Nintendo não tenta inovar, e sim fazer pessoas felizes, diz executivo
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Após os tropeços do lançamento do 3DS e principalmente o Wii U como um todo, a Nintendo parece ter se encontrado no caminho certo com o Switch, console que vendeu quase 18 milhões de unidades desde seu lançamento, em março de 2017.
Em entrevista ao The Guardian, o gerente geral de desenvolvimento da Nintendo Shinya Takahashi - considerado o "condutor" da empresa e uma das principais mentes por trás do Switch - explicou um pouco mais sobre a mentalidade e processo criativo da equipe.
"As pessoas sempre nos perguntam se tomamos riscos de propósito. Mas, para nós, não tomamos riscos - nós só continuamos a tentar coisas novas", explicou. "O pensamento que nos guia é: o que podemos fazer para surpreender os jogadores de forma positiva? Não é que estejamos conscientemente tentando inovar; só estamos procurando formas de fazer as pessoas felizes. O resultado é que bolamos coisas que outras pessoas não fizeram antes."
Uma das maiores vantagens da Nintendo em relação a competidores, de acordo com Takahashi, é a colaboração forte entre as equipes de hardware e software, que acabam influenciando o design de consoles e games de forma conjunta.
"Temos a equipe de software e a equipe de hardware trabalhando muito próximas", descreve. "Da perspectiva de hardware, eles às vezes chegam ao grupo de software e dizem: 'Nós temos este chipset em particular e estamos pensando em usá-lo para nosso próximo sistema, vocês podem usar ele para sua vantagem?". Mas às vezes, o time de software vai até o time de hardware e diz: 'Estamos trabalhando com este tema, vocês podem olhar as possibilidades técnicas, e ver se conseguem criar funcionalidades no hardware para acomodá-la?"
"Esta é a vantagem que temos na Nintendo como uma organização integrada de software e hardware: quando fazemos a pesquisa para nossos novos sistemas, nossos desenvolvedores de software, artistas, programadores e engenheiros de hardware se juntam para decidir qual será nosso objetivo."
"Temos feito isto por muitos anos."
É uma estratégia que trouxe tanto problemas, como o Wii U, quanto sucessos, como o Switch e o Wii, e até mesmo projetos mais exotéricos como o Nintendo Labo, que mistura a tecnologia dos consoles com pedaços de papelão.
"Queremos fazer coisas novas e surpreendentes, então estamos sempre de olho em novas tecnologias", diz Takahashi. "Isto posto, para que possamos criar coisas surpreendentes, também olhamos tecnologias mais antigas para ver se podemos utilizá-las de novas formas. Novas tecnologias tendem a ser um pouco avançadas demais - nós tentamos encontrar formas de tornar tecnologia mais acessível."
