A Atypical Games, em parceria com a Gaijin Network Ltd, lançou no ultimo dia 14 de maio, Cubic Odyssey, game que promete ser uma aventura que mistura a criatividade do Minecraft com a profundidade do No Man’s Sky, e devo admitir, a proposta é tentadora.
Mas a primeira coisa que passa na cabeça é: Será que este game conseguirá entregar o prometido, e ainda se destacar em um gênero tão saturado como o dos sandbox? Então venha e confira o que achei de Cubic Odyssey.
Como todo bom sandbox, a primeira impressão ao iniciar Cubic Odyssey é a de liberdade: desde os primeiros momentos, você é livre para ir e fazer o que deseja. Com pequenas diferenças e uma historinha de fundo, o game começa semelhante a No Man’s Sky – você está à deriva e abandonado em um planeta desconhecido. A partir daí, você já se depara com todas as características principais de Minecraft: colete recursos, fabrique, sobreviva!
No game cada estrela no céu representa um sistema estelar real, acessível e cheio de possibilidades. Você tem um universo pronto para ser explorado e minerado bem a sua frente. Cada planeta que explorei se revelou único, com ecossistemas vibrantes, ciclos de dia e noite que transformam a paisagem, civilizações alienígenas enigmáticas e ameaças ocultas que te mantêm sempre alerta.
A mecânica de criação é, sem dúvida, um dos pilares de Cubic Odyssey. A ideia de começar com o básico – minerando recursos e refinando materiais – e evoluir para bases interplanetárias complexas e naves espaciais completas é incrivelmente recompensadora. Você poderá passar horas nesse processo, vendo uma simples estrutura se transformar em um centro tecnológico interplanetário. É fácil se perder na jogabilidade, coletando, processando e fabricando tudo o que é necessário para expandir seu domínio no espaço.
A curva de aprendizado é excelente; o jogo te guia de forma intuitiva, mesmo com a profundidade de suas mecânicas, o que permite que jogadores novos no gênero se adaptem rapidamente.
No entanto, essa mesma profundidade pode se tornar um obstáculo em certos momentos. Eu, particularmente, senti que o sistema de crafting, embora similar ao de No Man’s Sky, se torna um pouco burocrático. A necessidade de transformar materiais brutos em outros materiais intermediários para só então criar o item final pode ser cansativa. Por exemplo, para criar um simples Capacitor, você precisa combinar quatro tipos diferentes de minérios, que por sua vez precisam ser processados. Entendo a intenção de adicionar complexidade e um senso de progressão, mas memorizar todas as receitas e a cadeia de produção se torna um desafio, e pode se tornar um pouco “insano” se você tentar dominar tudo de uma vez. O jogo tenta simplificar com a opção de fixar receitas na tela, mas poder fixar apenas uma por vez acaba sendo um limitador frustrante quando você está gerenciando múltiplos projetos. Quem jogou Satisfactory saberá dessa sensação de frustração: tentar criar algo complexo e simplesmente empacar pelo caminho por falta de material ou alguma estruturas certas.
A campanha contra a Escuridão Vermelha faz o game ficar ainda mais interessante, já que você não está ali simplesmente para explorar, você tem um universo a salvar. Essa ideia faz com que o sentimento de “algo urgente” está para acontecer e força você na exploração. Na lore do game, a Escuridão Vermelha é uma infecção cósmica que consome mundos e cria mutações monstruosas, o que oferece mais desafios, especialmente quando você se aventura em grupo.
O combate em Cubic Odyssey é um misto de sensações. No início, a fragilidade do seu personagem torna os confrontos bastante desafiadores e até frustrantes. Levar um ou dois tiros e ser aniquilado rapidamente não é a melhor das experiências. No entanto, à medida que você progride, coleta novas armas e aprimora seu arsenal, a sensação de poder aumenta exponencialmente. O sistema é ágil e estratégico, com armas personalizáveis que variam de rifles de precisão a espingardas de curto alcance. Derrubar uma base inimiga com poucos tiros usando uma estratégia de longo alcance, é incrivelmente satisfatório, especialmente depois de um começo complicado.
O combate espacial, por sua vez, introduz a gestão de recursos. Cada disparo de laser consome energia da sua bateria, o que significa que você precisa planejar seus ataques e garantir que tem energia suficiente para a batalha. É um elemento interessante que adiciona uma camada estratégica, pois você precisa decidir se vale a pena gastar os recursos na luta. Adicionar armas à sua nave pode tornar o combate mais fácil, mas a dependência de baterias para o funcionamento contínuo dos sistemas de armas adiciona um desafio de logística que exige planejamento.
Um dos pontos mais interessantes de Cubic Odyssey é a progressão baseada no uso de habilidades, remetendo a jogos de RPG. Quanto mais você usa uma habilidade, como mineração ou criação, mais ela melhora, desbloqueando novas possibilidades de crafting e ferramentas. Isso cria uma sensação de evolução orgânica e recompensa a exploração e a prática constante. Por exemplo, você só conseguirá minerar certos tipos de minérios com uma ferramenta de mineração aprimorada, que por sua vez, só pode ser criada com uma habilidade de criação avançada. Embora pareça uma barreira, acontece de forma natural e serve como um bom indicativo das capacidades do seu personagem. Cada habilidade oferece melhorias tangíveis, como mais minério por escavação ou descontos maiores ao comprar itens, o que realmente impacta sua jornada.
Apesar de alguns tropeços no sistema de crafting e no combate inicial, Cubic Odyssey é inegavelmente um grande jogo A trilha sonora, a ambientação e as dicas de áudio são imersivas e conseguem te sugar para dentro do universo do jogo. A música muda de planeta para planeta, capturando a essência da exploração interestelar e criando uma atmosfera que me fez sentir como se estivesse em um filme de ficção científica.
Outro ponto muito forte, é que o jogo exige uma configuração moderada para um bom desempenho, rodando de forma estável e otimizada, garantindo que a imersão visual não seja comprometida. Se você tem um Steam Deck poderá aproveitar perfeitamente o game, que roda lisinho, mesmo ainda não tendo o selo de verificado.
No geral, Cubic Odyssey é um jogo sólido que se propõe a ser uma experiência sandbox espacial de alta qualidade, e em grande parte, ele consegue. É um título que certamente encontrará seu público, especialmente entre aqueles que amam explorar, construir e se aventurar por planetas sem fim. Embora algumas escolhas de design possam ser um pouco confusas ou exigirem mais esforço do jogador, a liberdade criativa e a vastidão do universo compensam.
Poucos pontos realmente me incomodaram no game, como a interface, que poderia ser um pouco mais simples, algumas animações e sons ainda podem ser refinados, mas são pontos menores que não tiram o brilho geral da experiência, e que pode ser resolvido com futuras atualizações.
Cubic Odyssey entrega uma experiência espacial cativante e imersiva que vale cada minuto investido. E se você é fã de jogos de exploração e sobrevivência, prepare-se para se aventurar por inúmeras horas.
Análise feita em coop com nosso amigo Codorço.
Cubic Odyssey já está disponível para PC via Steam.