Análise | Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics
Recentemente, a Capcom tem investido no relançamento de jogos clássicos em coletâneas retrabalhadas, especialmente de seus grandes clássicos de jogos de luta. Após o sucesso de "Capcom Fighting Collection", era de se esperar que a empresa continuasse com essa estratégia. Assim, foi lançada a nova coletânea, "Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics".
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Se você é fã dos jogos de luta clássicos, "Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics" vai te transportar diretamente para a era dourada dos arcades. Este é o tipo de jogo que já chega carregado de nostalgia, e a Capcom fez questão de oferecer um tratamento especial para este pacote, que vai além de simplesmente relançar os títulos antigos. A coleção traz algumas surpresas que elevam ainda mais a experiência, e, como fã da série, posso dizer que é difícil não se empolgar com o que foi entregue. Será que o título vale a pena? Vamos descobrir nesta análise.
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A Nostalgia que Volta com Tudo
Para começar, a seleção de jogos é uma verdadeira carta de amor para os fãs de longa data. A coletânea inclui alguns dos melhores títulos da era dos arcades, como "Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes" (2000), um dos jogos de luta mais icônicos e amados de todos os tempos, e o meu preferido da coletânea, além de um dos meus favoritos de sempre. Lembro-me muito bem de jogar esse título na casa de amigos. Mesmo após mais de duas décadas, o jogo continua divertido e competitivo. A quantidade de personagens, o sistema de lutas 3v3 e os combos frenéticos são uma fórmula que não envelheceu. E o melhor: os gráficos foram otimizados em alta definição, mantendo o charme pixelado clássico que define os jogos da época. No entanto, não há novo balanceamento: personagens poderosos ainda serão poderosos, e aquele seu trio preferido continuará tão eficiente quanto era na época.
Jogabilidade e Controles
Vou dividir este tópico da análise em três pontos, começando pelos primeiros jogos da coletânea:
- X-Men: Children of the Atom (1994): Foi o começo de tudo, trazendo os X-Men para o estilo Street Fighter.
- Marvel Super Heroes (1995): Este jogo introduziu as Joias do Infinito como mecânica, algo que influenciaria a série por muitos anos.
- X-Men vs. Street Fighter (1996): O início dos crossovers entre os universos Marvel e Capcom, com batalhas em equipes de dois.
Estes três jogos se destacam na coletânea. É possível ver como a Capcom evoluiu significativamente de um título para o outro. Eu recomendo fortemente começar a coletânea por "X-Men: Children of the Atom". Isso permite observar em tempo real como as mecânicas do passado foram evoluindo ao longo do tempo. Apesar de ser um jogo cativante e visualmente atraente, sua jogabilidade é relativamente simples e até um pouco travada em comparação com os títulos mais recentes da coletânea. Mesmo assim, o jogo esbanja charme com sua trilha sonora e sua direção de arte. Sem ele, a base fundamental dos jogos que vieram a seguir não teria sido tão sólida. O jogo possui 10 personagens, que são: Tempestade, Ciclope, Wolverine, Omega Red, Sentinela, Homem de Gelo, Colossus, Psylocke, Samurai Prateado e Spiral, em um modo clássico 1x1.
Seguindo, temos “Marvel Super Heroes”, que oferece uma gameplay mais refinada e ágil. O jogo também inovou ao introduzir a mecânica das Joias do Infinito, que devem ser coletadas antes da luta final contra Thanos. A coletânea inclui 10 personagens: Hulk, Wolverine, Homem-Aranha, Magneto, Fanático, Homem de Ferro, Psylocke, Capitão América, Shuma-Gorath e Blackheart.
Até aqui, me senti como se estivesse em um museu revisitando o passado. Isso não é, de forma alguma, algo negativo; pelo contrário, foi muito divertido testar minhas habilidades em um sistema que era o padrão da época.
Foi com “X-Men vs. Street Fighter” que comecei a me sentir verdadeiramente familiarizado com a coletânea. Este era um título muito comum em fliperamas no início dos anos 2000, e eu tive várias oportunidades de jogá-lo em shoppings.
Neste jogo, você joga em duplas no famoso modo 2x2. É essencial encontrar um equilíbrio no seu time ou simplesmente usar seus personagens preferidos em busca de combos poderosos, que podem até se combinar durante os especiais. A gameplay é muito mais rápida e consistente, os controles respondem melhor, e há uma maior variedade de combos e estilos de jogo. Destaco também os gráficos soberbos, a trilha sonora nostálgica e o excelente nível de desafio proporcionado pelo chefe final, Cyber Akuma. O jogo apresenta um elenco de 16 personagens, que são: Magneto, Fanático, Dhalsim, Mr. Bison, Dente de Sabre, Tempestade, Chun-Li, Zangief, Gambit, Vampira, Cammy, Charlie, Wolverine, Ciclope, Ryu e Ken.
