Análise | Hi-Fi Rush

Análise | Hi-Fi Rush

A Tango Gameworks realmente caprichou no seu novo jogo
#Análises Publicado por Sr Ori, em

Hi-Fi Rush foi uma grande surpresa por parte da Tango Gameworks, sendo lançado este ano no mesmo dia em que foi mostrado pela primeira vez ao público. Essa surpresa gerou grande engajamento da comunidade e de forma bem interessante muitos não precisaram nem se planejar para jogar no mesmo dia porque já assinavam o Game Pass.

Apesar dessa forma de lançamento, essa não foi a única surpresa. A Tango produziu alguns amados jogos de survival horror: The evil Within 1 e 2, e um jogo não tão focado em terror mas com uma temática de espíritos que vagam em Tokyo. Por outro lado, o mais novo lançamento Hi-Fi Rush foi uma mistura do gênero hack and slash com rhythm-based, totalmente diferente do que já tinha feito anteriormente.

O jogo no geral foi bem recebido e foi bem interessante de ver muitos pontos positivos, desde a parte técnica bem feita a diversão que o jogo proporciona. Vamos ver com mais detalhes o que o jogo trouxe de bom para ter sido tão amado pelos jogadores.

História

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Começando pela história, ela conta a trajetória do personagem principal "Chai", um rapaz que até então tinha um problema no seu braço direito. O rapaz se voluntariou no Projeto Armstrong para ter a substituição de seu braço deficiente por uma protese robótica. No meio do procedimento ocorre o imprevisto do seu tocador de músicas se acomplar dentro do próprio corpo, fazendo com que Chai sinta tudo ao seu redor de forma rítmica. A partir daí, ele é procurado por toda Vandelay por conta de ser considerado um defeituoso, já que isso poderia manchar a fama do Projeto Armstrong.

A história no geral pode ser considerada bem clichê por ser bem previsível as reações dos personagens e conclusões da história, mas ela não acaba desagradando. Ao mesmo tempo em que é previsível, o jogo consegue entregar personagens muito cativantes para fazerem parte dessa jornada, sejam amigos de Chai ou inimigos que querem a cabeça dele.

Outro ponto que segura muito (muito mesmo) a história é o humor bobo e desconcertante de Chai. Em vários momentos, para não dizer todos, Chai tem seu próprio jeito extrovertido e excêntrico de lidar com as coisas, além de se achar uma "estrela". Mas ao menos o que me pegou muito foi a imprevisibilidade dele fazer humor, dando certas respostas a outros personagens ou propondo ideias sem sentido. O humor e carisma dele deixa o jogo muito mais divertido de acompanhar e não seria a mesma coisa sem isso.

Além dos personagens principais, outros que encontramos durante o jogo também são bem divertidos de interagir e acompanhar seu comportamento, o que não é muito comum nos jogos hoje em dia. Vários deles contam com um humor as vezes bobo e as vezes mais ácido, fazendo até mesmo críticas em situações que certas pessoas vivem. Nesse ponto o jogo possui bastante referências a certos tipos de trabalho e até mesmo referenciando a jogos e animes.

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A evolução dos robôs

Mas um personagem que vale destacar, na minha opinião, é o robô psicólogo, o qual a Tango teve a brilhante ideia de demonstrar as emoções dele através dos desenhos que ele faz na própria cara. Ele também tem um humor bem inesperado e que pode ser visto em vários momentos do jogo.

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Agora um ponto que algumas pessoas podem gostar ou não são os arquivos espalhados no jogo e que contam com alguma informação. No caso de Hi-Fi Rush, os arquivos contém informações de cada mapa e de como é o funcionamento dele, como por exemplo ele chega a contar como é um estúdio de desenvolvimento, jsutamente porque o mapa e personagens retratam isso. A parte interessante é que as vezes esses arquivos podem conter um humor bem excêntrico, semelhante ao que eu mencionei sobre os personagens secundários, podendo conter críticas e informações inesperadas.

Jogabilidade

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Agora se tratando da jogabilidade, imagine a junção de Nier Automata com Guitar Hero. Com essa junção de combate rápido, esquiva, bloqueio e sempre tentar manter o ritmo teremos como resultado o Hi-Fi Rush.

O jogo possui uma boa variação de combos e evoluções de habilidades para o personagem, permitindo que o jogador escolha como quer jogar ou ao menos qual habilidades quer ter acesso primeiro. Mas cada uma dessas variações de combos também possuem o seu próprio rítmo que deve ser seguido a risca, não apenas apertando a sequência de botões que é descrita. Existem alguns combos que é necessário dar uma pequena pausa antes de continuar a sequência para que ele funcione, então é bem interessante como é necessário ficar atento ao tempo e não apenas apertando aleatoriamente.

