Análise | Dragon Ball: Sparking! Zero
Durante a época do PS2, a franquia Dragon Ball: Budokai Tenkaichi foi um enorme fenômeno entre os jogadores. Agora a série está de volta com um novo título, Dragon Ball: Sparking! Zero.
Após tanta espera, será que o retorno desta clássica franquia valeu a pena?
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Podemos começar dizendo que Dragon Ball: Sparking! Zero é sem dúvidas o sonho de todo fã da franquia. É possível ver que a Bandai Namco foi ao limite e além para entregar uma experiência extremamente robusta.
Com 181 lutadores, o jogo traz personagens de todos os principais arcos da série e suas transformações, embora com uma ausência notável do Dragon Ball original. É claro que ainda temos diversas versões do Goku e Vegeta, mas a longa lista de lutadores é invejável para qualquer jogo do gênero.
O combate de Dragon Ball: Sparking! Zero é simples na superfície, mas conta com um bom número de mecânicas para manter as lutas emocionantes e desafiadoras para quem as dominar.
Sistemas como esquiva, contra-ataque e defesa possuem um timing bastante preciso para serem usados, o que garante um bom teto de habilidade para os jogadores mais experientes. Novas adições em relação aos títulos anteriores incluem formas de parry avançadas, as quais permitem revidar ataques especiais.
O jogo traz uma excelente quantidade de habilidades especiais e transformações, permitindo um bom nível de variedade durante os combates. Os comandos atualizados ainda permitem um controle melhor dos personagens pelo campo de batalha.
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Cheio de efeitos e explosões, com batalhas frenéticas e cenários com porções destrutíveis, você se sente realmente dentro de uma batalha do anime. O gameplay conta com uma representação fiel do que é uma batalha de Dragon Ball.
Há todo um gerenciamento acontecendo durante o combate. É preciso saber quando se afastar para carregar o Ki ou o momento exato para liberar um ataque especial sem que seja interrompido.
Infelizmente a campanha não é a melhor adaptação que já vimos na franquia. As cenas estáticas, até mesmo de momentos importantes da obra, acabam tirando um pouco do peso que possuem.
Além disso, por ser contada de forma extremamente resumida, pulando rapidamente entre uma luta e outra, acaba deixando a narrativa ainda mais desinteressante para quem já acompanhou dezenas de vezes em vários jogos.
A campanha também não é contada de forma completa com todos os personagens, ao invés disso, sendo separada em 8 campanhas distintas, as quais contam a história do ponto de vista de personagens como Goku, Vegeta, Freeza e até mesmo Jiren.
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Toda essa divisão, e o fato das cutscenes serem raras e a história contada através de slides sem narração, acaba diluindo toda a experiência, ficando muito aquém do que vimos em Dragon Ball Z: Kakarot, o qual conseguia transmitir toda aquela sensação épica do anime com suas belas cutscenes.
Ainda assim, a equipe conseguiu trazer um sistema que simplesmente consegue carregar sua história. Pequenas escolhas espalhadas pela campanha permitem que o jogador crie situações diferentes que acabam divergindo da história original da obra.
O que aconteceria se Goku tivesse sobrevivido contra Raditz ou se tornasse um Super Saiyajin mais cedo? São propostas extremamente interessantes de se explorar e conseguem dar um ar novo pra uma história que todos já conhecem.
O jogo ainda traz muitos outros modos para os jogadores aproveitarem, com destaque para as batalhas personalizadas. Nesse modo os jogadores podem criar suas próprias histórias e o sistema oferece um nível interessante de personalização.
É possível alterar aspectos como personagens, mapas e até mesmo criar cutscenes com jogadas de câmera e diálogos personalizados. A opção de compartilhar sua criação com a comunidade ainda abre portas para a criação de muitas histórias alternativas dentro desse universo.
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Outro aspecto que merece um elogio é o robusto sistema de tutorial do jogo. Você pode treinar qualquer movimento dos personagens e ainda personalizar diversos aspectos, incluindo a opção do NPC mostrar como se faz. É um dos tutoriais mais completos que já vi e realmente ajuda o jogador com qualquer dificuldade que tenha.
Para quem deseja enfrentar outros jogadores, há também opções de modos online. Para as ranqueadas o estúdio trouxe uma ideia interessante, onde cada jogador tem 15 pontos para gastar na seleção de personagens.
Os pontos dos personagens vão desde 1 para os mais fracos como Mr. Satan até 10 para os mais poderosos como Gogeta SSJ Blue. Isso consegue ao menos dar uma leve balanceada no jogo, permitindo que jogadores com personagens mais fracos possam ter uma equipe maior.
O jogo manter a possibilidade de jogar em tela dividida também é um bônus agradável, especialmente em uma época onde isso tem se tornado tão raro. Infelizmente o modo está limitado a um único mapa.
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Graficamente não há do que reclamar no jogo. Os visuais estão belíssimos e o modelo dos personagens é um dos mais bonitos já vistos em um jogo da franquia, adaptando a arte da obra com maestria para os games.
Os efeitos especiais também estão belíssimos, com cada habilidade e transformação ganhando vida de forma espetacular, com cores fortes e vibrantes, e visuais fieis ao anime.
Embora a parte visual seja um colírio para os olhos, não é possível dizer o mesmo da parte de áudio. Com Dragon Ball sendo uma franquia com uma trilha sonora tão clássica, o jogo acaba deixando a desejar nesse quesito, entregando músicas um tanto quanto genéricas.
O destaque fica para a abertura do jogo com a trilha sonora do Torneio do Poder, mas tirando isso, não há muito o que aproveitar. A menos, é claro, que você compre a DLC do Pacote de Música de Anime, o qual permite a você usar as clássicas músicas da série, algo que podia já estar incluído no jogo base.
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Conclusão
Dragon Ball: Sparking! Zero é o que os fãs de Dragon Ball sempre pediram. Um jogo que resgata a clássica sensação de jogar Budokai Tenkaichi com um elenco enorme de personagens e batalhas cheias de destruição e golpes especiais.
Infelizmente o modo campanha acaba não sendo o ponto forte para quem desejava acompanhar novamente a história da série, mas o estúdio trouxe muitas novidades que acabam aliviando o problema.
- Combate divertido e explosivo
- Jogo captura com perfeição a essência do anime
- Belos visuais e efeitos especiais
- Quantidade gigantesca de personagens
- Escolhas que permitem alterar a história original
- Campanha um pouco arrastada com cenas sem animação
- Trilha sonora não está no nível que a franquia merece