O órgão federal de vigilância da segurança cibernética da Alemanha, o BSI, está conduzindo um exame técnico de um telefone celular fabricado pela chinesa Xiaomi. Quem revelou isso foi um porta-voz do Ministério do Interior na quarta-feira.
O porta-voz não deu maiores detalhes sobre o tipo de exame que a agência está realizando.
O órgão estatal de segurança cibernética de Lithanua disse na semana passada que os telefones da Xiaomi tinham uma capacidade embutida de detectar e censurar termos como "Liberte o Tibete", "Viva a independência de Taiwan" ou "movimento pela democracia".
Disse o vice-ministro da Defesa da Lituânia, Margiris Abukevicius, segundo o jornal South China Morning Post.
A Xiaomi disse na segunda-feira que estava contratando um especialista terceirizado para avaliar as alegações da Lituânia de que seus smartphones possuem recursos de censura embutidos.
Disse representante da empresa que atualmente não comentou nada sobre a investigação alemã.
A Xiaomi emergiu como o principal fornecedor de smartphones na Europa pela primeira vez no segundo trimestre de 2021, enviando um recorde de 12,7 milhões de unidades para lá, disse a empresa de pesquisas Strategy Analytics. Junto com outros rivais chineses no sistema operacional Android, a Xiaomi teve um aumento na participação de mercado após a aplicação das sanções dos EUA contra a Huawei Technologies Co Ltd, que paralisou sua divisão de smartphones antes dominante.
A Alemanha tem preocupações de segurança quanto ao uso de tecnologia de empresas chinesas como a Huawei em seu lançamento de rede 5G, após pedidos dos EUA para banir a empresa, dizendo que seu equipamento poderia ser usado para apoiar a espionagem estatal chinesa.
China e Lituânia enfrentam relação delicada
No mês passado, a China mandou que a Lituânia retirasse seu embaixador de Pequim e solicitou o retorno de seu enviado diplomático à capital do país europeu. Isso aconteceu após Taiwan anunciar que abriria Escritórios de Representação de Taiwan na Lituânia.
Taiwan é, atualmente, considerado pela China como uma província rebelde. O conflito entre as “duas Chinas” começou após a Revolução Chinesa de 1949, que derrubou o governo de Chiang Kai-shek e instaurou o governo socialista de Mao-Tsé Tung.
Chiang Kai-shek refugiou-se na ilha de Taiwan, separada do território inimigo por um estreito de 130 km de largura, onde formou-se um governo autônomo. A partir disso, a China seguiu dividida em República Popular da China (a parte continental) e a China Nacionalista ou Taiwan (parte insular).
Para todos os efeitos, Taiwan é hoje um Estado soberano, mas Pequim segue vendo o território como uma parte inseparável do seu.
Nesta quinta-feira, as autoridades taiwanesas divulgaram que 19 aeronaves chinesas, entraram na zona aérea de defesa de Taiwan.