Análise | Dead Island 2

Se passaram longos 9 anos desde o anúncio de Dead Island 2 e após uma espera com muitas incertezas de se o jogo seria um dia realmente lançado, finalmente o jogo chegou ao mercado no último mês.

Será que toda essa espera valeu a pena?

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Dead Island 2 segue uma proposta simples parecida com a do seu antecessor, matar zumbis das mais variadas formas possível. O jogo traz uma variedade de armas para os jogadores usarem durante a matança.

Por mais surpreendente que possa parecer e contra todas as expectativas, Dead Island 2 conseguiu entregar um jogo divertido de matança. Seu combate em primeira funciona de forma prática e não decepciona.

A todo momento é prazeroso matar os zumbis, há realmente uma sensação de peso e violência em cada golpe. Armas contundentes fazem você sentir cada pancada, enquanto as de corte deixam marcas profundas.

Tudo funciona ainda melhor graças ao detalhado sistema de desmembramento do jogo. Os desenvolvedores colocaram grande foco nessa parte e fizeram jus ao esperado de um jogo sobre matar mortos-vivos.

O sistema de desmembramento é incrivelmente avançado, com zumbis perdendo as partes do corpo de forma totalmente natural, conforme o tipo de arma e onde o golpe foi realizado. Ver um zumbi perdendo o braço ou outra parte nunca deixa de ser divertido.

Inclusive o sistema de desmembramento pode ser usado como uma excelente estratégia contra inimigos mais fortes. Arrancar os braços, por exemplo, ajuda a evitar que as criaturas mais fortes usem ataques especiais.

Certos inimigos também apresenta maior fraqueza a certos tipos de arma. Isso tudo torna o combate mais dinâmico e divertido, fazendo os jogadores a todo momento trocarem de armas e testarem novos tipos de estratégia.

Falando em armas, o jogo traz uma boa variedade. Há diversos tipos, como espadas, facas, bastões, martelos, e muitos mais, cada um com sua animações e finalizações únicas. E é claro, temos as armas de fogo. As armas ainda podem ser modificadas, adicionado elementos como choque e fogo ou outros efeitos especiais.

O jogo leva um tempo até dar ao jogador sua primeira arma de fogo, mas isso só faz apreciar ainda mais o momento. Dead Island 2 não é exclusivamente um jogo de tiro, mas também não fica negando munição.

Há uma boa quantidade de munição, com o jogo constantemente dando balas ou permitindo que os jogadores as fabrique. Isso significa que é possível jogar tranquilamente usando armas de fogo, sem ficar a todo momento se preocupando em economizar munição. O gameplay das armas também funciona bem, sendo satisfatório matar inimigos e os desmembrar com tiros.

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Ao invés de optar por um mundo aberto padrão, a desenvolvedora trouxe diversas áreas separadas, as quais são sempre amplas, permitindo bastante exploração e várias missões secundárias espalhadas.

Trazer diversas áreas grandes foi sem dúvidas um acerto de Dead Island 2. Esses locais trazem um ótimo senso de exploração, mas sem nunca sobrecarregar o jogador, graças a um tamanho mais contido.

Se focar em várias áreas menores ao invés de um enorme mundo aberto também permitiu que os desenvolvedores trabalhassem melhor e entregassem locais bem distintos um do outro.

Uma hora você está em Bel-Air entre as mansões dos milionários e logo se encontra em um estúdio de gravação de cinema. Há uma variedade bem interessante e sempre com ambientações bem distintas.

Cada mapa ainda tem seus diversos segredos, cheio de casas, lojas ou quartos para se explorar. Às vezes você pode se deparar com um item melhor ou até mesmo um local novo que conta sua própria história, com textos indicando o que transcorreu ali, sempre de maneira interessante.

A variedade de zumbis também não decepciona. Os zumbis mais básicos possuem diversos visuais, muitas vezes combinando com os locais onde são encontrados. Temos também os inimigos especiais, cada um com suas habilidades únicas.

Seja cuspir ácido ou dar fortes pancadas no chão, esses monstros especiais trazem o elemento novidade, sempre apresentando novos desafios e forma de encarar as hordas de inimigos.

Um ponto do jogo que merece ser elogiado é sua parte técnica. Em uma época em que vemos tantos ports com problemas técnicos sendo lançados, um jogo que passou por um desenvolvimento tão conturbado tinha tudo para ser mais um deles, mas acabou surpreendendo.

O jogo traz uma performance incrivelmente satisfatória em todas as plataformas, rodando a uma alta taxa de quadros com uma resolução boa, e ainda apresenta visuais bonitos e com um estilo de arte próprio.

Dead Island 2 apresenta seis protagonistas para escolher, cada um com suas próprias habilidades. Alguns são melhores para uma jogatina mais agressiva, enquanto outros para sobreviver contra enormes hordas.

A personalidade dos personagens também apresenta uma agradável diferença. A história se desenrola igualmente para todos os protagonistas, mas cada um traz sua versão dos diálogos, sendo realmente pessoas diferentes. Tendo jogado com dois personagens, senti uma boa diferença que pode dar uma variedade para aqueles que desejam rejogar o jogo.

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Falando na história, não é o grande foco do jogo, mas ainda traz alguns elementos interessantes. Há alguns mistérios que deixam o jogador intrigado e reviravoltas inesperadas, mas ainda assim no final deixa um gosto de que faltou mais.

Talvez tenham guardado para as expansões já anunciadas ou para um segundo jogo, mas certas partes da histórias acabaram sendo extremamente mal aproveitadas, deixando muito dos acontecimentos em branco.

O jogo traz um sistema de cartas para as habilidades. Embora inicialmente interessante, essa mecânica acaba não tendo um impacto realmente grande no gameplay, fazendo apenas mudanças básicas e às vezes até mesmo sendo diferenças banais.

Um sistema mais complexo de habilidades, permitindo que os jogadores moldassem suas builds, teria agregado mais ao jogo, especialmente sendo um título que conta com a opção de ser jogado de forma cooperativa.

Apesar das armas terem uma boa variedade inicialmente, após conseguir os tipos de armas que deseja de alta raridade, há pouco incentivos para trocar. Consertar as armas e aumentar o nível delas é barato, o que desincentiva ainda mais ir atrás de novas armas.

O fato de o jogo largar armas de raridade alta a todo momento para os jogadores, até mesmo bem antes do final do jogo, também não ajuda com essa sensação de ficar muito preso as mesmas armas.

A dificuldade do jogo também pode ser um ponto a ser questionado. O foco do jogo é claramente se divertir matando hordas de zumbis, mas a falta de dificuldade em diversas partes acabam tirando um pouco da graça de sobreviver em um apocalipse.

Muitas partes da campanha pareciam mais ação descerebrada sem precisa se preocupar em morrer para os inimigos, apenas atacando tudo que se move pela frente. A adição de um menu para escolha de dificuldades já poderia ter ajudado a amenizar esse problema.

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Dead Island 2 é um jogo que preza muito pela diversão e entrega isso de forma satisfatória para os jogadores. Para um jogo com desenvolvimento tão conturbado, é louvável o resultado final alcançado pela desenvolvedora, especialmente em sua parte técnica.

Há elementos que poderiam ter sido melhor aproveitados, como o sistema de habilidades ou a própria história, mas ainda assim é um jogo fácil de recomendar para qualquer um que deseje apenas se perder matando zumbis sem se preocupar com mais nada.