Google cria Doodle para homenagear a estilista Zuzu Angel

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No dia em que completaria 94 anos, a estilista Zuzu Angel é homenageada em Doodle do Google.

Nascida no dia 6 de junho de 1921, na pequena cidade de Curvelo, interior de Minas, desde criança Zuleica tinha um encantamento particular pela costura. Inventava e improvisava figurinos para ela e suas amigas, sempre evidenciando a diversão que era em fazê-los.

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Nos anos 50, casada em mãe de três filhos (Ana Cristina, Hildegard e Stuart), chegou ao Rio trazendo na bagagem toda a experiência criativa adquirida ao longo da sua vida. Zuzu Angel montou um atelier de alta costura em Ipanema, onde começou a colecionar em diversas peças uma moda jamais vista na cidade, o que logo chamou a atenção dos nomes mais badalados do high society. Sucesso absoluto, romper as barreiras do mercado internacional da moda era questão de tempo. E o tempo chegou. Em 1970, Zuzu venderia a primeira coleção de 55 modelos para o magazine Bergdorf & Goodman, no coração de Nova York.

Dona de uma trajetória profissional vitoriosa, a reviravolta em sua vida, contudo, viria um ano mais tarde com o desaparecimento do seu filho: Stuart Edgar Angel Jones. O Brasil vivia o auge da ditadura. E mesmo diante do medo de um período tão recrudescido, Zuzu passou a dedicar-se numa incessante busca para reencontrá-lo. Seu ativismo foi uma das primeiras manifestações públicas contra as atrocidades praticadas e silenciadas pelo regime militar.

No seu trabalho alterou as características de sua produção, mudando-se da alta costura para a boutique. Engajada e decidida, apresentou em um desfile em Nova York pássaros engaiolados, balas de canhão disparadas contra anjos, figuras de quepes militares e crianças macilentas segurando pombas negras. Foi a metáfora que ela encontrou para simbolizar, no seu trabalho, a história de seu filho. O anjo, como símbolo de pureza e imagem do filho perdido, iria se multiplicar pelas roupas e acessórios.

Pela causa, chegou a entregar em mãos ao Secretário de Estado dos Estados Unidos, Henry Kissinger, durante a sua visita ao Brasil, um minucioso relato dos acontecimentos. Seu último ato de coragem que, como alguns outros, a ela própria causava perplexidade: "Sempre fui muito medrosa, mas não sei explicar... é como se uma força interior comandasse os meus atos".

Sem conseguir esclarecer as verdadeiras circunstâncias do desaparecimento e morte de Stuart, nem mesmo poder abraçar seu corpo, Zuzu Angel morreu no dia 5 de abril de 1976, em um acidente com o seu Karman-Guia, aos 55 anos, no Rio de Janeiro. Fora vítima da própria decisão: mais do que qualquer coisa, era e seria sempre a mãe de um jovem filho único desaparecido. Viveu até o fim para honrar a sua memória, e lutar para que outros jovens não tivessem o mesmo destino: "Eu não tenho coragem. Coragem tinha meu filho. Eu tenho legitimidade".

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