Josh Sawyer elogia romances de Cyberpunk 2077 como os melhores do gênero

Embora não seja fã de romance em RPGs, diretor da Obsidian afirma que se fosse fazer, seria algo similar ao da CD Projekt.

O veterano designer Josh Sawyer, conhecido por jogos como Pillars of Eternity e Fallout: New Vegas, já declarou no passado que não é fã da forma como romances costumam ser tratados em RPGs, criticando a abordagem mecânica e superficial que muitos estúdios adotam — o famoso “checklist” de ações até conquistar um parceiro.

Para ele, esses romances muitas vezes soam forçados, como uma sequência de tarefas a cumprir, em vez de relacionamentos que se desenvolvem de forma natural. No entanto, Sawyer apontou Cyberpunk 2077 como um exemplo de romance bem-sucedido, destacando três motivos principais:

  1. Contexto fora do grupo – As interações amorosas acontecem longe do “acampamento” ou da party, evitando situações estranhas em que outros companheiros ficam parados ao lado do casal.

  2. Ritmo natural – As histórias dos parceiros (Panam, Judy, Kerry, River) avançam em etapas espaçadas: após um encontro, o NPC se despede para cuidar da própria vida e só reaparece depois de certo tempo ou progresso na missão principal, transmitindo a sensação de um relacionamento vivo e independente.

  3. Perspectiva e produção – O foco em primeira pessoa e o alto valor de produção (cutscenes, animações, trilha) aumentam a intimidade; Sawyer cita a cena em que Panam apoia as pernas sobre V após uma tempestade como exemplo de proximidade que ficaria menos impactante em câmera terceira pessoa.

“A razão é que esses relacionamentos, goste você dos personagens ou não, elas não acontecem no contexto de um grupo. Somos seis juntos, e estamos tendo essas conversas românticas bem na frente de todo mundo, e isso soa meio estranho.”

Você faz alguma coisa com a Judy, por exemplo, termina, tem uma conversa, e então ela diz: ‘Preciso resolver umas coisas, tchau’. Ela vai embora, e você não vai ouvir nada dela até que um tempo tenha passado — e provavelmente até você avançar na missão principal. Há um ritmo nisso, então o desenvolvimento do componente humano do relacionamento acontece por meio de conteúdo feito especificamente para vocês dois — é conteúdo só para você e a Judy. O River não entra nisso de forma alguma.

Comentando sobre os valores de produções do jogo, o diretor elogia o trabalho que estúdios como CD Projekt e Larian Studios colocam na cinematografia dos seus RPGs. “A Obsidian não é exatamente uma empresa conhecida por grandes cutscenes”, comentou ele.

Apesar de reconhecer que a abordagem de Cyberpunk 2077 não é perfeita, ele considera a mais eficiente do gênero até agora: “Se eu fosse me basear em algo para desenvolver romances, provavelmente faria algo assim”, finalizou ele sobre Cyberpunk 2077.

No passado, Sawyer já havia comentado não ser fã do estilo de romance feito em Baldur’s Gate 3.

Fonte: PC Gamer

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