O adeus ao PlayStation 2: uma homenagem à um dos consoles que mais marcou história em nossos corações

#Artigo Publicado por Anônimo, em .

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Com cerca de 150 milhões de unidades, o PlayStation 2 reina supremo como o console mais vendido de todos os tempos - o dobro da quantidade de Wiis vendidos e mais que o PlayStation 3 e o Xbox 360 combinados. No dia 4 de janeiro a Sony deu fim a produção do console mundialmente, após os 13 anos de mercado do videogame. Podia ser pura sorte, resultado de um hardware bem desenhado, impulso do marketing e uma pitada de destino. Na época, o DreamCast não havia engatado exatamente por conta do anúncio do novo console da Sony, feito em 1999, e o Xbox e GameCube ainda não haviam sido lançados, mas o recorde teve suas justificativas.

Fórmula de sucesso

A primeira parte do plano para o PlayStation 2 funcionar nasceu com o PlayStation original: o console bateu a marca de 100 milhões de unidades vendidas nove anos após seu lançamento, o que era um fato inédito até 2005. Após firmar parceria com a Nintendo na produção de um leitor de CD para o que seria o Super Nintendo, a Sony acabou tendo que lidar com a desistência de última hora da Big N. Para não perder o projeto quase finalizado, a companhia decidiu lançar o PlayStation no mercado, processo decisivo para a indústria como conhecemos hoje.

A experiência do PlayStation original em seu currículo e a força da marca já introduzida no meio, permitiram que a Sony emendasse outra façanha. A empresa lançou dois consoles de sucesso, em sequência, para os nervos dos executivos da Sega, que após o Saturn, falhou com o DreamCast. Em parte, o sucesso do PS2 se deu pela retro compatibilidade com os jogos do PlayStation original (funcionalidade que também foi novidade para a indústria), e pelo fato de ser o player mais barato de DVD na época de seu lançamento. Os leitores de DVD saiam por cerca de US$499 e em comparação com o PlayStation 2, comercializado por US$299, acabava não havendo competição no mercado.

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As promessas feitas pela companhia acerca das capacidades do console iam longe e uma frase memorável, dita por representantes da empresa em diversos informes oficiais, adiantava que o PS2 produziria gráficos semelhantes a animação Toy Story, da Disney. A linha de títulos disponíveis durante o lançamento era composta por jogos que não chegavam perto das manias de grandeza da empresa pouco antes do lançamento do console. FantaVision, desenvolvido pela própria Sony, ficou lado a lado com Dead or Alive 2, Tekken Tag Tournament, Dynasty Warriors 2, SSX, Armored Core 2 e outros.

A estratégia defensiva da Sony de apoiar o desenvolvimento de terceiros, financiando todo o processo de criação em troca de exclusividade, nasceu com o PlayStation 2 e foi posto em prática pouco tempo após a chegada do console, para a sorte de quem havia comprado o videogame durante o lançamento. O acordo para manter a linha Grand Theft Auto disponível apenas no PS2 por certo período de tempo é um dos exemplos mais marcantes das negociações da Sony, em uma era em que exclusividade ainda era uma opção economicamente viável. Desenvolver títulos dentro dos próprios estúdios da companhia, após o lançamento da plataforma, também foi uma parte chave do sucesso do console - Gran Turismo 3 e seus gráficos impressionante e SOCOM e suas jogatinas online conseguiam exibir o potencial do hardware do console.

Mas, nem de longe, algum exemplo é tão importante quanto ICO. A história sobre os dois personagens que interagem na tela reflete a filosofia por traz da Emotion Egine, nome dado a CPU do PlayStation 2 criada pela Toshiba e pela Sony. O apelido é cortesia de Ken Kutaragi, idealizador da máquina. A tecnologia, além de permitir um processamento considerado "superior" em sua época, era o bastante para simular os "sentimentos" dos jogos, segundo Kutaragi. A ambição de ICO não se refletiu no número de vendas do título, mas o jogo marcou história na biblioteca do PlayStation 2.

