre como Super Mario World era um game no qual, pela primeira vez, você acertaria blocos e essas mensagens de texto iriam sair e elas teriam pequenos tutoriais. Isso funcionou muito bem para aquele jogo, e nós pensamos que era uma ideia genial. Gradualmente, usar essa espécie de tutorial se tornou meio que 'um lugar seguro' e agora temos esses jogos nos quais cada vez se demora mais para chegar à diversão. Enfim, estamos discutindo justamente sobre isso."
Bom, parece que a Nintendo não se esqueceu de nós. Resta esperar.
