Análise | Brothers: A Tale of Two Sons Remake

Josef Fares é um dos grandes destaques da indústria, tendo conquistado os jogadores com seu mais recente lançamento It Takes Two, uma incrível experiência cooperativa que chegou a ganhar Jogo do Ano.

Desde seu começo de carreira, Josef já mostrava grande uma criatividade na criação dos jogos, e seu primeiro título desenvolvido, Brothers: A Tale of Two Sons, já era uma experiência única.

Brothers: A Tale of Two Sons recentemente ganhou um remake, trazendo visuais modernos para esse clássico título. Será que essa nova versão valeu a pena?

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Brothers: A Tale of Two Sons já abria caminho para o estilo em que o diretor se especializou, sendo um jogo onde dois personagens precisam cooperar para passar pelas mais diversas adversidades. No entanto, aqui um único jogador controla os dois personagens, movendo cada um deles com um analógico diferente do controle.

Na história os jogadores controlam dois irmãos cujo pai está à beira da morte devido a uma grave doença. Na esperança de cura, os dois partem atrás de uma árvore mística, só que essa aventura acaba trazendo mais desafios do que eles esperavam.

Um dos pontos fortes de Brothers é sua narrativa. Não há diálogos ou textos para ler, aqui tudo é contado através do visual, seja pelas interações com o mundo ou até mesmo pelas próprias mecânicas do jogo que estão em constante mudança.

É uma narrativa forte, com momentos bastante emocionais e que consegue dar aquele soco no estômago do jogador. Os personagens, mesmo sem falas, são bem expressivos através de suas ações, especialmente com suas interações com NPCs, onde cada um dos irmãos possui uma personalidade diferente, resultando em ações únicas.

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Brothers apresenta uma mecânica bastante atípica, com o estúdio afirmando ser um "cooperativo solo". Você precisa mover ambos os analógicos ao mesmo tempo, controlando os dois irmãos de forma simultânea. Pode parecer um pouco confuso, mas rapidamente você pega o jeito e se torna bastante natural controlar os dois.

Cada um dos irmãos consegue realizar ações únicas, como o mais velho movendo objetos mais pesados e o mais novo podendo se espremer em locais pequenos, isso faz com que o jogador precise fazer ambos trabalharem em equipe.

O jogo sabe usar muito bem essa sua mecânica única, criando desafios bastante interessantes onde é preciso usar os dois personagens para superar obstáculos. Outro ponto forte de Brothers é que ele nunca deixa suas mecânicas ficarem mais tempo do que o necessário.

A cada etapa o jogo oferece desafios com mecânicas e ideias diferenciadas, tirando bom proveito do seu estilo cooperativo único. Isso permite que o jogo se revigore a todo momento, nunca deixando o jogador cansado da proposta.

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Essa nova versão ainda traz uma adição bastante interessante: a opção de ser jogado por dois jogadores. Agora é possível duas pessoas jogarem juntas, cada uma com seu próprio controle.

Embora seja evidente que o jogo foi feito para ser jogado solo, tanto pelo impacto da narrativa quanto pelo fato de que em alguns quebra-cabeças um dos personagens acaba não sendo necessário, ainda assim é uma experiência divertida de se aproveitar em dois.

Brothers: A Tale of Two Sons é um remake fiel, não fazendo alterações em questão de conteúdo. A grande mudança é sem dúvidas o seu visual, o qual foi refeito do zero para as plataformas modernas.

Enquanto o jogo original possuía um visual mais simples e cartunizado, o remake traz visuais mais realistas. Sem dúvidas existe uma possível discussão do jogo ter alterado de forma substancial o estilo artístico em relação ao original e perdido seu charme, ainda assim os novos visuais são bastante atrativos.

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As cutscenes em especiais passaram por grandes melhorias, contando com jogadas de câmera melhores e dando mais destaque para os personagens e suas expressões, tornando a experiência muito mais imersiva.

A ambientação do jogo também está muito bela. Vários cenários bem detalhados e com design interessante, os quais agora são elevados pela nova iluminação e visuais mais avançados.

Infelizmente Brothers é uma experiência bastante curta, podendo ser terminada em até menos de 2 horas. Embora seja um jogo bem mais barato que o padrão para compensar, ainda fica aquele gostinho de quero mais ao terminar a aventura.

A adição da experiência cooperativa é bem-vinda, mas a implementação poderia ter sido melhor. Por algum motivo o segundo controle continua deixando metade do controle inutilizado, sendo que podia utilizar uma melhor distribuição dos botões. Além disso, manter o coop apenas local, sem opção de online, também é uma decisão estranha.

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Brothers: A Tale of Two Sons continua sendo uma experiência incrível, trazendo uma jornada com história emocionante e um gameplay único, sabendo fazer um excelente uso da sua mecânica de dois personagens para criar quebra-cabeças divertidos e desafiantes. Embora não traga grandes mudanças, o remake conta com belos visuais e cutscenes que dão ainda mais profundidade para a narrativa.

A equipe poderia ter feito uma implementação melhor do modo cooperativo e a curta duração do jogo pode deixar os jogadores querendo mais, ainda assim essa é uma experiência que todos deveriam ter ao menos uma vez.