O PlayStation 2 e os piratas do Brasil

O histórico de vendas do console nos mercados emergentes, como o Brasil e a Índia, ainda era dominado pelo console da Sony mesmo em 2012. Um estudo feito pela GfK, empresa especializada na análise de mercados, mostrou que o PlayStation 2 liderava a venda de consoles em varejos por aqui, com uma parcela de 55% em cima dos outros consoles disponíveis (Xbox 360, PlayStation 3, Wii, Nintendo 3DS, Nintendo DS e PSP). A sobrevida da plataforma no Brasil existe, em grande parte, pelo baixo custo do console no mercado cinza e pela facilidade de pirataria da máquina - uma das culturas deste tipo de distribuição paralela é a venda de jogos em feiras ou em lojas de rua. Versões modificadas do título, como o famoso Bomba Patch para Pro Evolution Soccer, que substituia até os menus dos jogos por moças esbeltas, acabaram ficando populares pelos preços baixos e facilidade de acesso.

Oficialmente, o videogame chegou por aqui em 2010, com fabricação própria na zona franca de Manaus e e distribuição por R$799 (em comparação, o Xbox 360 da Microsoft fabricado por aqui custa o mesmo), com jogos ao preço de R$99 - mesmo valor de alguns jogos prensados em mídia superiores, como DVD de camada dupla para o Xbox 360 ou o Blu Ray utilizado no PlayStation 3.

Segundo o mesmo estudo da agência GfK, a situação se inverte quando a questão é a venda dos jogos: 76% dos títulos comprados no Brasil são de Xbox 360, PS3 ou Wii, 7% são comprados para os portáteis Nintendo 3DS, PSP e Nintendo DS e o PlayStation 2 responde apenas por 17% desta parcela. Os números ilustram bem os resquícios da pirataria por aqui, elemento presente mesmo com diversos planos para a diminuição de impostos e quedas significativas dos preços. Em partes, a culpa da história fica com a Sony, que não representou seu produto nacionalmente de forma compatível com a renda e a cultura dos brasileiros.

Os métodos mais eficazes de DRM utilizados no PlayStation 3 impediram que o caso extremo de pirataria se repetisse. Os esquemas para desbloquear as travas de disco criadas pela Sony na era PlayStation 2 não eram poucos - métodos que utilizavam softwares, hardwares e até troca de disco em pontos específicos da jogatina eram comuns e foram utilizados a exaustão em diversas assistências técnicas. Hoje em dia, a história é outra: o histórico pirata do PlayStation 2 não se repete com a mesma força no mercado.

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O legado de um campeão

As duas conquistas da Sony com o sucesso do PlayStation e do PlayStation 2 não foram o bastante para fazer o PlayStation 3 ter um sucesso comparável com seus irmãos mais velhos. A competição acirrada, feita pela Nintendo e suas promessas inovadoras com o Wii e a Microsoft e seu Xbox 360 bem mais barato que o novo console da colossa que reinou na década de 90 e no início do século 21, serviu para provar que a indústria está mudando - e, muito provavelmente, nunca trará toda a magia e vontade de criar conteúdo realmente interessante que existia em uma das eras mais bacanas para se gostar de videogame, a era do PS2.

O pulo dos 32bits para os 128bits foi, com certeza, um momento memorável para todos os aficionados e entusiastas. Em homenagem ao finado console da Sony, nós preparamos uma lista com os 10 jogos mais marcantes do console, confira.

Após o anúncio oficial de que a Sony deixaria de produzir o PlayStation 2 em todo o mundo, decidimos fazer um Top 10 em homenagem ao gigante da indústria, que bateu recordes e foi o primeiro console de muita gente.

