The Last of Us - prévia

#Prévia Publicado por Anônimo, em .

Joel e Ellie a caminho da sobrevivência.

Depois de risos, comédia, ação, aventura e explosões, e um tanto de pinta de chico esperto, a Naughty Dog entra no lado negro do ser humano, e na possibilidade de toda a estrutura social, política e económica ruírem como um baralho de cartas. É difícil olhar para The Last of Us e deixar de pensar em Uncharted. Aliás, é um duro golpe para quem tem o dedo rápido no gatilho quando se confronta com uma jogabilidade mais lenta, pautada por pequenas subtilezas gráficas e de enredo. O estilo de progressão está lá, as animações são parecidas e é uma evolução natural, mas a forma é completamente nova.

O pouco que a Naughty Dog nos deixou jogar, dois pequenos capítulos, deixa antever um jogo de emoções, de personalidades vincadas e acontecimentos que tendem a chocar, ou no mínimo, a mostrar o que de mal está dentro dos humanos quando colocados em posições extremas. A antevisão esperada deveria ter começado no início do jogo, pelo menos era isso que um jogador como eu merecia. Mas não, a Naughty Dog, como que protegendo o seu título, coloca-nos no meio de toda a trama, possibilitando visitar dois capítulos, a zona de Lincoln e Pittsburgh.

Parte do que jogamos já foi visto em alguns trailers, principalmente na altura em que Joel e Ellie se encontram com um velho amigo de Joel, o Bill. Aqui o objetivo será encontrar um veículo, ou melhor, peças para que possamos consertar um. Mas nem este fundo da estória a Naughty Dog deixa ver, pois simplesmente acaba aí o código de antevisão, que será, provavelmente, a versão demo que vem junto com God of War: Ascension e que será desbloqueada no dia 30 de maio.

A progressão do jogo é bastante lenta, pautada por pequenos triggers de ação, principalmente vindos de Ellie. É comum a menina que Joel protege se aventurar em devaneios sobre o mundo ao seu redor. Iremos constantemente ouvir comentários sobre a destruição, ficar admirada com a arquitetura, mortes, estado da sociedade, ou simples objetos e animais. Existe uma real sensação de vazio dentro de Joel perante alguns comentários de Ellie. Ela fala, mas Joel parece muitas vezes nem estar a prestar atenção, pois está demasiado focado e em alerta em relação ao que se passa a seu redor. Se por um lado Joel é o elemento da sobrevivência, Ellie traz a ingenuidade da infância e beleza ao jogo. O que jogamos foi muito pouco para percebermos até onde vai esta ligação, mas espero poder ser confrontado por decisões pessoais sobre caminhos e procedimentos a seguir, estando a opinião de Ellie em cima da mesa.

Diferente de Uncharted, Joel não é um Nathan Drake todo atlético, apesar de conseguir saltar e subir para diversos locais. Em Last of Us todas as ações parecem ter mais sentido, como é o caso de simplesmente pegarmos numa tábua de madeira e a colocar entre dois edifícios para podermos passar para o outro lado. É óbvio que ainda cheira a algo forçado, mas leva-nos para um patamar de algo mais "normal" do que simplesmente escalar que nem um macaco.

Apesar de não ser novidade no seu género, em The Last of Us temos a oportunidade de criar um inventário, podendo depois usar e combinar objetos. A produção de novo armamento não é tão arcaico ou manual como seria de esperar. Apenas temos que encontrar X número de objetos, para podermos por exemplo construir uma arma com uma faca, ou um cocktail molotov. Não existe invenção do nosso lado, que é uma pena. Por outro lado, podemos "trabalhar" na melhoria do armamento ou artefactos, usando bancadas de trabalho existentes em algumas casas para esse fim. Mas tal como na construção de novas armas, aqui também temos que ter o número certo de objetos, ou ferramentas para melhorar o armamento. Podemos melhorar o número de balas em cada arma, o alcance e velocidade de recarregar a arma, por exemplo.

Ainda sobre a progressão do jogo, poderão esperar muitos momentos onde estaremos face a face com os infetados. Iremos encontrar diversos humanos em diferentes estágios da infecção. Apesar de não ser referido a ideia de zombie, certo é que as similaridades são imensas, pelo menos em termos de comportamento na área dos videojogos. Quando menos esperamos lá está um infetado dentro de uma casa ou ao virar da esquina. Apesar de ter jogador em modo normal, basta que um infetado nos morda uma vez e acabamos logo por morrer. Numa situação encontrei infetados ainda no início do estágio da contaminação, que estavam a atacar em massa Ellie. Ao entrar numa casa Joel é apanhado numa armadilha do seu amigo Bill, e fica de cabeça para baixo. Neste segmento somos forçados a livrar Ellie dos ataques dos infetados, disparando ou com ataques corpo a corpo contra aqueles que vêm em nossa direção.

