Electronic Arts perdeu US$ 1 bi no ano fiscal
A Electronic Arts declarou um prejuízo de US$ 1,01 bilhão em seu último ano fiscal, que se encerrou em 31 de março - o dobro do ano anterior quando a empresa fechou com US$ 454 milhões de saldo negativo. Entretanto, as vendas da empresa aumentaram na comparação ano-a-ano, com sua arrecadação subindo para US$ 4,21 bilhões, aumento de 15%.
Especificamente sobre o último trimestre (1º de janeiro a 31 de março), a empresa obteve US$ 860 milhões em vendas, quase 24% a menos que o mesmo período no ano anterior quando a receita foi de US$ 1,13 bilhão. O prejuízo operacional foi de US$ 42 milhões, uma melhora quando comparado aos US$ 94 milhões perdidos no mesmo período do ano anterior.
"Skate 2", "Rock Band 2", "The Lord of the Rings: Conquest", "Left 4 Dead" e "Need for Speed: Undercover" foram os principais responsáveis pela arrecadação da companhia, embora os executivos tenham reconhecido que o gênero musical ficou mais "calmo", o que os fez reduzir suas expectativas para o setor.
Especificamente sobre os títulos, a empresa disse que "The Lord of the Rings: Conquest" da Pandemic alcançou a simbólica marca de um milhão de unidades vendidas enquanto a base de jogadores de "Warhammer Online" chegou a 300 mil. Atualmente, a empresa está desenvolvendo 30 títulos para o iPhone da Apple, e a empresa acredita que dez de seus jogos de Wii a serem lançados neste ano fiscal serão bem sucedidos em vendas.
Novos sucessos
A companhia certamente está apostando muitas fichas em "The Sims 3", que poderá ser responsável por um aumento de US$ 300 milhões na receita da divisão EA Play. Isso porque, além das vendas do próprio título, a empresa espera arrecadar com o comércio de conteúdo extra por download nas três plataformas previstas do título (PC, Macintosh e iPhone). Em contrapartida, a receita da EA Sports deverá ser a mesma do ano anterior, enquanto a EA Games deve se fortalecer com a chegada de "Mass Effect 2", "Dragon Age" e "Army of Two: The 40th Day", entre outros lançamentos de peso.
John Riccitiello, executivo-chefe da Electronic Arts, citou "Need for Speed" como um dos jogos da companhia que mais sofreram com a crise econômica no ano passado. A empresa está confiante que as próximas versões de "Need for Speed", "Madden", e "FIFA" serão mais fortes este ano, e também citou "EA Sports Active" e "Brütal Legend" como potenciais sucessos. O primeiro tem lançamento confirmado para este mês.
Falando com investidores, Riccitiello disse que não acredita que a atual vulnerabilidade do Wii no mercado japonês necessariamente signifique algo similar na América do Norte. Entretanto, diz que as tendências asiáticas como jogos com mensalidade estejam consideravelmente atraindo a atenção no ocidente.
Sobre possíveis gastos com pesquisa e desenvolvimento para a próxima geração de consoles, Riccitiello disse que ele não vê quaisquer indícios de que a próxima geração virá tão cedo. Ele acrescentou que a atual geração poderia definitivamente maior porque não há tanta necessidade de avanço agora que os jogos entraram na era da alta definição.
Futuro
Em nota oficial acompanhando a divulgação dos números, Riccitiello focou no futuro da companhia no lugar de comentar as dificuldades do passado. "Nossas fortes ações para redução de custos no quarto trimestre do ano fiscal de 2009 juntamente com investimentos em nossos negócios com distribuição digital vão nos guiar para um [ano fiscal de 2010] mais forte", disse Riccitiello. "A EA está bem posicionada com as estratégias certas em uma indústria crescente".
No entanto, aparentemente essas estratégias deverão demorar um pouco a surtirem o efeito desejado. A Electronic Arts atualizou sua orientação financeira para o ano fiscal 2010, dizendo que espera sua arrecadação total fique entre US$ 3,7 bilhões e US$ 3,85 bilhões, menos que a previsão original. A companhia acredita, porém, que ainda perderá dinheiro, embora não tanto quanto no ano fiscal anterior - entre US$ 274 milhões e US$ 469 milhões.
