Estados Unidos acusam a China de tentar roubar informações sobre motor de avião
IMAGEaHR0cHM6Ly9zdGF0aWMuZ2FtZXZpY2lvLmNvbS9pbWFnZW5zL3VwbG9hZC9iaWcvMS8wMDAxMjEuanBn
Órgão do governo chinês teria montado ataques e recrutado agentes infiltrados nas empresas para realizar invasões.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos retirou o sigilo de uma investigação do FBI que acusa dez indivíduos que, seguindo ordens do governo chinês, teriam se infiltrado nas redes de computadores de 13 empresas com o intuito de roubar informações sobre um motor do tipo turbofan usado em aviões comerciais. Os ataques ocorreram entre janeiro de 2010 e maio de 2015.
De acordo com a investigação do governo norte-americano, a agência do Ministério de Segurança de Estado (MSE) na província de Jiangsu (referida como "JSSD") estava coordenando as atividades. Os agentes de inteligência Zha Rong e Chai Meng trabalhavam com uma equipe de hackers formada por Zhang Zhang-Gui, Liu Chunliang, Gao Hong Kun, Zhuang Xiaowei, e Ma Zhiqi para aplicar ataques cibernéticos com programas espiões.
O interesse pelo motor turbofan se deu, segundo as autoridades americanas, porque uma empresa estatal chinesa estaria desenvolvendo um motor semelhante.
Embora os hackers usassem técnicas como "spear phishing" (e-mails falsos feitos sob medida para atacar uma organização), eles também contavam com o apoio de colaboradores infiltrados nas próprias organizações atacadas. É o caso de Gu Gen e Tian Xi, que trabalhavam em um escritório chinês da empresa aeroespacial francesa atacada por eles.
O Departamento de Justiça só cita nominalmente uma das empresas atacadas pelo grupo, a Capstone Turbine, uma fabricante de turbinas a gás. As demais empresas são referidas como "Companhia A" à "Companhia L": são duas empresas francesas, uma australiana, uma britânica, uma de nacionalidade não identificada e oito empresas americanas, a maioria do setor aeroespacial.
Um dos hackers, Zhang Zhang-Gui, teria vazado as ferramentas usadas pelo governo chinês e um cúmplice, Li Xiao, que as utilizou para invadir a rede de uma empresa de San Diego, na Califórnia, por mais de um ano e meio.
De acordo com o governo americano, esta é a terceira ação, desde setembro que identifica ações de espionagem chinesas. A primeira delas acusou um recruta do exército dos Estados Unidos de manter contato com um agente do JSSD sem notificar ao procurador-geral. No dia 10 de outubro, um agente de inteligência chinês, também do JSSD, foi extraditado sob a acusação de tentar roubar segredos comerciais sobre motores de aviões a jato.
O Departamento de Justiça lembra que o indiciamento é "apenas uma acusação" e todos são "inocentes até que seja provado a culpa".