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Hoje falar da França é falar com um luto imenso, mas também é falar com a desconfiança que muita coisa falhou, principalmente no capítulo da segurança e da prevenção. Se o que está a acontecer nos atordoa, também nos coloca imensas interrogações sobre o que tem sido feito para melhorar os dispositivos de defesa desde a última vez que aconteceu algo parecido.
Nos pormenores se vê que as falhas não ensinaram. No aeroporto de Paris, Orly, uma falha no Windows 3.1, obrigou a interromper os seus serviços, no sábado passado. Sim, leu bem!
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É verdade, foi um erro num sistema datado de 1992, o Windows 3.1, que obrigou no passado sábado o aeroporto de Paris, Orly, a fechar temporariamente, porque não conseguia operar com nevoeiro.
Enquanto o mundo está já a atualizar para o novo Windows 10, há ainda áreas em aeroportos que usam o velhinho Windows 3.1 em sistemas, que ao que parece, podem fazer parar um aeroporto por completo.
Mas porque usa um aeroporto moderno o Windows 3.1?
Tem a ver com software desatualizado, neste caso trata-se de um programa que se chama DECOR, que é usado pelo controle de tráfego aéreo para comunicar as informações meteorológicas aos pilotos em condições difíceis.
Sem este sistema, os pilotos que voam dentro ou fora do aeroporto não poderiam receber informações sobre as condições de visibilidade, fazendo com que o voos sejam mais perigosos. Esta ocorrência não teria forçado um encerramento do aeroporto se as condições fossem de céu limpo, mas a falha ocorreu quando o céu estava nublado e carregado, obrigando o aeroporto a suspender todos os voos como medida de precaução.
A situação em destaque faz parte do uso de software que vai envelhecendo nas infraestruturas quer públicas quer privadas. Segundo o secretário-geral do sindicato francês do controlo do tráfego aéreo, o uso do Windows 3.1 para executar DECOR não é nada de estranho. Pelos aeroportos do país usam-se vários sistemas operativos, desde o Windows de 3.1, XP e até UNIX.
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Em equipe que ganha não se mexe
Apesar da falha, parece pouco provável que um sistema de substituição esteja disponível em breve. Um software como o DECOR torna-se difícil de ser actualizado. Cada colocação de software novo exige muitos testes e um controlo de segurança muito rigoroso, o que não se faz em poucos meses.
A segurança do software utilizado pelos aeroportos tornou-se numa preocupação maior em 2015. No início deste ano, toda a frota da United Airlines estava em terra por causa de problemas de software.
A empresa respondeu iniciando um programa de recompensas para quem encontrasse um "bug" e seria recompensado com um milhão de milhas… prémio que foi atribuído a dois "white-hat hackers" (piratas bons). Claro que os detalhes específicos de quais foram as vulnerabilidade que os hackers encontraram permanecem desconhecidos.
Numa altura em que a segurança está na ordem do dia, os sistemas que automatizam as tarefas deveriam ser os primeiros a estarem preparados, ter a alarmística ativa e as atualizações sempre em dia. Mas parece que afinal o mais importante dos sistemas, aquele que está nos recônditos dos armários de um espaço do aeroporto, tem um Windows do século passado.