Esses três primeiros jogos da coletânea nos mostram como a Capcom evoluiu significativamente em um curto período, preparando o terreno para que os lançamentos subsequentes da editora fossem ainda mais refinados. Após passar algum tempo com cada um deles, avancei para os demais jogos.
Agora, vou abordar os próximos três jogos da coletânea, que, pessoalmente, são meus títulos preferidos:
- Marvel Super Heroes vs. Street Fighter (1997): Refinou o estilo de luta em equipe, expandindo a lista de personagens.
- Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes (1998): Um elenco maior, incluindo personagens menos óbvios da Capcom.
- Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes foi lançado inicialmente em 2000 para arcades. Trouxe como principais inovações o sistema de lutas em equipes 3v3, em vez do 2v2 do primeiro jogo, e a ampla lista de 56 personagens, que ofereceu uma variedade muito maior de escolhas e estratégias.
“Marvel Super Heroes vs. Street Fighter” é um jogo ainda mais refinado que o anterior, trazendo mais personagens e mantendo o sistema de 2x2. Com uma gameplay aprimorada, este título demonstra claramente a evolução eficiente entre os jogos. Contando com 15 personagens, a variação de duplas é ainda mais interessante e profunda, graças ao seu sistema de assistências. Os personagens disponíveis são: Zangief, Mr. Bison, Dhalsim, Sakura, Akuma, Chun-Li, Ken, Ryu, Dan, Ciclope, Homem-Aranha, Capitão América, Shuma-Gorath, Wolverine, Hulk, Blackheart e Omega Red.
Partindo para o próximo jogo, temos um verdadeiro clássico que, com certeza, conquistou o coração de muitos jogadores em seu lançamento: Marvel vs. Capcom: Clash of Super Heroes. Uma lenda nos arcades e consoles, esse jogo talvez tenha sido um dos maiores responsáveis por popularizar os crossovers em jogos de luta. Se os títulos apresentados até aqui não foram suficientes para te convencer a adquirir a coletânea, é aqui que a diversão nostálgica realmente começa. Com um plantel de 15 personagens e um sistema 2x2, este jogo marcou o início de uma nova franquia dentro da Capcom, que ainda é amada até hoje. Jogar novamente foi uma verdadeira dose de nostalgia. Sua trilha sonora e gráficos charmosos estão, com certeza, marcados para sempre em minha memória. Os personagens controláveis são: Chun-Li, Ryu, Zangief, Morrigan, Capitão Comando, Mega Man, Strider, Homem-Aranha, Jin, Capitão América, Venom, Hulk, Gambit, Máquina de Combate e Wolverine.
Em seguida, temos o que, para mim, é o melhor jogo da coletânea: Marvel vs. Capcom 2: New Age of Heroes. É um título que praticamente dispensa apresentações. Com um impressionante total de 56 personagens e um sistema de trio 3x3, este clássico oferece centenas de combinações possíveis, o que é motivo suficiente para passar horas testando combos e equipes até encontrar o trio ideal. Com uma das trilhas sonoras mais marcantes dos jogos de luta já lançados e a melhor gameplay da coletânea, este título, por si só, já torna a coletânea imperdível. É amplamente considerado por muitos jogadores como o melhor crossover de um jogo de luta já lançado.
E, para finalizar com chave de ouro, a cereja do bolo:
Todos os jogos listados até aqui já seriam motivos suficientes para possuir esta coletânea; no entanto, a Capcom adicionou uma joia extra: The Punisher. Trata-se de um beat 'em up extremamente competente e divertido baseado no famoso personagem Justiceiro. Pode ser jogado sozinho ou em coop com um segundo jogador controlando Nick Fury.
The Punisher oferece uma gameplay simples, mas bastante envolvente, com a violência característica de um dos personagens mais queridos da Marvel. Contando com seis fases, o jogo narra a aventura de Frank Castle em sua busca por vingança contra o Rei do Crime pelo massacre de sua família. Apesar de desafiador, o jogo oferece tentativas infinitas, então você pode ficar tranquilo sabendo que conseguirá terminar a aventura sem muito estresse. Eu recomendo fortemente jogar este clássico, que pode ser finalizado em cerca de 30 minutos. Particularmente, eu não tinha tido a chance de experimentar este título antes e fiquei bastante contente em poder adicioná-lo à minha coleção de jogos finalizados
Uma coisa que a Capcom acertou em cheio foi manter a jogabilidade original dos arcades intacta, mas com controles dinâmicos otimizados para os consoles modernos. A fluidez dos movimentos, a resposta rápida dos comandos e aquele sentimento de precisão estão presentes em cada partida. Para quem jogou esses games na época dos fliperamas, é como se nada tivesse mudado. Os combos e as trocas de personagens continuam sendo pontos altos, com a dinâmica de alta velocidade que faz a série brilhar.
