Análise | Black Myth: Wukong

Um dos maiores lançamentos do ano até agora, Black Myth: Wukong acabou conquistando muitos jogadores, entregando uma adaptação de uma das histórias mais clássicas da mitologia Chinesa.

No entanto, será que a espera por esse título valeu a pena?

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Black Myth: Wukong não disfarça suas inspirações no soulslike, mas também não se entrega totalmente ao gênero. Aqui o foco na ação é muito maior, com o combate sendo muito mais próximo de um hack-and-slash, mas sem perder toda aquela intensidade que os fãs tanto amam.

A jogabilidade é bastante fluida e os movimentos responsivos. Não existe uma grande variedade de combos, com o personagem contando com um ataque leve e pesado, mas ainda assim é possível usá-los de formas interessantes.

Aqui você não simplesmente aperta o botão de ataque pesado e o personagem ataca, é preciso de foco para realizar o ataque de forma efetiva, o qual pode ser carregando segurando o botão ou atacando os inimigos com o ataque fraco.

O ataque pesado é uma ferramenta muito útil que pode ser usada de diversas formas. Há três variações de ataque pesado que você pode equipar, as quais oferecem diferentes tipos de possibilidades.

Um dos mais divertidos é quando o personagem aumenta o tamanho do seu bastão e fica em cima dele. Isso não só permite que você escape de ataques dos inimigos no chão, mas também dê um poderoso golpe de cima para baixo com um longo alcance.

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O ataque pesado também é muito útil na hora de parar ataques dos inimigos. Quando a barra de foco está no máximo, o ataque pesado consegue nocautear os adversários, o que permite parar o ataque em movimento. Esse tipo de situação não só é gratificante de se usar, mas também entrega momentos icônicos durante a gameplay que parecem até sair de uma cutscene.

Black Myth ainda oferece uma vasta gama de opções para se usar durante o combate. As magias são um dos pontos principais, as quais dão uma grande vantagem durante o combate. Elas vão desde imobilizar o inimigo até transformar o protagonista em pedra para se defender.

Ainda há as transformações, as quais permite você a assumir a forma de chefes específicos e alteram totalmente o moveset do personagem. Isso é extremamente útil para se adaptar a certas situações, especialmente quando o inimigo usa algum elemento.

E é claro, não podíamos deixar de mencionar as invocações. O número de criaturas que você pode invocar é incrivelmente alto e cada um conta com uma habilidade pacífica e ativa diferente, podendo ser encaixado em qualquer estilo de jogo.

É possível ver que o estúdio se esforçou em trazer muitas opções para os jogadores na hora do combate. Como resultado o foco é nas habilidades do jogador, com os equipamentos não tendo uma importância tão grande. As armaduras e equipamentos acabam sendo mais usados apenas para aumentar os números de status, com o mais efetivo sendo geralmente trocar para a com maiores números.

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Por falar em combate, o estúdio prometeu e entregou quando o assunto é lutas com chefes. A quantidade de chefes por si só já é de espantar, a grande maioria com visuais bem interessantes e batalhas frenéticas.

Todo canto do jogo guarda uma luta de chefe, e para os que decidirem explorar o mapa, terão muitos chefes secretos para encontrar. É claro que há alguns que são apenas variações de outros, mas ainda assim o trabalho feito é excepcional, com muitos únicos e divertidos de enfrentar.

Algumas batalhas em especial são incrivelmente épicas. Sem entrar em spoilers, algumas das lutas mais grandiosas certamente deixarão você na ponta da cadeira.

O jogo também apresenta uma quantidade satisfatória de conteúdo. Mesmo sendo mais linear, é possível passar das 40 horas de jogo se for atrás de cada segredo. E garantimos a você, segredo é o que não falta.

Você pode facilmente perder uma área inteira com diversos chefes caso não explore os mapas por completo. Algumas das melhores lutas são totalmente opcionais, por isso recomendamos fortemente que não deixe nada para trás.

Embora traga muitos elementos dos Souls, Black Myth não costuma ser tão punitivo quanto eles. Aqui não há penalidade por morrer, no máximo terá que fazer a caminhada de novo. Os chefes às vezes podem apresentar alguns desafios, especialmente os opcionais, mas para terminar a campanha você dificilmente passará horas preso na mesma parte.

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O jogo conta com uma boa variedade de opções durante o combate que facilitam as lutas, e alguns chefes até mesmo contam com truques secretos que você pode utilizar para anular alguma das habilidades deles.

Visualmente o jogo é excepcional, trazendo diversos mapas com visuais lindos. Seja uma floresta verde ou um deserto escaldante, a arte do jogo é sempre impressionante. A variedade de cenários também não deixa a desejar, com cada mapa sendo um bioma único.

Se tratando de performance, infelizmente o jogo não está 100%. Tendo testado tanto no PC quanto no PS5, senti a presença dos infames stutterings (rápidos travamentos) em ambas as plataformas. No console, o modo performance é sem dúvidas o recomendado, entregando no geral um desempenho estável, com exceção do último capítulo onde ocorre uma grande queda.

Narrativamente, o jogo entrega uma história bem interessante e seus personagens são bem construídos. O jogo é uma sequência da história de Jornada ao Oeste, se passando após os acontecimentos da obra.

Embora seja possível jogar sem conhecer a obra, ainda assim alguns momentos podem se tornar confusos, já que o jogo espera um certo conhecimento prévio. Ainda assim, é possível aproveitar essa história de forma totalmente independente.

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O destaque fica para as animações entre os capítulos. Além de oferecer histórias interessantes e um maior contexto para alguns personagens, visualmente elas são um espetáculo. Cada uma conta com um estilo de arte diferente e o resultado é fenomenal.

Como já dissemos, os mapas possuem uma boa variedade e trazem visuais bem trabalhados. No entanto, o level design acaba deixando a desejar em alguns momentos, em especial nas limitações em torno do cenário.

Sendo um jogo mais linear, é compreensível que Black Myth tenha barreiras para não deixar o jogador passar de certo ponto. Barreiras invisíveis até mesmo não costumam ser algo tão incomum assim. O problema é que aqui tais barreiras não ficaram em sintonia com o resto do ambiente.

Muitas vezes parece haver um caminho para seguir, mas então você acaba se deparando com uma barreira invisível. Isso se repete em diversos momentos, com o design dos mapas nem sempre conseguindo transmitir onde é possível ir e onde é fora dos limites.

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Black Myth: Wukong é uma recomendação fácil, quer você seja fã de ação ou soulslike. O jogo entrega um combate extremamente competente, lutas incríveis contra chefes e visuais belíssimos.

Infelizmente o level design deixa um pouco a desejar em alguns momentos pelo excesso de paredes invisíveis à vista, além de alguns problemas de performance. Ainda assim, é um dos melhores títulos de 2024 até o momento.