Curso da UEA voltado para jogos eletrônicos aproveita mercado em expansão

Remuneração inicial dos profissionais especializados em games pode chegar a R$ 4 mil, segundo coordenador de curso da UEA.

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Manaus - Com potencial para se tornar um importante polo de desenvolvimento de jogos digitais, Manaus já possui cursos de graduação e especialização para quem sonha em trabalhar no mundo da produção de games. A remuneração inicial desses profissionais fica em torno de R$ 4 mil, mas a paixão pela arte de pensar e finalizar um jogo que depois será baixado por milhares de pessoas parece ser a motivação principal de quem atua na área.

Inspirado em importantes pólos de desenvolvimento de jogos digitais em Recife e Florianópolis, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) possui um curso de pós-graduação de jogos eletrônicos. O coordenador do curso, professor Jucimar da Silva Júnior, Manaus não poderia ser o local mais apropriado para a criação deste polo, já que a capital abriga uma unidade da Samsung e da Microsoft, gigantes no segmento de jogos para celulares.

"Há uma demanda grande por profissionais de computação e as empresas caçam esse perfil nas universidades. Tenho alunos que já saem daqui empregados. O problema é que eles geralmente não pensam em virar empreendedores e é isso que nós queremos formar. Nossa intenção é formar empreendedores que montem seus estúdios de desenvolvimento de jogos", disse o coordenador.

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Possibilidades de mercado

Atualmente, o mercado de jogos embutidos e os advert games (geralmente encomendados por empresas) são os dois principais nichos do segmento móbile, um negócio que só cresce a cada ano. "Os jogos de smartphones estão chegando próximo ao mercado dos consoles e todas as empresas estão migrando para as plataformas móveis", ressaltou o professor.

Segundo o coordenador do curso na UEA, os profissionais mais requisitados no mercado são os game designers, programadores de jogos e artistas. Os interessados em se especializar na área podem ser de qualquer formação, mas Jucimar Júnior ressalta a importância de saber desenhar ou trabalhar com programação.

O designer e estudante da primeira turma da pós-graduação de jogos eletrônicos da UEA, Renan Braga, mesmo sem ainda atuar profissionalmente na área, já percebe a evolução no segmento em Manaus. "Eu sempre tive a vontade de me especializar na área, mas quando me formei na faculdade, era algo distante de acontecer. O mercado ainda não estava tanto em evidência e nem sabia para onde ir se quisesse seguir nessa área. Foi somente depois de um tempinho formado, quando estava para iniciar outra pós-graduação, que vi o processo seletivo para essa pós que vi que era um objetivo que poderia correr atrás", lembra o estudante.

Como o curso da UEA ainda está na sua primeira turma, Braga destaca que algumas coisas ainda estão sendo alinhadas, pois faltam professores locais especializados na área para ministrar aulas, devido à escassez de profissionais no Amazonas. "O mercado local ainda está em estágio embrionário, não vejo muito espaço para quem está começando. Mesmo grandes empresas instaladas no distrito contratam profissionais do restante do Brasil. Mas com os investimentos na área, acredito que novas oportunidades surgirão", disse o estudante, esperançoso com a evolução do segmento.

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Samsung Ocean

Inaugurado em junho do ano passado, o Centro de Treinamento e Capacitação Samsung Ocean é resultado da parceria entre a UEA e a Samsung Brasil. Os laboratórios são os primeiros do tipo fora da sede da empresa, na Coreia do Sul.

Os 22 primeiros alunos formados no projeto foram responsáveis pela criação de jogos inéditos e os games melhor avaliados serão lançados com exclusividade em celulares e tablets da Samsung.

"O resultado realmente superou nossas expectativas e nos deixou extremamente orgulhosos. Para esse ano, pretendemos continuar o excelente relacionamento com novos profissionais da área, provendo-lhes as ferramentas e o conhecimento necessários para transformar suas ideias em realidade e incentivando o nascimento de novas startups nesse ambiente", afirmou Eduardo Conejo, gerente do projeto Ocean Brasil.

Ao todo, o curso teve como fruto os games Death Sea, God's Run, Asteroid Squad, Guaranis, Daeyang Arena, Vikings Fall e app infantil Kadi, ideia da estudante do projeto, Bárbara Nicolau. Bárbara desenvolveu o game e outros produtos derivados do jogo (chaveiros, camisetas e bonecos) com outros três colegas, em um processo que durou 3 meses para ficar pronto.

"Fizemos testes com crianças de 5 a 12 anos e o mais legal foi a surpresa delas em conhecer quem fez o jogo", lembra a estudante. Boa parte dos apps desenvolvidos pelos alunos do Samsung Ocean pode ser baixada neste endereço endereço.