Atualmente estamos em uma época onde sempre que uma sequência é lançada e está muito parecida com o jogo original, aparecem diversas críticas chamando o jogo de uma simples DLC por não oferecer uma experiência totalmente nova.
Tendo recentemente participado do Flow Games, o ex-diretor de arte da Santa Monica, o brasileiro Rafael Grassetti, comentou a respeito desse assunto. De acordo com ele, as pessoas não fazem ideia da dificuldade que é criar um jogo no nível de God of War Ragnarok.
Acho que a galera não faz nem ideia o quanto trabalho dá pra fazer um jogo desse nível. Acho normal o pessoal falar do negócio de DLC, acho nada vê assim, mas em relação a tecnologia e ao que a gente se propôs a fazer, é muito mais complexo do que o primeiro.
O artista também comenta sobre o perigo dessa busca incessante por gráficos, afirmando que isso apenas levará os desenvolvedores a um ponto onde não haverá mais para onde correr.
Mas a parte de gráfico é um um buraco meio perigoso, pois a gente vai entrando em uma fase agora onde todo mundo quer gráfico, é mais gráfico, mais gráfico, e chega um momento onde você não tem pra onde ir, não tem pra onde correr.
O que a gente se propôs a fazer da Sony e da Santa Monica é fazer um balanceamento geral, onde tudo tem que ser bom, não é só focar todo o dinheiro aqui em arte pra ficar foda e o jogo acaba sendo uma bosta. Quais são os melhores lugares para se investir para sair um jogo 90.
Outro problema citado pelo desenvolvedor, é que muitos acabam criando uma memória afetiva de jogos passados, o que faz eles lembrarem dos jogos melhores do que realmente são.
Quando a gente pensa em jogos anteriores de alguns anos atrás, a gente tem uma ideia quando eles são bons que eles são maravilhosos, mas quando você vai parar para olhar eles, é bem fora. Acho que o God of War é a mesma coisa.
Se você joga o de 2018, eu ainda acho que não é tão acabadinho, tão bonito quanto eu gostaria e se eu olho o Ragnarok eu sou muito mais feliz. Pra mim tão entregue ali, foi bem sucedido.