Ubisoft admite não estar sabendo lidar com todos os problemas de trabalho, cultura e gestão da empresa

#Mundo | Ocasionando em uma queda de 45% do seu total valor, a Ubisoft finalmente confessa sua culpa por todo o caos que ocorre desde 2019
Billy Butcherem

A Ubisoft finalmente reconheceu que faltava melhorias em toda sua estrutura apos às inúmeras alegações de péssimas condultas da empresa em local de trabalho, bem como os problemas envolvendo salário e perda de figuras-chave em seus estúdios. A empresa, porém, afirmou que suas ações foram adequadas à situação.

Tal declaração veio logo após as inúmeras críticas feitas a Ubisoft quando o grupo de trabalhadores conhecido como ABetterUbisoft relatou que pouco progresso foi feito pela empresa desde que as denúncias de abuso e assédio vieram à tona em junho de 2020.

“No início de toda essa crise, passamos muito tempo nos certificando de que tínhamos o processo certo em vigor, que fomos capazes de conduzir uma investigação de forma muito rápida e eficiente e chegar a alguns resultados”, disse a diretora de pessoal Anika Grant.

“O que eu acho que perdemos foi a experiência dos funcionários com isso. Acho que nem sempre comunicamos o suficiente às pessoas que levantaram uma questão em primeiro lugar sobre o que descobrimos como parte das investigações, as decisões que tomamos e as ações que tomamos. E então eu acho que infelizmente as pessoas perderam a confiança nesse processo.”

Os trabalhadores começaram a apresentar acusações de abuso em junho de 2020. Muitas dessas acusações diziam respeito a várias formas de assédio sexual. O CEO Yves Guillemot prometeu mudança na Ubisoft, levando vários executivos, incluindo Tommy François e Maxime Bélando, a deixar a empresa.

A Ubisoft estabeleceu um sistema de denúncias anônimas e esclareceu seu código de conduta. De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa, um quarto de seus mais de 15.000 funcionários relatou ter visto ou experimentado uma conduta imprópria (como assédios e abusos, sejam físicos ou sexuais) no local de trabalho.

ABetterUbisoft continua a criticar a empresa por “mais de um ano de palavras gentis, promessas vazias e uma incapacidade ou indisposição para remover infratores conhecidos”. Grant, no entanto, alegou que as alegações de má conduta no local de trabalho têm diminuído em número e gravidade desde junho de 2020.

“Não apenas o volume de casos que estão sendo levantados ou de alertas acontecendo diminuiu enormemente, mas o que também estamos vendo é que a gravidade dos tipos de coisas que estão sendo relatadas diminuiu”, disse Grant.

A ABetterUbisoft publicou uma série de demandas em 5 de novembro de 2021.

“Pare de promover e mover infratores conhecidos de estúdio em estúdio, equipe a equipe, sem repercussões”, disse o grupo.

“Este ciclo deve terminar.”

A ABetterUbisoft prosseguiu dizendo que “queremos um lugar coletivo à mesa - para ter uma palavra significativa sobre como a Ubisoft como empresa avançará a partir daqui”.

Grant disse que as alegações de má conduta no local de trabalho são investigadas exaustivamente, alegando que ações punitivas são prontamente tomadas contra os perpetradores. Mas as acusações de abuso vêm à tona com bastante frequência desde junho de 2020. “Não vou comentar sobre casos individuais”, disse ela.

A ABetterUbisoft frequentemente aponta que os funcionários da empresa têm medo de apresentar acusações de abuso por medo das consequências.

“A Ubisoft não tem nenhuma política que impeça os membros da equipe de compartilhar suas experiências de trabalho publicamente”, disse Grant.

Ela acrescentou, no entanto, que a Ubisoft mantém as investigações privadas “para proteger a integridade do processo e os direitos de todos os envolvidos”.

Grant disse que apoia Guillemot em seus esforços para melhorar as condições de trabalho na Ubisoft.

“Reconheço que é uma longa jornada”, disse ela.

“Eu sei que ainda não estamos onde queremos estar. Mas acho que estamos vendo melhorias incrementais a cada dia."

Veremos como toda essa história vai se desenrolar. Localizados na França, por mais de 20 anos a Ubisoft foi a empresa N°1 da Europa em termos de valor de mercado, prestígio e poder na indústria de videogames, e desde 2019 viu todo seu valor e ações despencarem para quase 50%, com os dois últimos anos sendo marcados por um puro caos na editora, que parece ainda estar longe de chegar ao fim.

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