Análise | It Takes Two

Análise | It Takes Two

Um dos melhores e mais criativos jogos do ano
#Análises Publicado por Sr Ori, em

It Takes Two foi um dos jogos de maior sucesso e favoritismo do ano, conquistando tanto jogadores quanto a mídia em diversos aspectos. Josef Fares, criador do jogo, trouxe uma experiência cooperativa única e conseguiu elevar o nível de jogabilidade e interação entre jogadores dos jogos cooperativos criados até hoje, principalmente em seus próprios jogos como Brothers: A Tale of Two Sons e A Way Out. Mas vamos ver o que o jogo traz de interessante a partir da leitura dessa análise.

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A história contada aborda o conflito e separação de um casal chamado Cody e May, os quais também possuem uma filha, chamada Rose, que acaba sendo diretamente ligada a esse problema familiar. O jogo mostra alguns dos motivos logo no início, mas também, conforme o o jogador for avançando na história, ele mostra diversas partes da história do casal em que houveram problemas não solucionados. Também é bem interessante de ver a reação deles a cada momento em que precisam resolver ou abordar determinado conflito não resolvido, representando bem relacionamentos reais e sendo de fácil identificação.

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A história basicamente se trata de uma terapia de casal em todo o decorrer do jogo, mas como ela é abordada e de tantas formas criativas é o que consegue prender a atenção do jogador. Os mapas variando conforme as lembranças e experiências dos personagens também ajudaram a compreender melhor o conflito e também evolução dos personagens.

E aproveitando a menção da história, outra parte que não só a complementa bem como consegue contribuir em outros aspectos para o jogo é a dublagem. O timbre e entonação dos personagens ficaram perfeitos, conseguindo transmitir raiva, tristeza, alegria, surpresa e diversas outras emoções facilmente sem mesmo precisar ter o contato visual com eles. A parte visual acaba servindo como um complemento para isso e reforça ainda mais essas expressões dos personagens a cada momento no jogo.

O design dos personagens em geral também é muito bem feito, tanto esteticamente quanto no próprio comportamento deles que dá vida aos comentários durante o jogo e à história. O humor, conflito e outras emoções são dosados na quantidade correta e distribuídos em diversas partes do jogo.

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A direção de arte é muito bem feita e, apesar dos gráficos não extraírem o máximo de poder dos equipamentos em que o jogo está disponível, consegue ser agradável e ignorar qualquer simplicidade existente nos gráficos. Tanto o design dos personagens, as cores escolhidas, a criação do mundo e os próprios efeitos especiais são coerentes com a proposta do jogo, isso do início até o fim

Focando na parte de jogabilidade, esse também é um dos destaques do jogo. Ele traz apenas o modo cooperativo com tela dividida, apesar de que o outro jogador não precisa necessariamente estar jogando no mesmo local assim como funciona com A Way Out. Em It Takes Two, cada jogador assume o papel de um personagem, podendo escolher entre a May e o Cody. A partir daí, ambos os jogadores passam por diversos locais em que os personagens tiveram problemas não resolvidos, mas de uma forma diferente. Como eles já são bonecos na parte jogável, apesar de cada mapa se passar no mundo real, existem também diversas partes fantasiosas para complementar o enredo e jogabilidade do jogo.

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Em cada mapa jogável, os jogadores realizarão desafios de plataformas e quebra-cabeças que precisam necessariamente da união dos dois para serem completados. Para que isso funcionasse, escolheram uma fórmula já utilizada em outros jogos que é entregar habilidades diferentes para cada jogador e um complementa o outro. Por essa explicação parece que o jogo apenas pegou algo que funcionava e implementou em si, mas a diferença é que a cada fase que os jogadores passam as habilidades acabam mudando junto com o design do mapa. Então quando Josef Fares disse que pagaria mil dólares para as pessoas que achassem o jogo chato, ele já sabia que é praticamente impossível a pessoa se cansar do jogo porque a todo momento existem novidades na jogabilidade, complementando muito bem a história e interação entre personagens. As habilidades também não foram apenas colocadas e trocadas a cada mudança de fase, mas elas se encaixam perfeitamente em cada mapa desenvolvido.

Assim como explicado da variação de habilidades dos personagens, os mapas mudam muito conforme a progressão dos jogadores, variando de mapas bonitos até outros bem psicodélicos. Cada mapa tem seu próprio design com seus próprios desafios, também variando bastante em relação a combate, quebra-cabeças, mecânicas de plataforma e se é mais agitado ou calmo.

Outro ponto interessante é que enquanto os jogadores andam pelo mapa, vários minijogos para dois jogadores estão disponíveis para serem jogados. Isso acontece do início até o fim do jogo e existe uma variedade considerável, como xadrez, corrida, corrida de lesmas, cabo de guerra, guerra fria e vários outros. Jogar pelo menos alguns deles acaba sendo bem divertido, ainda mais se estiverem jogando localmente.

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It Takes Two também possui desafios de chefes em algumas etapas e, mesmo que alguns chefes sejam mais criativos e elaborados que outros, foi uma boa decisão de colocá-los no jogo. Cada chefe do jogo tem o seu design pensado para o mapa abordado, bem semelhante ao caso das habilidades explicadas anteriormente, mas a forma de vencê-los acaba sendo semelhante a outros jogos que se resumem a atingir os pontos fracos até que ele seja destruído.

Apesar de vários elogios e pontos fortes mencionados para It Takes Two, existem também alguns pontos negativos. O primeiro deles é que em algumas cinemáticas existe a queda de FPS, a qual não chega a atrapalhar a experiência por ser bem rápida e ocasional, mas o problema não deixa de existir. Isso por sorte não aconteceu nos momentos jogáveis, o que seria bem pior para a experiência no geral.

O outro ponto negativo é que a história teve um andamento excelente e muito explicativo sobre o conflito entre o casal e a solução de seus problemas, mas o jogo acaba sendo finalizado muito mais rápido do que o andamento mais lento e explicativo que o jogo me acostumou desde o início. Não que o final seja ruim, mas ele poderia ter sido melhor finalizado.

Por fim, esse certamente é um dos jogos que merece grande destaque no ano por sua criatividade, história, capricho nos detalhes e por trazer melhorias nas mecânicas cooperativas que não são tão comuns de ver em jogos lançados nos dias de hoje. E antes que os jogadores comecem a parecer enjoar das mecânicas e mapas, tudo muda para algo novo e isso se mantém do início até o fim, sendo bem mais consistente do que até mesmo grandes produções de jogos. Ele também é muito bom para jogar com as pessoas que gosta e certamente trará uma experiência bem legal e que será lembrada por muito tempo.

Disponível nas plataformas: Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC.

9.5
Nota
"Uma forma bem diferente, criativa e muito divertida de realizar uma terapia de casal"
Prós
  1. Jogabilidade cooperativa
  2. Diversidade de mecânicas
  3. História e a forma de contá-la
  4. Personagens interessantes
  5. Dublagens
  6. Direção de arte
  7. Design de mapas
  8. Minijogos variados
Contras
  1. Quedas de FPS
  2. Final corrido
Sr Ori
Sr Ori #luhckaz100

Fã de yakuza e jogos que trazem experiências criativas e diferentes das que já tive.

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