Ubisoft diz que a empresa está muito bem, apesar dos inúmeros adiamentos de jogos e processos envolvendo assédio e abuso

Ubisoft diz que "a empresa está muito bem", apesar dos inúmeros adiamentos de jogos e processos envolvendo assédio e abuso

Com valor de mercado abaixo de US$ 6 bilhões, a Ubisoft conseguiu amenizar um pouco de seus recentes prejuízos
#Games Publicado por Billy Butcher, em

Após ter tido o maior ápice em toda sua história em Julho de 2018, a Ubisoft vem sofrendo uma queda sem fim de 2019 para cá quando se trata de valor de mercado, acionistas, relações públicas, e até mesmo na qualidade de seus jogos, uma vez que a empresa saiu de seu valor de US$ 12 bilhões para atualmente estar valendo US$ 5,5 bilhões.

Em primeiro lugar, e mais importante, tem havido alegações, processos judiciais e relatórios contínuis do quanto a cultura de trabalho dentro da Ubisoft é tóxica, de como sua liderança é abusiva e do quanto o assédio sexual vem acontecendo em suas subsidiárias, casos que vem sendo reportados desde 2019 e que ganharam atenção mundial em 2020 e 2021, com a própria Ubisoft colocando em risco sua saúde financeira caso tudo não seja resolvido até o próximo ano.

Isso foi revigorado e piorado em Julho de 2021, quando múltiplas alegações e relatórios semelhantes apareceram na Activision Blizzard, o que fez a situação de imagem/entidade da Ubisoft ficar ainda mais queimada, com a empresa perdendo nada menos de 47,40% de todo o seu valor em apenas 1 ano. Essa é uma situação bem preocupante, principalmente se levar em conta que tal queda não ocorria na empresa desde 2008.

Depois, há todos os atrasos nos jogos. A Ubisoft tem adiado vários jogos, repetidamente, anualmente, há algum tempo. Primeiro começou com Rainbow Six Extraction, Immortals: Fenyx Rising e Watch Dogs: Legion em 2019, só para o R6 Extraction acabar adiado novamente depois disso (agora agendado para 2022).

Mais recentemente veio adiamentos de Riders Republic, The Division Heartland (que foi adiado por um ano fiscal inteiro), Avatar: Frontiers of Pandora, a interminável esteira de atrasos de Skull & Bones, Beyond Good and Evil 2, e claro, o polêmico remake de Prince of Persia: The Sands of Time, que já foi adiado 2x.

Indo para o lado da marca Tom Clancy's, as coisas também não andam bem. Ghost Recon Frontline foi anunciado no início deste mês, mas sua versão beta foi adiada nem uma semana após esse anúncio. XDefiant por sua vez, está sendo criticado negativamente por quase todos os jornalistas e jogadores que acessaram seu Beta Preview, e uma tentativa parecida de Battle-royale da empresa, Hyper Scape, acabou fracassando por completo.

Na maior parte, não sabemos exatamente por que todos esses atrasos estão acontecendo, embora um relatório do Kotaku de julho desse ano tenha investigado o que está acontecendo especificamente com Skull & Bones, um jogo que já vem custando mais de US$ 200 milhões para a Ubisoft e que já sofreu mais de 5 reboots internos.

Depois, há a questão menor da questão do Free-to-Play, que parece ter incomodado o público e os investidores. Durante as últimas conferências com acionistas, a Ubisoft expressou o desejo de se afastar de seu compromisso de lançar entre 3-4 títulos AAA Single-Player a cada ano fiscal e declarou um forte interesse em fazer mais jogos jogos Free-to-Play (F2P) e Games-as-a-Service (GaaS) como foco.

Claro, em termos de números, as coisas parecem boas o suficiente para recuperar todos os prejuízos de 2019 para cá, mesmo se a Ubisoft. O lucro líquido aumentou 14% em relação ao ano passado, para € 392,1 milhões (US$ 458,1 milhões) e as vendas aumentaram 21%, para € 398,5 milhões ($ 465,6 milhões).

Mas, além disso, a apresentação da Ubisoft em grande parte parecia uma tentativa de tranquilizá-la em meio a uma pilha de manchetes negativas. Por um lado, sua divulgação de resultados incluiu uma longa citação sobre a "evolução da organização de RH" e suas tentativas de fazer "progresso incremental e significativo" na melhoria da cultura da empresa, especialmente por meio dos Grupos de Recursos de Funcionários da Ubisoft e uma análise mais detalhada do conteúdo criativo:

“O fortalecimento do suporte para ERGs é apenas um exemplo de como a Ubisoft está agindo em seu compromisso de se tornar uma organização mais diversa e inclusiva”, diz o comunicado.

"Outro exemplo significativo é que um comitê interno de revisão de conteúdo agora examina o conteúdo do jogo e de marketing para fornecer perspectivas adicionais sobre seu conteúdo, e uma equipe global de Jogos e Conteúdo Inclusivos está sendo criada para garantir que a diversidade e a inclusão sejam incorporadas aos processos de produção."

Billy Butcher
Billy Butcher #BillyButcher

Um grande fã de jogos e filmes dos gêneros Stealth e Ficção-Científica.

Tenho uma paixão imensa pela franquia Metal Gear Solid, na qual considero a minha favorita, porém também sou um grande amante das sagas Halo e StarCraft.

Moderador do Site, Volta Redonda, Rio de Janeiro
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