Obsessão, depressão e horror: Ken Levine conta como foi ser diretor da franquia BioShock

Obsessão, depressão e horror: Ken Levine conta como foi ser diretor da franquia BioShock

Em entrevista à Gamelab 2020
#Games Publicado por Billy Butcher, em

Uma das palestras mais interessantes do evento Gamelab 2020 que ocorreu este ano em formato digital teve a ver com a entrevista do criador da franquia BioShock Ken Levine, para falar sobre o importante papel que um diretor criativo desempenha na produção de um videogame. O que é o mais importante?

"Acho que o fundamental é saber liderar toda a equipe na mesma direção, comunicar a ideia principal do jogo e evitá-los se desviar para que cada um acabe criando algo diferente", disse Ken Levine.

Mark Cerny, arquiteto do PlayStation 5, atuou como interlocutor, devido ao seu perfil experiente na indústria. Uma de suas melhores perguntas tinha a ver com o que manteve Levine ainda na criação de videogames:

"É realmente uma boa pergunta, porque acho que criar jogos me ajuda muito quando estou deprimido (em uma entrevista, ele disse que era uma pessoa que sofre de Depressão)".

"Há muitas coisas no mundo que estão além do seu controle, mas em um videogame você pode decidir, criar um mundo e definir as regras", diz Levine.

O Diretor afirmou que era algo que o fazia se sentir bem, mas ao mesmo tempo envolvia um trabalho enorme... e desenvolvia uma certa Obsessão. De fato, Levine garante que ele não concebe esse trabalho sem um certo ponto de loucura na Criatividade:

"Pelo menos no meu caso, acho que você deve ser um pouco louco para ser bom em criar mundos, personagens e histórias".

Nesse sentido, ele afirmou que, assim que entra em uma ideia, mergulha obsessivamente nessa nova realidade. Além disso, ele acredita que quanto mais a Criatividade tende à loucura, mais coisas únicas podem surgir:

"Você sempre tem tempo para voltar e dizer: Ok, eu já terminei. No entanto, acho bom tender para o ridículo quando você está criando, porque daí você não está se limitando em um aspeto repetido, e sim único".

Nesse processo de criação, ele estabelece que os artistas conceituais desempenham um papel importante, porque são eles que dão visibilidade a essas ideias e, no final, são os que dizem a Levine se algo é expressável ou não através de um videogame:

"Acontece também que às vezes, tenho uma ideia que não consigo enxergar além dela, e isso não é bom".

"No final, mudo a ideia do jogo inicial muitas vezes, evoluo ela, faço isso pois a ajuda a me clarear, a evitar a visão do túnel que interfere nas minhas ideias".

Durante a entrevista, também houve tempo para discutir as origens de Levine e como ele entrou no mundo dos videogames:

"No começo, escrevi roteiros para filmes e trabalhei em diferentes empregos, mas eles não me preencheram".

"Eu tinha 30 anos e me perguntei a mim mesmo se era realmente isso que eu queria fazer com a minha vida, um dia vi uma oferta de emprego em uma revista de videogame para me tornar um desenvolvedor, eles me ligaram e em duas semanas eu já estava fazendo jogos", diz Levine.

O Diretor Criativo assegura que ter roteirizado para Hollywood lhe abriu portas e, embora ele inicialmente não soubesse muito sobre videogames, trabalhar com pessoas experientes fez com que ele soubesse o valor do fracasso:

"Errei muito, mas graças a isso aprendi muito".

Após o encerramento da Irrational Games, o veterano Ken Levine fundou um novo estúdio conhecido como Ghost Story Games, onde ele trabalhava em um novo videogame baseado em narrativas.

Pouco ou nada se sabe sobre esse projeto até o momento, embora uma oferta de emprego publicada meses atrás nos convide a pensar que o jogo seguirá o caminho de BioShock.

Fonte: 3D Juegos
Billy Butcher
Billy Butcher #BillyButcher

Um grande fã de jogos e filmes dos gêneros Stealth e Ficção-Científica.

Tenho uma paixão imensa pela franquia Metal Gear Solid, na qual considero a minha favorita, porém também sou um grande amante das sagas Halo e StarCraft.

Moderador do Site, Volta Redonda, Rio de Janeiro
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