Em carta a clientes, Supermicro também critica reportagem sobre chips em placas
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Fabricante das placas supostamente adulteradas, Supermicro defendeu suas práticas de segurança de dados e controle de qualidade.
Em uma carta enviada aos clientes no dia 18 de outubro e que foi tornada pública pela SEC, órgão regulador dos mercados nos Estados Unidos, a fabricante de placas-mãe Supermicro criticou a reportagem da "Bloomberg Businessweek" que afirma que seus produtos foram adulterados durante a fabricação para incluir um chip de espionagem.
A reportagem já foi duramente criticada pela Amazon e pela Apple, as duas grandes empresas citadas pela publicação. O CEO da Apple, Tim Cook, sugeriu que a "Bloomberg" fizesse uma retratação, admitindo que a denúncia é falsa.
A Supermicro inicia sua carta lembrando da dificuldade de provar que algo não aconteceu e critica a reportagem da "Bloomberg" por não ter fornecido nenhuma evidência das adulterações. Até o momento, não existem fotos do chip, nem vieram a público unidades de placas adulteradas.
A fabricante também se defende afirmando que a reportagem se baseia em uma "impossibilidade técnica". A complexidade das placas, segundo a Supermicro, impede que alguém simplesmente inclua um chip a mais sem causar algum tipo de problema ou outra característica notável.
A companhia defendeu ainda seu processo de controle de qualidade, o qual envolve diversas inspeções - manuais e automatizadas, visuais e funcionais.
Segundo a carta, seria impossível para alguém desenvolver um chip capaz de subverter o controlador de placa base (Baseboard Management Controller), usado para a administração remota da placa, porque esse atacante não teria conhecimento adequado das linhas de comunicação do chip.
Essa informação, diz a carta, é protegida até mesmo dentro a empresa, onde ela é "compartimentalizada". Essas informações também não são repassadas às companhias terceirizadas responsáveis pela fabricação das placas.
Além das empresas citadas, as autoridades de Inteligência dos Estados Unidos e do Reino Unido, que supostamente estariam investigando os chips espiões, também negaram que a reportagem da "Bloomberg" seja verdadeira. Autoridades costumam não confirmar nem negar informações publicadas na imprensa sobre investigações em curso.