Song of Horror - Vale a pena jogar?

Song of Horror - Vale a pena jogar?

Um título de terror que irá agradar os fãs do gênero.
#Análises Publicado por Vinicius, em

Bons jogos de terror infelizmente estão escassos nos dias de hoje, se tornando um gênero cada vez mais raro no cenário mainstream. Por sorte, ainda é possível encontrar algumas gemas dentre a indústria de jogos indies.

Um desses casos é Song of Horror, jogo lançado originalmente em formato episódico em 2019 para o PC, antes de receber uma versão completa, a qual está disponível também para os consoles.

Song of Horror se inspira fortemente em jogos clássicos do gênero como Silent Hill e Eternal Darkness, trazendo a mesma câmera fixa que os fãs já devem conhecer, embora com controles atualizados para uma experiência mais moderna.

O jogo conta com cinco capítulos no total e traz uma história onde acompanha um elenco de personagens que está investigando uma antiga caixa de música misteriosa, a qual costuma sumir com qualquer um que ouça sua música.

Como qualquer jogo de terror que se preze, Song of Horror traz uma atmosfera pesada apresentando a todo momento a sensação de perigo. O jogo sabe utilizar muito bem sua câmera fixa para passar a sensação de que sempre existe algo à espreita em cada esquina.

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Os sons e visuais também ajudam a fortalecer esse clima pesado, seja com sons vindos do andar de cima ou rastros e sombras que passam rapidamente pelo canto da tela, criando uma atmosfera sombria

Por falar em som, ele possui um papel fundamental no gameplay. Para evitar o perigo, é preciso prestar atenção a todo momento no som ambiente, já que barulhos dentro de um quarto indicam que há perigo lá dentro.

Assim como nos antigos jogos do gênero, aqui o gameplay é focado na exploração e resolução de puzzles, investigando o cenário para encontrar um item que possa ajudá-lo a progredir na história.

Como os personagens estão enfrentando uma ameaça sobrenatural, não existe combate no jogo. Ao encontrar algo fora do comum, o mais sensato é correr e se esconder até o perigoso passar. Cada capítulo traz uma mecânica diferenciada para lidar com esse perigo sobrenatural, ajudando a manter uma variedade no gameplay.

Já o grande destaque do jogo fica para sua mecânica de personagens. O jogo apresenta um número limitado de protagonistas para você escolher, cada um possui habilidades únicas que ajudam durante a exploração. No entanto, a morte nesse jogo é eterna.

Ao morrer, o personagem escolhido é perdido para sempre, com outro protagonista dando continuidade à investigação de onde você parou. Como o número de personagens é limitado, perder todos significa fim de jogo, sendo necessário recomeçar o capítulo.

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Cada capítulo novo apresenta novos personagens para você selecionar, isso evitar deixar o jogador travado com poucos personagens caso tenha perdido muitos anteriormente, o que impede frustrações.

Essa mecânica de morte permanente pode ser desativada, mas é algo que completa a proposta do jogo de uma forma que removê-la acabaria alterando completamente toda a experiência do título.

Esse constante medo da morte impulsiona ainda mais a atmosfera do jogo e faz o jogador sempre questionar seus próximos passos com cuidado, prestando completa atenção no cenário e sons ao seu redor. Além disso, a morte funciona como uma forma de aprendizado, para que o próximo personagem saiba como avançar.

Os puzzles do jogo fazem sentido, sendo necessário o uso da lógica para resolvê-los, em vez de incentivar você apenas a ficar chutando até achar uma solução. Muitos deles até mesmo conseguem mesclar bem o elemento de terror, deixando os jogadores angustiados enquanto tentam resolver um problema.

Infelizmente nem tudo são rosas. Embora a mecânica de morte permanente possa ser um elemento que agregue à proposta do jogo, nem sempre ela acaba sendo bem utilizada pelos desenvolvedores.

Alguns momentos acabam sendo extremamente frustrantes devido à mortes que parecem completamente injustas, sendo impossível do jogador prever o acontecimento. Seja um objeto que o mata quando você interage com ele ou um cômodo onde que ao entrar uma presença maligna o espera.

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Ser punido por simplesmente explorar o mapa ou interagir com um item acaba parecendo uma forma barata de matar o jogador e não passando a sensação de que ele tal morte foi realmente sua culpa.

É também possível notar que o jogo não possui o melhor dos orçamentos. Gráficos nada impressionantes, animações um tanto quanto robóticas e atuações passáveis são algo comum no jogo, mas que acabam sendo relevadas por se tratar de um jogo indie.

Para quem procura uma história rica, Song of Horror talvez também não seja a melhor das escolhas. Ele possui um mistério interessante, mas acaba não o desenvolvendo bem, com o foco sendo sua atmosfera e elenco de personagens.

Cada personagem possui sua própria história de fundo e motivações, e isso afeta a forma que interagem com o cenário, com comentários únicos sobre os acontecimentos ou objetos. Isso ajuda a deixá-los mais interessantes.

Conclusão

Song of Horror traz uma atmosfera pesada e uma nostalgia para os fãs desse estilo clássico de terror, com puzzles interessantes e o terror escondendo-se à toda esquina. No entanto, é preciso estar ciente das limitações técnicas do jogo.

O jogo não reinventa o gênero, mas consegue entregar uma experiência sólida, com mecânicas interessantes que ajudam na criação do terror e tensão sobre o jogador, embora às vezes possa acabar parecendo um pouco injusta.

8.0
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Nota
Um jogo que irá agradar os fãs mais antigos do gênero.
Prós
  1. Mecânica de morte permanente funciona bem com a proposta
  2. Diverso elenco de personagens, cada um com sua história e habilidade
  3. Excelente atmosfera e criação de tensão
  4. Trama traz um mistério interessante
Contras
  1. A morte algumas vezes pode ser injusta
  2. Certos aspectos técnicos deixam um pouco a desejar
  3. História pouco desenvolvida
Vinicius
Vinicius #VSDias55
Equipe do Site, Florianópolis
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