OPINIÃO: Dragon's Dogma 2 dificulta a sua exploração mais do que o necessário

#Artigos | Diversas decisões acabam tornando a experiência mais arrastada do que deveria.
Viniciusem

Após muitos anos de espera, os jogadores finalmente tiveram o lançamento de Dragon’s Dogma 2. O jogo foi mais do que uma sequência, mas sim a visão original que o criador tinha para o primeiro jogo, mas não conseguiu cumprir na época

Dragon’s Dogma 2 acabou sendo um excelente jogo, aprimorando aquele que já era um dos melhores combates do gênero, agora ainda mais avançado. Isso rendeu comentários extremamente positivos a respeito do jogo.

Apesar de todos os pontos positivos, o jogo tem gerado uma discussão a respeito de um dos seus pontos: a exploração. O mundo de Dragon’s Dogma 2 possui muitos segredos para encontrar, seja um inimigo poderoso, um novo equipamento ou uma missão secundária, o problema é chegar até eles.

Desde antes do seu lançamento, os criadores deixaram claro que o jogo não teria um sistema de montaria, já que o foco era fazer os jogadores explorarem esse mundo por conta própria. Isso em si não seria um problema, mas há outros elementos combinados que tornam a experiência um pouco mais arrastada.

Dragon’s Dogma 2 usa um sistema de stamina, onde cada ação do jogador faz ela diminuir um pouco. Para o combate é algo que faz sentido, fazendo com que o usuário tenha que gerenciar suas ações de forma inteligente. No entanto, durante a exploração acaba se tornando mais um incômodo. A própria FromSoftware se livrou da mecânica em Elden Ring, permitindo aos jogadores correr livremente quando fora do combate.

Em jogos onde a exploração é um desafio, como Zelda, há sentido em ter uma barra de stamina fora do combate, exigindo que o jogador escolha o melhor caminho a escalar. Já em Dragon’s Dogma 2, você geralmente só está correndo do ponto A ao ponto B, sem realmente ter um desafio na movimentação. O resultado é uma necessidade de estar constantemente parando e retornando a corrida sem motivo.

Dragon’s Dogma 2 ainda é um jogo onde exige que o jogador vá e volte diversas vezes em locais distantes para realizar missões, e as estradas são sempre cheias de inimigos comuns. O combate certamente é muito divertido, mas quando você está viajando pela 5º vez na mesma estrada e encontra os mesmos inimigos que consegue destruir em questão de segundos por já estar muito evoluído, a falta da possibilidade de fazer a viagem de forma mais rápida começa a ser sentida.

O jogo conta com um sistema de viagem rápida, mas cabe ao jogador usar pedras para marcas os locais para onde pode viajar. O problema é que são itens extremamente raros durante a campanha e ainda é preciso gastar outros itens que também não são tão comuns para viajar até elas.

Outro sistema que pode ser usado são as carroças. Elas podem te levar da capital para algumas das outras cidades. No entanto, como tudo relacionado à exploração do jogo, há um porém. As carroças viajam apenas para cidades específicas não dando liberdade ao jogador e a viagem ainda pode ser interrompida caso a carroça seja atacada no caminho.

O fato da Capcom estar vendendo itens de viagem rápida por R$ 16,00 também não pinta uma imagem muito boa. O estúdio diversas vezes afirmou que tais dificuldades eram parte importante do jogo, já que a exploração era seu foco, mas então vende itens que aliviam um pouco o problema, deixando um questionamento no ar quanto a veracidade disto.

Esses empecilhos separados não são nada graves, mas quando temos todos unidos em um único pacote, pode acabar tornando a experiência mais arrastada do que deveria, algo que parece vindo de gerações passadas e não condizente com experiências mais modernas. Há muitos “poréns” durante a exploração do jogo que acabam diluindo a experiência para alguns.

Se somarmos o fato de que o limite de peso no inventário é extremamente pequeno, fazendo você retornar constantemente durante as exploração para a cidade com objetivo de armazenar os itens, essa questão se torna ainda mais nítida.

No primeiro jogo, algumas mudanças haviam sido realizadas na expansão Dark Arisen para facilitar a viagem rápida, incluindo a adição de um item de uso infinito. Por algum motivo, para a sequência a Capcom acabou descartando as ideias.

Não me entenda mal, Dragon’s Dogma 2 é um excelente jogo, trazendo algumas novidades muito interessantes, como o Lanceiro Místico, uma das jogabilidades mais divertidas que já experimentei nos jogos. No entanto, o jogo poderia ter respeitado melhor o tempo do jogador sem tornar tão cansativo para alguns o simples fato de andar pelo mapa.

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