Activision Blizzard e Electronic Arts sofrem queda em seus valores de mercado após estreias conturbadas de Call of Duty: Vanguard e Battlefield 2042

As ações e valores de mercado das grandes editoras AAA dos videogames foram atingidas por uma grande queda, com a gestão problemática da Activision Blizzard e o novo jogo da Electronic Arts, Battlefield 2042, enfrentando sérias críticas.

Depois de mais de uma semana de relatórios, depoimentos e bastante polêmica, o CEO da Bobby Kotick da Activision vai permanecer no seu cargo. Tal notícia despertou até a voz do analista Eric Handler da MKM Partners (anteriormente do CNBC), que também apoia a saída do CEO da editora.

O analista rebaixou as ações da Activision para uma classificação de venda de neutro em uma nota intitulada “Grandes mudanças são necessárias em toda essa zona em forma de empresa que Kotick construiu nos últimos 30 anos”, referindo-se a Kotick.

Handler escreveu que parece que relatos de má conduta sexual e discriminação na editora de videogame “são mais profundos do que se temia originalmente”.

Na semana passada, o The Wall Street Journal (WSJ) relatou que Kotick sabia sobre os assédios e má conduta durante anos, o que levou a uma saída de funcionários da empresa, e somando as vendas baixas de Call of Duty: Vanguard (pelo menos 30% menores que as de Black Ops Cold War e Modern Warfare 2019), levaram a empresa sofrer uma queda de 17,3% em seu valor. Contando todo o mês de Novembro de 2021, a Activision Blizzard já sofre de um prejuízo de 20% na sua força total.

Sua rival N° 1, Electronic Arts, está sofrendo de um problema diferente, já que é referente a baixíssima qualidade no seu recente jogo. A EA lançou Battlefield 2042 na semana passada e o jogo rapidamente se tornou considerado um dos jogos com média de avaliação na história do Steam no PC.

Toda essa crise quanto ao estado quebrado do jogo levaram a uma queda de 22% em todo valor da Electronic Arts, maiores até que as quedas da empresa após o fracassado lançamento de Battlefield V em 2018.

Apenas há alguns dias atrás no Steam, apenas 25% das 37,984 análises do jogo na plataforma foram positivas, com a maioria das análises negativas reclamando que o jogo estava inacabado, continha bugs e faltava muitos recursos que os odiaram, como a maior semelhança de BF2042 a um Call of Duty do que BF4 (bem como a falta de inúmeras mecânicas e recursos de jogos antigos da série).

Battlefield 2042 estava originalmente previsto para ser lançado em Outubro desse ano, então depois surgiu rumores de que o jogo fosse adiado até 2022, até que a EA e a DICE revelassem a data de lançamento reprogramada para Novembro.

Ainda assim, o jogo foi classificado como o terceiro jogo mais vendido do site. Isso foi notado pelo analista da Jefferies, Andrew Uerkwitz, que está comprando a EA.

Apesar de tudo isso na EA e Activision Blizzard, uma empresa segue sofrendo de coisas ainda piores, a Ubisoft. Já estamos quase no fim de 2021, e ao longo de todo esse ano, a editora de Assassin's Creed e Far Cry perdeu quase 50% de todo seu valor, caindo de US$ 10,3 bilhões para US$ 5,6 bilhões.

Isso foi o resultado de uma soma de problemas que não parece acabar. Primeiro foram adiamentos infinitos em seus jogos, depois foi denúncias e reportagens de abuso e assédio em mais de 8 dos 40 estúdios da Ubisoft, o que levou a demissão e perda massiva de talentos e funcionários-chave da empresa, e para completar, seus recentes projetos anunciados, XDefiant, The Division Heartland e Ghost Recon: Frontline, foram os anúncios de jogos com maior taxa de dislike e reclamação no YouTube e Twitter.