Love Death + Robots | 3º Temporada

A série da Netflix Love Death + Robots lançou sua 3º temporada com 9 novos episódios, variando bastante as temáticas e estilos de animações, mas centralizando um pouco em um tema específico pelo que pude notar. A série foi bastante criticada na sua 2º temporada por não trazer tantos episódios atraentes quanto a 1º, mas essa 3º temporada acabou trazendo episódios bem interessantes e de diferentes tamanhos, chegando a ser tão boa e, ao menos para mim, melhor que a 1º temporada.

Para quem não conhece, Love Death + Robots traz vários episódios independentes em cada temporada, ou seja, não existe uma continuação entre as histórias apresentadas. E não apenas as histórias de cada episódio são diferentes, mas também a arte escolhida e os estúdios que as criam são diferentes, então acaba existindo bastante variedade dentro de uma mesma temporada. Os temas centrais abordados são envolvendo, obviamente, paixão, morte e robôs, mas os episódios também podem conter críticas sociais, humor ácido, muita ação, drama, foco na parte artística e muito mais. Então sempre que lançam alguma temporada, as pessoas que gostam da série ficam ansiosas para ver o que esses estúdios criaram para surpreender seu público, mesmo que seja com um episódio de apenas 5 minutos.

Mas antes de focar no conteúdo da 3º temporada, fica apenas um aviso para as pessoas que não gostam/suportam mutilação e sangue para que não assistam essa série e principalmente a 3º temporada, pois todos os episódios recentemente lançados possuem excessivamente esse tipo de conteúdo. Nessa temporada eles exageraram bastante em relação a alguns personagens sendo mortos e descaradamente mostrando mutilação dos mesmos sem cortes e as vezes até de forma cômica. E como são estúdios independentes que fazem cada episódio, não deu para entender se isso foi uma direção que a Netflix quis dar para a temporada ou se por coincidência todos decidiram implementar nas suas criações, mas acabou sendo um caso bem curioso.

Agora adentrando mais afundo na série, essa temporada notei o direcionamento de vários episódios focando nas ações negativas que os humanos tomaram e que em alguns casos os levaram a se destruir, como no primeiro episódio "Três Robôs" em que os 3 robôs da primeira temporada continuam sua jornada em busca de entender qual foi o motivo da extinção dos humanos. Com seu humor ácido e justificável, eles zombam bastante das decisões feitas pelas pessoas na Terra, pois existiriam soluções muito mais fáceis e lógicas que permitiriam com que eles vivessem ainda por milhares de anos.

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Esse episódio dos robôs é o mais "descarado" nessa questão de crítica às ações humanas, mas logo no segundo episódio, chamado "Viagem Ruim", eles apresentam vários navegadores que acabam encontrando um ser marítimo gigante e que se instala logo abaixo do barco. A ideia interessante por trás desse episódio é os tripulantes tinham uma escolha baseada nas opções dada por seu líder, que eram enganar a criatura (arriscado) ou obedecê-la (fácil). O plot no final acaba sendo bem interessante porque todas as atitudes do líder davam a entender que ele queria obedecer a criatura, e talvez por isso os tripulantes votaram em unanimidade para essa opção. Pelo que notei ao assistir, tanto o medo da criatura quanto de serem mortos pelo líder acabaram sendo fatores decisivos para a decisão perversa de matar os moradores na ilha ao escolher obedecer o monstro.

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Além desses dois citados ainda existem o "Matança em Grupo" mostrando um grupo de homens combatendo sua própria máquina de guerra, o "Enxame" que apresenta um local muito suscetível a exploração de recursos e os "Ratos de Mason" que mostram um fazendeiro tentando lidar com a praga de ratos inteligentes. Todos esses episódios apresentados mostram ações humanas que de alguma forma interferem na própria vida ou na vida de outros seres, sendo na maioria das vezes de forma negativa. Apesar de parecer um mesmo tema e dar a impressão de ser repetitivo, as diferentes formas com que abordam o assunto varia bastante e deixa o conteúdo bem interessante de se assistir.

O episódio "Fazendeiro" traz algo bem diferente dos outros e que na maioria dos casos quando aplicam eu gosto bastante, que é a ausência de diálogos para se contar uma história. Geralmente quando isso acontece os criadores contam a história através da ambientação, expressão dos personagens e música, e é exatamente o que acontece nesse episódio. A história aborda uma sereia que atraiu soldados próximos com sua dança e grito para o fundo do lago, menos um deles por ser surdo. A história se desenrola entre os dois apenas entre danças, gritos e encenações. Esse episódio foi bem interessante e artístico, um pouco semelhante ao "A Testemunha" da primeira temporada e que também gostei bastante.

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Os outros episódios restantes parecem que focaram nos meios de sobrevivência dos personagens, mostrando as medidas tomadas para que pudessem passar por aquilo vivos. No entanto, os dois episódios "O Mesmo Pulso da Máquina" e "Sepultados na Caverna" foram bem rasos em questão de conteúdo se comparado aos outros episódios que foram bem mais trabalhados. A "Noite dos Minimortos" também se enquadra nessa categoria mas ele acaba sendo mais trabalhado por ser feito em stop-motion e ter um plot simples no final.

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No geral, a série trouxe muitos episódios bons e que prendem bastante a atenção. Apesar de no fim ser uma série curta contendo apenas 9 episódios, cada episódio variando o tamanho acabou encaixando muito bem com a proposta de série. Principalmente os bons episódios com maior duração se beneficiaram muito, permitindo mostrar mais profundidade para o episódio.