Relembrando | Driver: San Francisco completa 10 anos desde que foi lançado

#Artigos | Um clássico da Ubisoft Reflections, hoje considerado um jogo a frente do seu tempo
Billy Butcherem

Após mais de 5 anos em desenvolvimento, em 1 de Setembro de 2011 o time da Ubisoft Reflections lançou a mais recente (e até o momento, a última) entrada principal na série de jogos Driver, criada originalmente em 1999 quando o estúdio ainda se chamava Reflections Interactive e era de propriedade da Atari.

Driver é conhecido por muitos como uma franquia de ação e aventura com carros num cenário moderno de mundo aberto, sendo a primeira a bater de frente com Grand Theft Auto da Rockstar Games, e sendo protagonizada pelo carismático John Tanner, que aparece em todos os jogos da série.

Mesmo com todo sucesso de Driver 1 e 2, foi no Driv3r que as coisas desandaram, principalmente por conta do jogo tentar a todo instante se parecer com seu rival na época, Grand Theft Auto III, dando a possibilidade de Tanner sair dos veículos e usar uma arma para atirar em inimigos, tirando muita da essência natural da série, e quase a encerrando ali mesmo.

Em 2006 a Atari concordou em vender a Reflections Interactive (junto da IP de Driver, que é de propriedade do estúdio) para a Ubisoft após um sucesso moderado com o título da série lançado naquele mesmo ano, Driver: Parallel Lines, que obteve bons números de vendas nas suas versões de Xbox Original e PC.

Desse ano até em 2011, o estúdio passou por sua mudança de nome, se tornando Ubisoft Reflections, e a partir daí começou a criar o que viria a ser Driver: San Francisco, um jogo que a primeira vista, foi recebido com diversos elogios pelos críticos e jogadores, mas que não vendeu tanto quanto o que a Ubisoft gostaria.

Voltando a essência da série, Driver: San Francisco não tem aqueles momentos ao estilo de GTA onde o jogador, assumindo o papel de Tanner, usa armas, voltando a ser um jogo de mundo aberto de aventura com veículos... porém com novidades bastante peculiares e bem originais. Sim, falamos da mecânica The Shift.

Caso tenha jogado Driver: SF, você deve se lembrar que no início do jogo, John Tanner sofre um acidente, entrando em Coma, e com isso, toda a aventura de San Francisco se passa na mente adormecida do personagem, dando uma verticalidade em alta escala para a Ubisoft Reflections ousar.

Uma vez que o personagem não está realmente ali, durante o desenrolar de Driver: SF o jogador pode usar o The Shift, que amplia o cenário do seu mundo aberto, o jogador escolhe um NPC com veículo, e magicamente Tanner teleporta e entra "na alma" daquele personagem, e com isso, podemos dar continuidade no jogo, algo bastante diferente, e que inicialmente foi encarado como algo estranho de se ver em um jogo, especialmente em Driver.

The Shift é um recurso que raramente vemos em jogos no geral, com um exemplo mais fácil de citar sendo o de Super Mario Odyssey, título de 2017 do Nintendo Switch, onde podemos assumir o controle de vários personagens com o uso do chapéu amigo de Mario, Cappy. A diferença é que Tanner não ganha poderes extras quando faz isso em Driver.

Com esse estilo de design, a Ubisoft Reflections pôde criar um jogo mais denso e vivo em enredo, com cenas cinematográficas e de ação com alta qualidade, sendo de longe um jogo bem construído em termos de personagens, seja no próprio protagonista ou nos secundários. Para se ter ideia, Driver: San Francisco possui mais linhas de diálogo narrativo que Mass Effect 2, jogo lançado um ano antes de Driver SF e que na época era o RPG mais robusto no mercado em termos de enredo.

Outro detalhe bastante diferenciado em Driver: San Francisco é a presença de algumas missões que quebram simples barreiras com os jogadores, explorando cenários bastante diferentes. Para começar, sim, falamos da missão em que temos a perspectiva da câmera em 2° Pessoa (Second-Person), estilo de câmera que pouquíssimos jogos já tentaram usar, e que antes de Driver SF, só tínhamos visto com melhor clareza no aclamado clássico da Double Fine, Psychonauts.

Também há a missão 'The Freeze', onde os carros na rua onde Tanner está passando simplesmente são como fantasmas de gelo, que atravessam nosso veículo enquanto decorremos o enredo. Esse é um dos momentos mais reflexivos do título, onde o enredo fala mais de como seria uma experiência de quase-morte.

No geral, todo a estrutura e concepção de Driver: San Francisco é bastante sólida e rica no que se propõe, com o jogo esconcendo muitos detalhes em várias partes, seja no menu inicial onde temos uma lista a seguir e no fundo há um Raio X de Tanner (lembrando sempre o jogador que aquilo é uma ilusão) ou no fato que o uso de sons do batimento cardíaco do próprio Tanner foi usado como meio de localização das missões e progressão no mapa.

Lançado como um jogo ótimo, porém peculiar e diferente do que se esperava, Driver: San Francisco hoje possui um status de classic-cult, sendo um jogo que para a mídia jornalística de videogames, foi lançado a frente do seu tempo, onde muitos só foram reparar em sua originalidade e inovação em mundo e design após muitos anos desde que foi lançado em 2011.

Infelizmente nos dias de hoje é impossível adquirir uma cópia digital de Driver: San Francisco, já que em 2016 o título foi removido das lojas oficiais do Steam e Ubisoft Connect por conta do vencimento de licenças (direitos autorais) das músicas presentes.

Em 2018 o jogo foi relançado no Xbox One via retrocompatibilidade, recebendo melhorias para o Xbox One X, consequentemente também estando agora no Xbox Series X|S, mas também não podendo ser comprado na Xbox Store (só se você tiver uma cópia física ou uma digital já salva na sua conta da Xbox Live).

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