O Top 10 dessa semana seleciona os jogos de PlayStation 2 que marcaram o aparelho. Confira nossa lista completa de títulos:

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10 - Katamari Damacy - Em partes, o PlayStation 2 teve sua parcela de culpa quando se trata da popularização de jogos bizarros. Ao lado da falta de sentido total de Katamari Damacy, podemos citar Mr. Mosquito e Chulip, mas foi com o joguinho de rolar coisas que o 'gênero' realmente explodiu. O jogo é marcado por cenários variados e extremamente detalhados, além de um estilo visual exótico e uma trilha sonora de primeira

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9 - Winning Eleven 6 - O primeiro título da franquia de futebol da Konami para o PlayStation 2 chegou por aqui como Pro Evolution Soccer 3. A novidade ficou por conta dos gráficos novos, adaptados para a tecnologia avançada do PS2 em comparação com seus antecessores. As mudanças permitiram uma física mais bem trabalhada e animações mais realistas, o que rendeu para o simulador de futebol o título de jogo mais vendido do gênero no console da Sony, com 2,7 milhões de cópias

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8 - Xenosaga - A trilogia Xenosaga, inspirada em Xenogears, segue a linha de ser ambientada em um futuro distante, utilizando uma variedade de naves como pano de fundo para sua história complexa. Os temas adultos abordados pelo enredo do jogo, aliados a um trabalho de voz ótimo e cut scenes de qualidade, fazem com que Xenosaga seja um RPG imperdível para os donos do PlayStation 2

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7 - Kingdom Hearts - Você pode não gostar de Disney, muito menos de Final Fantasy. Tudo bem. A gente não tá aqui para criticar. A mistura de personagens de Final Fantasy 8 e 7 com rostinhos de diversos filmes da Disney em um universo completamente novo, criado pela Square Enix, pode parecer desinteressante, mas graças a um sistema de batalha robusto e altamente personalizável, o jogo ganha no fator diversão e vale uma olhadinha com mais atenção

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6 - O estilo exagerado de Dante em sua terceira aventura se apresenta melhor do que nunca: corrigindo muitos do que deu errado em seus antecessores. A edição especial traz modos extras, permitindo que os jogadores entrem na pele de Vergil e também adiciona uma nova luta contra o chefão Jester. O modo survival Bloody Palace, que surgiu no segundo jogo da franquia, também aparece em DmC 3 com a edição especial

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5 - Gran Turismo 4 - A Polyphony Digital e sua mania de detalhismo fez com que o simulador de corridas do PlayStation 2 marcasse o console. A extrema personalização de cada um dos 700 carros, além de pistas desenhadas a partir de suas versões reais faz com que Gran Turismo exiba bem a capacidade de hardware do console

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4 - Okami - O Japão feudal que dá ambientação ao jogo e o estilo gráfico conhecido como sumi-ê já funcionam como fórmula perfeita, mas as mais de 50 horas de conteúdo da obra da Capcom conseguem entreter mais ainda. Ambientes abertos e com quebra-cabeças bem estruturados, misturados com uma mecânica de luta dinâmica fazem com que Okami seja um dos jogos obrigatórios do PS2

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3 - Yakuza - Há quem diga que a alma do abandona Shenmue, clássico da Sega, mora na franquia protagonizada por Kazuma Kiryu. A parte 'suja' do Japão, mais especificamente de Tóquio, é representada de maneira fiel, com a presença do crime organizado, baladas, restaurantes e até cabarés. Os jogadores ganham uma liberdade nos moldes dos jogos de mundo aberto de hoje em dia, podendo explorar a cidade e voltar para as missões principais como bem entenderem

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2 - Grand Theft Auto III - O trabalho da Rockstar North (na época, DMA Design) no terceiro episódio de GTA mostrou ao mundo a visão 3D de seu sandbox isométrico. As ruas agitadas de Liberty City, sempre com algo para fazer e conversas para escutar, exibiam a criação de um universo estruturado de maneira nunca vista antes. O título acabou sendo um verdadeiro divisor de águas e rendeu 27 milhões de cópias vendidas, mantendo o recorde de jogo de mais sucesso da franquia

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1 - Metal Gear Solid 3: Subsistence - A série Metal Gear é cheia de jogos psicológicos e metalinguagens, além de ter excelência nos aspectos técnicos. MGS 3, o ápice de todos os elementos, ganhou a versão Subsistence, que eleva o patamar de qualidade e fornece melhorias ao que já estava bom: extras, como um mini-game da série Ape Escape, uma câmera alternativa e versões atualizadas de Metal Gear e Metal Gear 2 estão na lista de adições da nova edição.

Anônimo
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