OPINIÃO: Dragon's Dogma 2 dificulta a sua exploração mais do que o necessário
Após muitos anos de espera, os jogadores finalmente tiveram o lançamento de Dragon’s Dogma 2. O jogo foi mais do que uma sequência, mas sim a visão original que o criador tinha para o primeiro jogo, mas não conseguiu cumprir na época
Dragon’s Dogma 2 acabou sendo um excelente jogo, aprimorando aquele que já era um dos melhores combates do gênero, agora ainda mais avançado. Isso rendeu comentários extremamente positivos a respeito do jogo.
Apesar de todos os pontos positivos, o jogo tem gerado uma discussão a respeito de um dos seus pontos: a exploração. O mundo de Dragon’s Dogma 2 possui muitos segredos para encontrar, seja um inimigo poderoso, um novo equipamento ou uma missão secundária, o problema é chegar até eles.
Desde antes do seu lançamento, os criadores deixaram claro que o jogo não teria um sistema de montaria, já que o foco era fazer os jogadores explorarem esse mundo por conta própria. Isso em si não seria um problema, mas há outros elementos combinados que tornam a experiência um pouco mais arrastada.
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Dragon’s Dogma 2 usa um sistema de stamina, onde cada ação do jogador faz ela diminuir um pouco. Para o combate é algo que faz sentido, fazendo com que o usuário tenha que gerenciar suas ações de forma inteligente. No entanto, durante a exploração acaba se tornando mais um incômodo. A própria FromSoftware se livrou da mecânica em Elden Ring, permitindo aos jogadores correr livremente quando fora do combate.
Em jogos onde a exploração é um desafio, como Zelda, há sentido em ter uma barra de stamina fora do combate, exigindo que o jogador escolha o melhor caminho a escalar. Já em Dragon’s Dogma 2, você geralmente só está correndo do ponto A ao ponto B, sem realmente ter um desafio na movimentação. O resultado é uma necessidade de estar constantemente parando e retornando a corrida sem motivo.
Dragon’s Dogma 2 ainda é um jogo onde exige que o jogador vá e volte diversas vezes em locais distantes para realizar missões, e as estradas são sempre cheias de inimigos comuns. O combate certamente é muito divertido, mas quando você está viajando pela 5º vez na mesma estrada e encontra os mesmos inimigos que consegue destruir em questão de segundos por já estar muito evoluído, a falta da possibilidade de fazer a viagem de forma mais rápida começa a ser sentida.
O jogo conta com um sistema de viagem rápida, mas cabe ao jogador usar pedras para marcas os locais para onde pode viajar. O problema é que são itens extremamente raros durante a campanha e ainda é preciso gastar outros itens que também não são tão comuns para viajar até elas.
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Outro sistema que pode ser usado são as carroças. Elas podem te levar da capital para algumas das outras cidades. No entanto, como tudo relacionado à exploração do jogo, há um porém. As carroças viajam apenas para cidades específicas não dando liberdade ao jogador e a viagem ainda pode ser interrompida caso a carroça seja atacada no caminho.
O fato da Capcom estar vendendo itens de viagem rápida por R$ 16,00 também não pinta uma imagem muito boa. O estúdio diversas vezes afirmou que tais dificuldades eram parte importante do jogo, já que a exploração era seu foco, mas então vende itens que aliviam um pouco o problema, deixando um questionamento no ar quanto a veracidade disto.
Esses empecilhos separados não são nada graves, mas quando temos todos unidos em um único pacote, pode acabar tornando a experiência mais arrastada do que deveria, algo que parece vindo de gerações passadas e não condizente com experiências mais modernas. Há muitos “poréns” durante a exploração do jogo que acabam diluindo a experiência para alguns.
Se somarmos o fato de que o limite de peso no inventário é extremamente pequeno, fazendo você retornar constantemente durante as exploração para a cidade com objetivo de armazenar os itens, essa questão se torna ainda mais nítida.
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No primeiro jogo, algumas mudanças haviam sido realizadas na expansão Dark Arisen para facilitar a viagem rápida, incluindo a adição de um item de uso infinito. Por algum motivo, para a sequência a Capcom acabou descartando as ideias.
Não me entenda mal, Dragon’s Dogma 2 é um excelente jogo, trazendo algumas novidades muito interessantes, como o Lanceiro Místico, uma das jogabilidades mais divertidas que já experimentei nos jogos. No entanto, o jogo poderia ter respeitado melhor o tempo do jogador sem tornar tão cansativo para alguns o simples fato de andar pelo mapa.