Outra caraterística de The Last of Us é a opção de jogarmos em modo Stealth. Carregando no R2, ficamos agachados o conseguimos ver através das paredes, como se tivéssemos um aparelho de raio-X. Este modo é importante para os ataques por trás e poder delinear a estratégia de ataque. O armamento é escasso e cada confronto pode ser decisivo. Por isso temos que pensar bem antes de atacarmos, se não quisermos estar sempre a reiniciar o jogo.

Neste modo toda a panóplia de cores do jogo muda para tons mais escuros, acinzentados, recriando quase como um vácuo dentro do jogo, onde tudo parece mais lento e sem som. Se estiverem a pensar que é algo muito tech para o jogo, podemos dizer que parece muito natural. Joel usa o som dos inimigos para os detetar. Ou seja, a representação visual é o resultado de ouvirmos e sabermos onde estão os inimigos. Se eles atacarem de forma lenta e sem qualquer ruído, deixamos de os ver.

Os humanos que sobreviveram à infeção e não estão dentro da zona de quarentena tornaram-se reclusos da sociedade, agindo em grupos como salteadores, ou solitários que apenas querem sobreviver. Estes primeiros são extremamente perigosos e não perdoarão nenhuma falha. As lutas entre Joel e estes potenciais ex-companheiros são muitas vezes extremamente reais. As lutas são contextualizadas e adaptam-se ao local onde somos abordados.

Os salteadores não irão perdoar nada, pois neste mundo é a lei do mais forte para a sobrevivência. Não existe lamento, conforme é demonstrado pela pilha de corpos queimados de pessoas que simplesmente se colocaram à frente dos salteadores. É um vislumbre bastante pesado de uma humanidade repleta de ódio entre si, onde os "zombies" são apenas parte da equação.

A Banda Sonora:

A banda sonora de The Last of Us é um dos pontos altos do jogo. Poderá haver certamente jogadores que pouco ou nada lhes diz a música de Gustavo Santaolalla, mas certo é que encaixa na perfeição no jogo. É interessante ver que filmes tais como a trilogia da morte de Alejandro González Iñárritu e Guillermo Arriaga (Amor Cão, 21 Gramas e Babel) levam e vivem da sua música, crescendo de forma sustentada de filme para filme. Aqui o ambiente deixa de ser de um drama humano e desencontros, pessoalmente ligando a um colectivo desconhecido, para um mundo após uma pandemia mundial, jogado para o que de mais baixo poderá haver na humanidade.

Poderão ver parte da banda sonora no vídeo em baixo, onde se destaca os acordes profundos, melancólicos e solitários de Santaolalla. No jogo em si estes acordes têm um acompanhamento constante, como se fosse uma camada de fundo a sussurrar aos nossos ouvidos. Mas nem só de Santaolalla vive The Last of Us, pois é quebrado por uma orquestra magnifica, apesar de ter sido também gerida por ele. Por outro lado temos obras magnificas nas cut-scenes de outras lendas da música, como Hank Williams e o seu "Alone and Forsaken". Este último caso é aplicado ao trailer "Truck Ambush", onde somos apanhados numa cilada por um grupo de salteadores, seguido de uma cut-scene non-stop até ao confronto.

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"É um vislumbre bastante pesado de uma humanidade repleta de ódio entre si, onde os 'zombies' são apenas parte da equação."

A nível gráfico é aquilo que todos estamos à espera. Animações fantásticas, fluídas e naturais. É incrível o nível de detalhe que cada cena traz consigo. Por diversas vezes pensei no trabalho que os artistas tiveram para recriar ruas inteiras e casas destruídas apenas para passarmos lá 10 segundos. É um trabalho digno de nota e que poderá fechar com chave de outro a prestação do estúdio na PS3.

The Last of Us tem certamente muito mais para contar, pelo menos assim esperamos. Não é um jogo que se possa pegar rapidamente e entrar em ação. Apesar da demo já nos ter dado algo sobre o jogo, ainda queremos mais, principalmente a nível do enredo e na forma como as personagens irão evoluir.

Esperamos muito em breve poder jogar a versão final e aí sim dar o nosso veredicto final ao jogo. The Last of Us será lançado em exclusivo na PlayStation 3 no dia 14 de junho.

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Anônimo
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