Arena of Valor: jogo “irmão” de League of Legends: Wild Rift tem muitos méritos próprios

#Variados | Os impressionantes números de Arena of Valor motivaram a Tencent a impulsionar ainda mais o jogo, dentro e fora da Ásia
Green Lanternem

A cada ano que se passa, os eSports tem se mostrado cada vez menos como um espaço de “nicho”. Enquanto os jogadores de videogames mais assíduos são ainda aqueles que compõem uma parcela mais do que relevante do público que joga os jogos do cenário de esportes eletrônicos, e que assiste os campeonatos destes games, o público generalizado e não necessariamente envolvido com a cena também tem visto os eSports com muito bons olhos.

O incremento na popularidade dos eSports vem em todas as plataformas onde eles podem ser acessados, desde os computadores de mesa até os aparelhos portáteis como os nossos smartphones. Estes últimos apresentam uma dinâmica interessante em comparação às suas contrapartes não tão “móveis” como PCs e consoles, uma vez que o público em potencial dos jogos de smartphone é bem maior do que o das plataformas consideradas mais tradicionais para se jogar videogames.

Esse é um potencial que parecia não estar sendo muito bem explorado, até o aparecimento de Free Fire e dos “ports” - adaptações, em tradução para o português - de Fortnite e PlayerUnknown: Battlegrounds para celulares. E além destes jogos de tiro, houve também o aparecimento de MOBAs para smartphone cujo sucesso, principalmente nos mercados asiáticos, não poderia ser deixado de lado.

Entre estes MOBAs de sucesso, encontra-se Honor of Kings - que fora da Ásia, foi lançado como Arena of Valor pela empresa chinesa Tencent, que é também dona da Riot Games, produtora de League of Legends. O jogo de celular que foi desenvolvido e criado na China como uma “resposta” à recusa da Riot em criar uma versão mobile de LoL, alcançou seu objetivo em convencer a produtora do maior MOBA do mundo que sua concepção quanto a jogos de celular era errônea.

Investimento com alto retorno

À primeira vista, pode parecer que Honor of Kings/Arena of Valor trata apenas de um jogo feito para “abocanhar” um mercado que a Riot - e consequentemente a Tencent - deixaria de lado se suas vontades fossem feitas. Mas essa perspectiva ignora totalmente os méritos próprios de HoK/AoV, tanto na parte do jogo em si quanto no desenvolvimento de um cenário respeitável de eSports dentro e fora da China, que é o seu mercado principal.

Na App Store da Apple, o aplicativo de Arena of Valor possui avaliação 4,7 de 5. Na Play Store da Google, onde sua base de jogadores é relativamente maior, a nota é reduzida: 4,3 de 5. Mas apesar de não ser um jogo “perfeito”, ele já teve mais de 200 milhões de jogadores simultâneos ao se juntar os números de sua versão asiática, com sua versão no resto do mundo. Em termos monetários, isso significou 4 bilhões de reais de arrecadação num só mês, em fevereiro do ano passado.

Os impressionantes números de Arena of Valor motivaram a Tencent a impulsionar ainda mais o jogo, dentro e fora da Ásia. Começando pelo lançamento do jogo em outras plataformas como o Nintendo Switch, e também a criação de um cenário mundial de eSports para o jogo de celular, que ofereceu em 2018 o maior prêmio do cenário para jogos mobile: 500 mil dólares à equipe campeã da primeira Copa do Mundo de Arena of Valor. Não por menos que hoje em dia, Arena of Valor divide espaço em sites como o da Betway, de apostas em eSports, com outros games tradicionalíssimos do cenário, como Counter-Strike e League of Legends, com as odds de jogos e de campeonatos fazendo parte da plataforma que é também patrocinadora de times da indústria como a Made in Brazil e a Ninjas in Pyjamas. E o jogo recebeu ainda mais impulsos por meio de crossovers como heróis da DC - entre eles, o Superman - se tornando personagens jogáveis em Arena of Valor.

Todos estes esforços valeram a pena para a Tencent. Para além dos grandes números que Arena of Valor alcançou com base em sua qualidade como jogo em si, o game parece ter sido vital na decisão da Riot Games em criar League of Legends: Wild Rift, que será a versão para celulares de LoL a ser lançada para celulares Android e iOS.

Muitos ganhos no futuro

Jogadores de celular que tem pouco ou nenhum interesse nos videogames de plataformas mais “tradicionais”, estão entre os maiores ganhadores dos últimos desenvolvimentos da indústria. Afinal o interesse das empresas que antes depositavam boa parte dos seus recursos e foco em desenvolver jogos para PCs e consoles, tem visto que não investir em celulares é uma grande perda de oportunidade.

Mas é bem possível que quem triunfe no fim das contas é de fato a Tencent. Afinal, a empresa chinesa poderá possuir muito em breve três dos maiores jogos em estilo MOBA do mundo em League of Legends, Arena of Valor e League of Legends:Wild Rift. Os dois primeiros já arrecadam bilhões de dólares a partir de seus jogadores todos os anos; e Wild Rift tem o potencial de ultrapassar essas marcas, ainda mais considerando as evoluções de performance e de visual que o jogo de celular apresenta frente ao jogo original de PC.

Assim se vê que o sucesso de Wild Rift, pelo menos a partir de seu lançamento, é quase garantido. Quaisquer desenvolvimentos posteriores dependerão da qualidade de decisões que a Riot tomar com seu mais novo jogo - e para garantir que estas decisões sejam as melhores possíveis, não seria má ideia pedir uma “mão amiga” da Tencent como uma espécie de guia.

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