Os controles são bastante responsivos, mesmo para quem está jogando no controle padrão dos consoles atuais. Além disso, os modos de treino ajudam os novatos a se adaptarem aos combos e às mecânicas mais complicadas, algo que nem sempre era possível nos jogos originais. Os jogos também contam com um modo treino robusto, onde você pode aprimorar suas habilidades e combos para se preparar, especialmente, para enfrentar jogadores online.
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Você pode ajustar o formato da tela, o plano de fundo, os controles e o mapeamento dos botões, personalizando tudo para se sentir o mais confortável possível ao jogar os títulos da coletânea. Com certeza, alguma dessas opções se adequará ao seu gosto.
Modo Online: Conexões e Desafios
Uma grande adição é a possibilidade de jogar online, algo que não existia na época dos arcades. Agora, você pode testar suas habilidades contra jogadores de todo o mundo. O rollback netcode da Capcom tem suas variações, com algumas conexões sendo mais estáveis do que outras, dependendo da região e da qualidade da rede dos jogadores. No geral, porém, a experiência de combate online está bem sólida.
Bônus Especiais: Museu e Trilha Sonora
Agora, um dos detalhes mais legais desta coleção são os bônus extras. Marvel vs. Capcom Fighting Collection vem com uma seção de Museu recheada de arte conceitual, esboços e materiais de desenvolvimento dos jogos originais. Para quem curte os bastidores da criação dos jogos, é um prato cheio. Você pode passar horas explorando o conteúdo extra, que inclui rascunhos de personagens, artes promocionais antigas e até materiais raros que muitos fãs nunca tiveram a chance de ver.
Outro bônus é a trilha sonora, que mistura a trilha original com algumas faixas remixadas. Revisitar as músicas icônicas de Marvel vs. Capcom 2 — que tem uma das trilhas sonoras mais marcantes de qualquer jogo de luta — é incrível. E para quem gosta de algo um pouco mais moderno, os remixes adicionam um toque interessante, mantendo a vibe clássica, mas com uma pegada atual. É o tipo de detalhe que eleva a experiência e faz com que a gente queira jogar só para ouvir as músicas de fundo.
Mas nem tudo são flores...
É importante destacar que a experiência oferecida é idêntica à dos arcades. Ou seja, se você conheceu esses jogos em suas versões para consoles, deve saber que alguns modos de jogo presentes nessas versões não estão disponíveis aqui. A experiência é focada no confronto local ou online. Modos como história, desafios e lojas in-game não estão presentes, limitando-se apenas às opções de modo arcade, modo online, modo treino e bônus do museu.
Outro ponto a ser considerado é o preço. Especialmente nos consoles, o valor pode ser bastante salgado para quem pretende jogar apenas ocasionalmente. Apesar de oferecer horas e horas de conteúdo, a ausência de alguns modos clássicos e o foco em confronto local ou online podem fazer com que o preço não compense totalmente para todos os públicos.
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No fim das contas, Marvel vs. Capcom Fighting Collection: Arcade Classics é uma daquelas coleções que vale muito a pena comprar se você cresceu jogando esses títulos. Para os veteranos, é um retorno à infância ou adolescência, enquanto para os novatos é uma oportunidade de entender por que esses jogos são tão adorados até hoje. Com visuais atualizados, jogabilidade preservada e bônus extras, a Capcom conseguiu transformar esta coleção em algo que é ao mesmo tempo nostálgico e relevante nos dias de hoje. No entanto, a falta de modos encontrados em suas versões para consoles e o preço elevado no lançamento são pontos que devem ser considerados.
Se você é fã de jogos de luta, essa coleção é praticamente obrigatória. Seja para jogar casualmente com amigos, explorar o conteúdo bônus ou desafiar o mundo no modo online, há muito o que fazer e revisitar.
- Muita dose de nostalgia
- Títulos clássicos para conhecer ou revisitar
- Jogabilidade refinada
- Diversos modos de acessibilidade de gameplay e exibição
- Conteúdo extra na sessão “Museu”
- Modo online extremamente responsivo e divertido
- Preço
- Falta de conteúdos e modos de jogo da versão de lançamento dos consoles da época