Microsoft explica por que a aquisição da Activision Blizzard não é ilegal para a CNZ
Em janeiro desse ano, a Microsoft anunciou que estava entrando em um acordo de aquisição com a Activision Blizzard, por US$68,7 bilhões, e desde então a aquisição está caminhando bem e provavelmente será aprovada nos próximos 6 meses, caso nada extraordinário aconteça.
Sendo assim, como ainda há alguns meses até a conclusão da aquisição, poderemos ver muitas coisas acontecendo, bem como, documentos e informações vazando. Porém, neste caso não é um vazamento, é um documento oficial disponibilizado pelo governo da Nova Zelândia, com algumas informações censuradas por razão do sigilo das informações relacionadas a negociação.
Neste documento, é possível vermos diversas informações em relação a negociação, mas, uma chama a atenção, em determinados momentos do documento a Microsoft explica por que a aquisição da Activision Blizzard deve ser legalmente correta para a Comissão de Comércio da Nova Zelândia. E essas razões se encontram abaixo:
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Quase todas as informações interessantes estão bloqueadas por motivos de confidencialidade :S Por exemplo, há quase 2 páginas de espaço em branco onde a MS explica os motivos comerciais da aquisição.
De qualquer forma, existem algumas informações interessantes além do raciocínio legal:
- MS diz que eles têm 24 estúdios de desenvolvimento first-party (porque eles também contam o Casual Games Suite como um, os desenvolvedores de Solitaire, Mahjong ou Sudoku).
- A Tencent é constantemente mencionada (23 vezes), assim como a Sony e como a nova oferta do PS Plus é um concorrente do Gamepass.
- Muitas referências a novos entrantes no mercado de videogames (Apple, Netflix, Amazon, Meta, Google, Nvidia, etc), como é fácil hoje em dia começar um estúdio e criar um jogo de super sucesso mesmo com apenas um desenvolvedor (por exemplo , Flappy Bird é mencionado).
- Valve e Epic também são bastante mencionadas como concorrentes pós-transação.
- Call of Duty, World of Warcraft e Candy Crush representaram 82% da receita líquida da Activision Blizzard em 2021, Você pode apostar que essas franquias continuarão sendo multiplataforma no futuro.
- As únicas editoras japonesas mencionadas como concorrentes após a transação são Nintendo e Bandai Namco, sem menção a SEGA, Capcom, Konami, Square Enix, etc. Na verdade, eles também incluem Roblox ou CD Projeckt RED como concorrentes. Faz sentido econômico e legal porque a CD Projeckt RED foi a empresa de jogos mais valiosa da Europa em 2020 e a Roblox teve cerca de 190 milhões de jogadores mensais de media em 2021. "concorrentes pequenos, porém, ainda sim, concorrentes".
- Muitas conversas sobre como publicidade online, serviços em nuvem e merchandising também são mercados relevantes para esta aquisição, mas que eles não acreditam que a transação possa causar problemas de concorrência nesses mercados. Eles também dizem que não há nada de único nos videogames desenvolvidos e publicados pela Activision Blizzard que seja "obrigatório" para os distribuidores rivais de videogames para PC e console. Então, que um novo concorrente possa fazer o que eles fazem e ter sucesso mesmo assim (isso é verdade, mas nem todo mundo tem +3000 desenvolvedores trabalhando em um único IP).
De qualquer forma, documento legal! Vamos ver se a decisão final inclui um pouco mais de dados.
Outros pontos interessantes citados no documento:
- "O Game Pass da Microsoft compete vigorosamente com o investimento de outros concorrentes em serviços por assinatura, incluindo a Sony ("que anunciou recentemente um novo produto PlayStation Plus com mais de 700 jogos e mais valor do que nunca" como um "rival do Game Pass")"
- O sucesso nas gerações anteriores de lançamentos de console geralmente leva ao sucesso nas gerações posteriores. A Sony, em particular, tem uma base estabelecida de jogadores leais à sua marca. Isso continuou em 2021, com a Sony até agora superando a Microsoft na última geração de consoles e relatórios recentes da imprensa afirmando que “a marca PlayStation da Sony domina o mercado mundial de consoles de 2021”
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