Destaques da franquia Yakuza

Destaques da franquia Yakuza

Alguns detalhes que a fazem tão legal de se jogar
#Artigos Publicado por Sr Ori, em

A franquia dos jogos Yakuza começou em 2005 no PlayStation 2 e 3 e atualmente já é composta por 8 jogos principais, 2 spin-off de investigação (que fazem parte da cronologia principal, mas não impactam nela), remakes e várias outras versões variadas. E mesmo não sendo extremamente popular como diversos outros jogos, a franquia conseguiu conquistar um público através das suas histórias, jogabilidade, piadas e trilha sonora, o que provavelmente a ajudou a ser mantida em produção ao longo desses 17 anos de existência. Mas sobre o artigo em si, irei comentar sobre alguns aspectos da franquia principal e que a fazem tão especial para mim e muitas outras pessoas. Apenas avisando que não irei dar spoilers sobre a história ou qualquer outra situação que possa estragar a experiência de quem quiser jogar.

Contexto e história

Explicando um pouco sobre o contexto do jogo, ele no geral aborda a sociedade em vários de seus aspectos sociais, como crime organizado, classe social, variedade de culturas e principalmente a própria ambição de cada indivíduo, além de incluir diversos outros elementos para complementar essa parte. Para abordar tudo isso o jogo foca a história em guerras entre crimes organizados e que são chamados de Yakuza, onde as pessoas envolvidas não são apenas as que participam da rivalidade mas toda a população é também prejudicada por esse motivo.

Os principais jogos de Yakuza contam com um protagonista chamado Kazuma Kiryu e que, como mencionei antes, teve seus motivos pessoais assim como vários outros personagens para entrar nessa vida de crime organizado. A partir daí, o jogo mostra conflitos internos e externos dessa guerra a partir da perspectiva do personagem principal, ao mesmo tempo abordando profundamente cada personagem que participa da história ao lado dele, seja aliado, inimigo ou um completo estranho. Os conflitos podem ser resumidos basicamente na questão de poder, dinheiro e honra, o que por si só já geraram conteúdo para 8 jogos principais.

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Ainda comentando sobre a história, ela é contada de forma bem densa, cheia de reviravoltas e bastante emoção, também sendo voltada para um público mais adulto já que possui alguns elementos como assassinato, conteúdo sexual, tortura, brigas de poder e criticas sociais. E diferente de vários jogos em que o jogador muitas vezes já sabe o que esperar a partir de um acontecimento, nessa franquia você é surpreendido várias vezes durante o mesmo jogo. A história no geral é certamente um dos pontos mais fortes e bem trabalhados da franquia.

Conceitos e visuais

A história é extremamente importante mas ela não faz o trabalho todo sozinha. O estúdio Ryu Ga Gotoku, criador da saga, também focou muito nos visuais e conceitos reais do que o Japão passou em sua época com a Yakuza. Tanto no jogo quanto em relatos da história, os membros dessa organização se vestiam super bem (roupas sociais) e eram muito educados, pois isso facilitaria para que as pessoas caíssem em seus golpes e não conseguissem sair por causa de suas ameaças (as vezes até maus-tratos). Assim, os criminosos ganhavam bastante dinheiro com extorsão, prostituição e jogos de azar, os quais são abordados em todo o jogo.

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Ainda comentando sobre a Yakuza, é bem interessante que, apesar de ser uma máfia, ela tinha regras muito rígidas sobre seguir seus líderes e seus ideais, não permitindo com que membros que entrassem na organização pudessem discordar o sair quando quisessem. As punições também eram bem severas para desobediência ou traição, como apanhar ou ter que cortar o próprio dedo.

As cidades abordadas no jogo também são um ponto de importantíssimo destaque, pois elas foram modeladas baseadas em cidades reais do Japão juntamente com suas culturas locais. Usando como exemplo Kamurocho, ela representa o distrito de Kabukicho e traz alguns de seus chamativos para dentro do jogo, como cidade grande e brilhante, festas noturnas, vários bares e hostess clubs. Outra cidade popular na franquia é a Sotenbori, representando Dotonbori e que é um dos principais pontos turísticos de Osaka, principalmente pela quantidade de restaurantes de rua que permitem provar as especialidades locais da região. Em ambos os casos e até em outras cidades que não citei, pontos visuais chave das cidades também estão presentes no jogo, como o rio de Dotonbori e design de prédios de Kabukicho.

