Análise | Mortal Kombat 1
Após um reboot em 2011, a NetherRealm Studios retorna com outra reinicialização dessa sua clássica franquia de luta, dessa vez apresentando um universo totalmente diferente, com personagens em posições nunca antes vistas.
Após muita espera, será que Mortal Kombat 1 conseguiu entregar o prometido?
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Mortal Kombat 1 trouxe uma reinicialização completa da franquia. Ao contrário do Mortal Kombat 9, que recriou a mesma história, mas seguindo caminhos diferentes, esse novo jogo apostou em um formato totalmente inédito.
Para quem acompanhou Mortal Kombat 11, deve estar ciente que Liu Kang se tornou um deus e recriou o universo do zero. Essa mudança permitiu que os criadores brincassem um pouco com os papéis dos personagens.
Você encontrará muitos personagens familiares agora em posições bem diferentes, como o caso de Raiden, o qual agora é um simples fazendeiro. Essas mudanças trouxeram uma dinâmica interessante para a história, conseguindo dar um ar de novidade até mesmo para os fãs mais antigos.
O jogo traz um elenco bom de personagens, incluindo os mais amados da franquia além de alguns outros que já não faziam uma aparição há um bom tempo. Esse foco em revitalizar os personagens acabou fazendo com que a equipe preferisse trazer apenas personagens antigos, não adicionando lutadores inéditos. Por sorte isso não acaba se tornando um problema graças às novidades implementadas no estilo de luta de cada um dos personagens.
A franquia Mortal Kombat sempre foi conhecida pelo seu forte modo campanha e no mais novo jogo não é diferente. A NetherRealm se esforçou para entregar uma história única dentro desse universo.
As cutscenes continuam extremamente bem trabalhadas, apresentando visuais lindos. A história não poupa na hora de entregar algo impactante. Há muita ação de qualidade, momentos épicos e referências a títulos antigos, entregando uma das narrativas mais ousadas da franquia.
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Esse novo reboot mexendo na fórmula ajudou muito a franquia a não cair na mesmice ao simplesmente repetir os mesmos acontecimentos passados. Ver novas dinâmicas como o relacionamento de Kitana e Mileena traz um excelente frescor para a série.
E para quem gosta de aproveitar conteúdo single-player, Mortal Kombat 1 ainda tem muito a oferecer além da sua campanha. Temos o retorno de modos clássicos, como o Arcade e as Torres, com os finais dos personagens dessa vez merecendo destaque, já que não se contradizem e sempre trazem detalhes interessantes da trama, incluindo dicas do que pode vir a seguir.
Já o grande destaque fica para o novo modo Invasões, onde os jogadores devem percorrer um mapa, passando por diversos cenários e coletando melhorias para os seus personagens, funcionando como uma espécie de pseudo-RPG. A ideia é bem interessante e ainda tenta trazer um fator replay graças a modificadores em cada batalha.
Apesar da premissa divertida, faltou um pouco mais de profundidade para o modo. As lutas acabaram sendo muito simples, faltando um pouco de variedade. O fato de ser apenas um round ainda significa que a maioria dos combates acabam muito rápido, especialmente se tiver amuletos e relíquias poderosos.
Ainda assim é um modo com bastante potencial de ser algo muito divertido, tanto com futuras atualizações do jogo quanto nos próximos títulos lançados da franquia, se decidirem manter o Invasões.
Para o multiplayer, temos os modos padrões, podendo ser jogado de forma casual ou ranqueado. O Netcode é bastante competente, sendo que na maioria das vezes apresenta resultados muito bons, sendo raro as partidas em que o ping prejudicava.
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Com essa nova era começando, não foi apenas a história e personagens que sofreram mudanças. A NetherRealm trouxe algumas alterações no combate de Mortal Kombat que chegam a mudar toda a dinâmica do jogo.
O combate está muito mais fluido do que antes, com as novas mecânicas deixando mais prazeroso encaixar os combos. O destaque são os combos aéreos, trazendo novas possibilidades durante o combate.
Cada personagem apresenta seus próprios combos aéreos, liberando sequências de ataques poderosos sem precisar estar no chão. Essa alteração acaba com a necessidade dos jogadores precisarem ficar simplesmente dando ataques básicos ao saltarem. É uma mudança realmente significativa que torna o combate mais acirrado e aumenta o espaço de batalha.
E é claro, não podíamos deixar de mencionar a principal adição de Mortal Kombat 1: os Kameos. Agora os jogadores podem selecionar um segundo lutador para os acompanhar durante os combates.
Podendo ser invocados durante as batalhas com um simples pressionar de botão, essa mecânica traz uma dinâmica muito mais fluída para os combates. Aumentar o tamanho do seu combo, acertar inimigos distantes ou impedir ataques inimigos, os Kameos possuem uma grande funcionalidade dentro do jogo.
Os Kameos também permitem que você consiga compensar alguma fraqueza do seu personagem, criando combinações interessantes onde ambos os personagens se complementam.
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Cada Kameo possui diferentes tipos de ataques, que podem ser usados para distintas situações. Essa foi uma adição certeira pela NetherRealm, deixando o sistema de combate muito mais complexo.
Para quem é fã da brutalidade e violência de Mortal Kombat, esse mais novo jogo não tem medo de passar do limite. Temos Fatalities com mortes extremamente criativas, com a NetherRealm sabendo usar as habilidades de cada personagem na hora de mostrar sangue para todo lado.
Na parte técnica, Mortal Kombat 1 é um espetáculo, sendo facilmente um dos jogos mais bonitos atualmente. Sua direção de arte maravilhosa e uma iluminação de encher os olhos tornam esse título um espetáculo visual.
O design é sensacional, com cenários muito bonitos e variados, sem contar os personagens extremamente bem trabalhados, com visuais lindos e animações incríveis, tanto nos combates quanto nas cutscenes. E mesmo trazendo visuais impressionantes, o jogo traz uma excelente performance, conseguindo se manter estável a 60fps.
Infelizmente o jogo peca um pouco na variedade de alguns aspectos. A customização dos personagens acabou ficando abaixo do que vimos em Mortal Kombat 11, não só oferecendo menos opções como simplificando todo o sistema de equipamentos.
Com o modo online sendo um elemento importante em jogos de luta, é um pouco decepcionante o fato de ter sido reduzido em relação ao título anterior. A falta de alguns modos existentes em Mortal Kombat 11 e a completa ausência de cross-play no lançamento certamente são pontos que poderiam ter sido evitados.
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Conclusão
Mortal Kombat 1 traz uma nova cara para a franquia, explorando uma história inédita e personagens em posições interessantes, entregando um excelente modo história. As novas mecânicas de gameplay, como o sistema de Kameos, tornam os combates mais dinâmicos do que nunca.
A pouca variedade de personalização e ausência de alguns elementos multiplayer sem dúvidas acabam deixando um pouco a desejar, mas ainda assim existe muito conteúdo para aproveitar, com fortes elementos single-player. Mortal Kombat 1 entrega um pacote robusto e um excelente passo para o futuro da franquia.
- Campanha forte com uma história divertida
- Forte elementos single-player
- Combate mais dinâmico do que nunca
- Kameos foi uma excelente adição
- Muitas referências para os fãs antigos
- Pouca opção de customização
- Ausência de alguns elementos multiplayer