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Além dessa mecânica, o jogo ao longo do tempo vai introduzindo outros recursos, trazendo sempre um ar de novidade e reduzindo a repetitividade. Conforme o progresso do jogo o jogador aprender a bloquear ataques, avanço rápido com o personagem, usar o auxílio dos companheiros e aprender a lidar com cada tipo de inimigo. E sobre os inimigos robôs que aparecem em cada estágio, na maior parte das vezes, o jogo sempre traz um robô diferente para o jogador aprender a lidar, ou ao menos uma variação do já conhecido por ele.

Apesar do jogo ser de ação ele tem seus momentos totalmente focados em rítmo, como nos momentos de lutas contra chefes e nos bloqueios de ataques inimigos. Na maior parte do tempo o jogador terá que lidar é com bloqueios e eles funcionam da seguinte forma: O inimigo mostra previamente o rítmo em que vai atacar e logo em seguida o jogar tem que copiar a sequência para não ser atingido. Além disso dar uma dinâmica bem legal para o jogo não ficar na mesmice, os bloqueios beneficiam o jogador deixando os inimigos com armadura mais frágeis.

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Hi-Fi Rush também não é tão punitivo quanto outros jogos rítmicos disponíveis no mercado, como por exemplo o Metall Hellsinger e Soundfall que diminuem o dano do personagem se não tiver em sincronia com a música. O máximo que pode-se considerar de prejudicial em Hi-Fi Rush é que o jogador não vai conseguir realizar os combos, mas o jogo consegue auxiliar de diversas maneiras com isso. O jogador pode tanto habilitar um auxílio para focar apenas na ação quanto acompanhar os objetos do mapa que indicam o rítmo, habilitar um recurso de acessibilidade para ser focado em apenas um botão e ainda usar a 808 para mostrar a batida na sua cara. Isso o torna bem acessível para o público no geral.

Uma mecânica que incomodou um pouco foi justamente a parte de plataforma que o jogo tenta entregar do início ao fim. Não sei dizer se o problema é exatamente o pulo ou a falta de profundidade que a câmera entrega pra esse tipo de mecânica. Seja qual for o problema real, vários pulos entre plataformas acabam não sendo tão divertidos quanto deveriam ser e a habilidade de avanço do personagem muitas vezes chega a atrapalhar.

Além disso tudo já mencionado, após terminar o jogo, ele libera alguns conteúdos extras como: desafios extras, um modo rogue-like, skins para os personagens e várias habilidades para comprar na loja. Além disso, caso a pessoa queira, ela pode aumentar a dificuldade ou tentar ultrapassar a pontuação anterior de um estágio já concluído.

Audiovisual

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A trilha sonora do jogo conseguiu ser bem competente e acredito que deva agradar a grande maioria do público. Os sons foram bem escolhidos, tanto para o design de cada mapa quanto para chefes e cinemáticas.

Uma parte importantíssima desse tipo de jogo é principalmente a música não ser enjoativa, pois o jogador irá ouvir a repetição dela durante muito tempo em cada mapa. Além das músicas serem bacanas, o jogo complementa a parte sonora com os ataques que o jogador e inimigos executam, sendo inclusive bastante satisfatório.

Já na parte visual o jogo realmente ficou muito bom. As cinemáticas são muito bem feitas e o estilo artístico de HQ casou perfeitamente com a ambientação e humor que o jogo tentou passar aos jogadores.

As animações de combate também são bem legais e te recompensam visualmente a cada acerto de ataque ou bloqueio. Cada inimigo também tem a sua forma de agir e animação própria que pode ser decorada para bloquearmos, além de claro serem muito bem feitas.

O jogo transiciona entre jogo e cinemática de forma muito fuida, conseguindo mostrar quando você está controlando o personagem mas sem perder a imersão.

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Concluindo...

Apesar de Hi-FI Rush pertencer a um gênero bem diferente do que o estúdio já tinha trabalhado anteriormente, ele conseguiu ser muito divertido e bem feito tecnicamente. Ele é bem mais casual no quesito rhythm-based mas ainda consegue entregar certa dificuldade ou facilidade, dependendo da escolha do jogador.

No geral ele é um jogo que pode prender quase todo mundo por conta do seu humor mais simples, animações bem feitas, ótimos gráficos, personagens carismáticos, sempre traz novidades na jogabilidade e uma história legal de acompanhar. Então caso tenha a oportunidade de algum dia jogá-lo, dê a ele uma chance porque talvez gostará muito do que irá acompanhar.

Disponível nas plataformas: PC e Xbox Series X|S

Possui legendas/dublagem em português: legenda e dublagem

9.5
Nota
Junção de dois gêneros que entregou um jogo divertidíssimo e carismático
Prós
  1. História divertida de acompanhar
  2. Bom humor
  3. Personagens carismáticos
  4. Jogabilidade satisfatória
  5. Evolução das mecânicas
  6. Lutas contra chefes
  7. Mecânica de bloqueio criativa
  8. Trilha sonora
  9. Gráficos
  10. Animações
  11. Opção de conteúdo pós-jogo
Contras
  1. Mecânicas de plataforma
Sr Ori
Sr Ori #luhckaz100

Fã de yakuza e jogos que trazem experiências criativas e diferentes das que já tive.

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