Análise | Visions of Mana
A clássica franquia Mana da Square Enix retorna com o jogo Visions of Mana, o qual promete misturar elementos clássicos com uma abordagem mais moderna, revitalizando a série.
A Square Enix nos deu a oportunidade de jogar Visions of Mana com antecedência e já terminamos o jogo. Será que valeu a espera?
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Visions of Mana traz uma premissa simples, onde um representante de cada povoado é escolhido como o avatar de um dos elementos naturais. Os jogadores então precisam embarcar em uma viagem até o Árvore de Mana, onde levarão esses receptáculos para serem sacrificados para a deusa como forma de revitalizar a energia do mundo..
O combate de Visions of Mana tem várias facetas. Simplesmente como um jogo de ação ele não é extremamente competente, entregando apenas ataques básicos e poucas opções de combo. No entanto, jogar de tal forma seria até um desserviço ao jogo, já que o seu brilho está nas possíveis combinações.
Cada um dos elementos equipados fornece diferentes tipos de poderes para os personagens, existindo uma árvore de habilidade específica para cada. Embora as magias liberadas possam ser usadas independente da classe, os efeitos passivos só são ativados quando o elemento específico está equipado no personagem.
O uso do elemento correto faz toda diferença durante o combate, pois dependendo da fraqueza do inimigo, pode ir desde não causar dano nenhum até dobrar o poder de ataque. O jogo ainda traz uma boa variedade de magias para se usar, de vários elementos e níveis de poder diferentes.
Você pode tanto aprender novas magias na árvore de habilidade dos elementos ou através de sementes, itens que podem ser equipados à vontade nos personagens. Isso dá ainda mais liberdade na experimentação.
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Um exemplo de combinação é equipar Morley, o 'rogue' da equipe, com uma semente de causar mais dano no ar, então usar a magia de vento, a qual consegue erguer os inimigos no ar por um tempo, e atacar com seus ataques rápidos.
O próprio jogo incentiva esse tipo de pensamento. Quanto mais rápido você ganhar a luta, melhor serão as recompensas. Otimizar sua estratégia para as batalhas é o ponto principal do gameplay.
A troca de elementos está muito mais robusta que nos outros títulos da franquia. Aqui cada elemento dá ao personagem um visual único, novos movimentos especiais e um golpe supremo.
O mundo de Visions of Mana é separado em diversas áreas, mas todas sendo relativamente grandes, oferecendo muitas oportunidades de exploração. Como os pontos de habilidade são adquiridos através da exploração, não do combate, há sempre o incentivo para ir atrás de cada coletável.
Cada elemento novo adquirido na história ainda abre novas possibilidades pelo mapa, permitindo alcançar locais anteriormente inacessíveis ou até abrir atalhos que facilitam a exploração. O mundo faz muito uso de sistemas de plataforma. Você a todo momento vai estar correndo e saltando, tendo uma boa liberdade para explorar locais mais altos no cenário.
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O jogo poderia se beneficiar de um pouco mais de variedade de conteúdos em seu mundo. Missões secundárias são em sua grande maioria encontradas apenas nas cidades e equipamentos melhores obtidos diretamente das lojas. Isso acaba desincentivando um pouco o jogador a retornar a mapas antigos após ganhar um novo elemento, a não ser que esteja atrás de mais pontos de habilidade.
Falando nas missões secundárias, a grande maioria infelizmente cai no clichê dos JRPGs, entregando missões sem profundidade e que se resumem a entregar um item ou matar uma quantidade específica de criaturas. Apenas algumas missões secundárias próximas ao final do jogo chegam a realmente explorar melhor os personagens.
A história própria de cada um dos companheiros é interessante e são personagens bem carismáticos. A história principal também tenta contar algo novo, subvertendo alguns dos temas da franquia e apresentando um contraste sobre como pessoas diferentes reagem quando na mesma posição.
Embora possua alguns momentos impactantes, a narrativa acaba às vezes se perdendo, com o tom não combinando com o que o jogo está tentando contar e até mesmo se arrastando em certas partes.
Mesmo quando a história consegue entregar aqueles momentos mais marcantes e de apertar o coração, eles são rapidamente passados e parecem até perder o peso na narrativa, até serem novamente necessários.
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Ainda assim, é uma história que passa aquela sensação de aventura pelo mundo que muitos JRPGs clássicos tinham, com algumas reviravoltas interessantes que conseguem ao menos manter o jogador curioso.
Visualmente o jogo é muito agradável. Seus cenários oferecem uma excelente variedade de biomas e cada um bem detalhado. As dungeons contam com designs bem elaborados e fazem uso dos seus respectivos elementos. Os personagens também possuem um estilo bem único, que talvez não agrade a todos, mas ainda possui o seu charme.
Jogando no console, o modo performance entregou uma performance consistente, tanto com um bom nível de qualidade visual quanto de desempenho. Infelizmente o modo gráfico apresenta uma taxa de quadros muito instável, às vezes parecendo estar próximo do 60 e outras do 30, o que torna difícil recomendá-la, já que não é consistente.
Por fim, a falta de legendas em português em um jogo com tantos diálogos certamente é algo decepcionante em pleno 2024, ainda mais vindo de uma empresa do tamanho da Square Enix.
Vale a pena?
Visions of Mana certamente não é o melhor retorno possível para a franquia, tendo alguns contratempos. Sua história consegue trazer conceitos interessantes para a série, mas não consegue os explorar da melhor forma. O jogo ainda cai em algumas armadilhas do gênero, como conteúdos sem profundidade.
Ainda assim, para quem busca um combate com uma boa variedade e espaço para experimentação, Visions of Mana cumpre o seu dever. Seu mundo variado e extremamente belo também consegue ser um deleite para os olhos.
- Combate divertido que incentiva experimentação
- Sistema de classe robusto
- Mundo extremamente belo
- Personagens bastante carismáticos e com bom background
- Narrativa nem sempre alcança o seu potencial
- Mundo poderia ter mais variedade de conteúdo
- Muitas missões secundárias rasas
- Falta de localização em português