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Também é importante mencionar que a cada jogo da franquia eles atualizam o design da cidade e até mesmo a cultura de todo seu jogo. Na parte da cidade por exemplo, mudanças aconteceram ao longo dos anos como a atualização das lojas e letreiros e, as vezes, de alguns locais da cidade. Na parte cultural, o jogo mostra através da história de Kiryu diversas mudanças como uso da tecnologia ao longo dos anos e a imigração ilegal de chineses/coreanos para o Japão (nessa parte mostrando o preconceito e divergência de culturas). Outra mudança que aconteceu de interessante e que citei mais acima foi a rigidez nas regras Yakuza, as quais acabaram perdendo a força conforme o passar do tempo juntamente com toda a estrutura da organização.

Piadas, bizarrices e arcades

Até agora falei aqui apenas de situações sérias e algumas até reais, mas o jogo vai bem além disso e de uma forma um tanto estranha muitas vezes. Apesar de seus momentos sérios e de muito drama/tensão, em diversas partes da história principal e basicamente em todas as histórias secundárias existem piadas e muitas cenas bizarras para quebrar aquela tensão que o jogo constrói. Isso talvez afastou muitas pessoas da franquia mas também se tornou uma característica praticamente única da mesma.

Acredito que por ser um jogo mais focado no mercado japonês eles não tiveram receio de criar alguns tipos de conteúdo e histórias, como ajudar em relacionamentos, ver homens vestidos de bebês, história de dominatrix, procurar por itens sem sentido e diversas outras esquisitices. Apesar desses casos serem apenas nas missões secundárias, existem algumas formas que o jogo usa para dar uma pausa na história principal ou deixar ela um pouco mais humorada, como ações extravagantes do personagem para coisas simples, completar uma atividade antes de prosseguir com a história, arcos de história que aparecem no meio do jogo etc.

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Além disso tudo ainda existem os mini jogos, sejam eles bizarros ou não, estando disponíveis apenas nas missões secundárias ou no mapa a qualquer momento. Esses arcades são bem simples mas muito variados, podendo ser basebol, videogames, chat sensual com mulheres, cuidar de hostess club, caça e vários outros. A cada novo jogo eles implementam ou melhoram cada vez mais arcades, tornando-se basicamente uma central de entretenimento dentro de um único jogo.

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Jogabilidade e músicas

Focando agora na jogabilidade, ela também é um fator bem chamativo para a franquia. A única questão é que, após o último jogo, a franquia que era ao estilo beat 'em up em 3º pessoa mudou para RPG de turnos com a chegada do mais novo protagonista (Ichiban Kasuga). Apesar dessa mudança brusca de jogabilidade, o estúdio conseguiu manter a essência da franquia em ambos os casos ao adaptar para cada um o uso de armas, heat e habilidades especiais. Assim o jogo não perdeu sua identidade e conseguiu inovar dentro da própria franquia, atraindo inclusive um público maior no último jogo.

Uma parte interessante do combate e que acredito que muitos gostaram de ter também em God of War de 2018 são as transições cinematográficas das cenas de ação, pois elas são empolgantes e parecem aumentar a imersão no ápice do combate. O jogo transiciona entre o combate controlado, quick time events (apertar botões específicos de forma rápida) e cenas cinematográficas de forma que contribui tanto para a emoção da cena quanto para o enredo geral do jogo. As cenas no geral são muito bem trabalhadas e com o passar dos jogos foram melhorando cada vez mais, porém existiu uma diferença maior no Like a Dragon (jogo com Ichiban Kasuga) porque as suas cenas de ação possuem muitas bizarrices/palhaçadas mesmo mantendo a violência em todas elas (basicamente ele tenta ser mais engraçado como um jrpg).

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Mesclado com a jogabilidade, várias músicas são características de seus jogos e são usadas para momentos tristes, de piadas e ação. Principalmente nos momentos de ação o jogo consegue trazer músicas que condizem com o combate frenético, principalmente em lutas contra "chefes" que, juntando com as cenas de ação, as deixam memoráveis.

Outro parte em que a música se destaca é no famoso karaokê do jogo, que é um dos arcades disponíveis para o jogador usar. A cada jogo o estúdio colocou novas músicas e que são cantadas com as vozes dos personagens e em alguns momentos com efeitos especiais. Lá com certeza diversas pessoas (eu incluso) já passaram um bom tempo apenas repetindo as canções disponíveis.

Finalizando...

E é isso que tenho para falar sobre o que vi e aprendi com a franquia da Ryu Ga Gotoku, a qual foi uma experiência bem diferente, interessante e extensa (não é rpg mas dura muito!). Apesar de ser bem resumido, espero ter citado os principais destaques de seus jogos e de uma forma que não atrapalhasse a experiência de futuros jogadores.

A partir do atual momento, devemos ver a franquia principal seguindo a história com Ichiban Kasuga e suas mecânicas de RPG, ao lado de seu spin-off investigativo de ação com Takayuki Yagami.

Sr Ori
Sr Ori #luhckaz100

Fã de yakuza e jogos que trazem experiências criativas e diferentes das que já tive.

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